CAPÍTULO 05 MARCAS E TRAUMAS

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Júlio Henrique - (Rodrigo Lombardi)

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Júlio Henrique - (Rodrigo Lombardi).

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Neusa Farias - (Renata Sorrah).


"É fácil apagar as pegadas, difícil, porém, é caminhar sem pisar o chão."

Lao Tsé




Há quase um mês que Júlio Henrique estava no hospital, pois havia sofrido um acidente. Neusa, sua mãe só conseguia chorar não se alimentava direito por causa daquela tragédia que havia se abatido sobre a sua família. Sempre havia sido ela e o filho, pois seu esposo havia abandonado deixando-a sozinha. Neusa era brasileira havia morado no Brasil à sua vida inteira, veio para Nova York quando seu marido havia fugido com outra mulher deixando ela e o filho sozinhos no mundo. Há 19 anos morava ali. Não era rica, mas havia trabalhado o suficiente e acumulado uma grande soma de bens para viver bem por mais de três gerações. Seu filho também sempre havia sido trabalhador e amava a vida. Mas tudo começou a mudar quando ele conheceu uma jovem que segundo ele, se chamava Dora. Ela nunca havia conhecido a mulher por quem seu filho estava enamorado, mas pelo que ele falava sabia que ele havia se apaixonado perdidamente.

Só uma coisa a intrigava naquele acidente que seu filho sofreu era que segundo ele iria passar uma semana na casa de praia na companhia de Dora. Mas no carro apenas encontraram ele e nenhum sinal de mulher alguma. Era grande o seu desespero, pois os médicos a deixava sem notícias do estado de Júlio e sua entrada a UTI era restrita.

Mas a boa notícia veio pela duas da madrugada, ela tentava dormir em uma das poltronas que havia na sala de espera, quando foi acordada pelo médico responsável Doutor Carlos Edmundo. O mesmo deu a notícia que Júlio acabava de deixar a UTI e estava sendo transferido para o quarto. Aquela notícia havia sido como um copo de água no deserto. Imediatamente deixou a poltrona acompanhando o médico em direção ao quarto do paciente.

Assim que adentrou o quarto, seu filho estava acomodado na cama e uma enfermeira anotava algo em seu prontuário. Cumprimentou-a assim que ela entrou saindo logo em seguida, o médico fez algumas recomendações avisando que ele poderia dormir por causa dos medicamentos, pois os mesmos eram muito fortes.

— Jú... lio... — Estava emocionada ao se aproximar da cama. Ele o encarou com o olhar triste. Ela segurou suas mãos beijando-as em seguida. Depois de um mês em coma seu filho acordava, aquilo tranquilizava seu coração. Sua cabeça ainda estava enfaixada, sua perna também pois havia fraturado. — Meu amor que bom que você acordou. — Dizia acariciando seu rosto amorosamente.

— Mamãe... — Aquilo era um bom sinal, pois ele estava lhe reconhecendo. — Quero ver Dora... — Não sabia quanto dias tinha passado desde o acidente. Sua memória era falha. Não entendia a discussão com Dora ao telefone enquanto ele dirigia avisando que estava indo buscá-la para passar a semana com ele na casa de praia. Ela dizia que não ia e estava terminando tudo com ele. "Por telefone?" Ele amava Dora como jamais amou mulher alguma. E agora ela agia feito canalha. Rompia tudo por telefone sem ao menos olhar em seus olhos. E todo o amor que ela dizia sentir. Quando ele indagou ela respondeu fria como lâmina. "Entenda meu querido o que tivemos foi bonito, mas acabou. Eu não tenho tempo para o seu sentimentalões". "Mas Dora..." Foi ai que tudo aconteceu. Seu veículo se chocou com uma caminhonete ele perdeu o controle da direção. Seu carro capotou pela rodovia indo parar há mais 50 metros. E agora ele estava ali no hospital. — Durante os dias que fiquei na UTI Dora veio me visitar, não veio? — Ela não respondeu de imediato. Pois assim que ele sofreu o acidente ela ligou para o número que havia na agenda do celular de Júlio, mas não houve respostas, apenas que aquele número não existia. Pelo semblante da mãe ele percebeu que Dora jamais havia estado ali. E ter aquela certeza repercutiu dentro dele destruindo cada sonho, cada fio de esperança de que Dora o amasse de verdade. Tudo bem ela era meio avoada, intensa, mas ele a amava e faria tudo por ela. Ele fez tudo e ela o deixou.

— Não se preocupe meu querido, quando você se recuperar iremos procurar por essa garota. — Disse temendo que essa tal moça tivesse desaparecido ou que nunca tivesse existido. Como o médico havia lhe avisado logo os seus olhos foram fechando e ele voltou a dormir. Depois de alguns segundos ela beijou-lhe seu rosto saindo do quarto, pois tinha coisas que precisava fazer. Na verdade precisava de algumas respostas.

***

As coisas haviam fugido do controle por esse motivo teve que fugir imediatamente antes que a polícia descobrisse seu paradeiro. Com a ajuda de Celeste, uma amiga nem um pouco confiável havia conseguido escapar sem deixar pistas. Sabia que ninguém lhe encontraria. Sairia de mais essa ilesa. Mas para isso havia contado com uma ajuda para lá de especial. Para todos os efeitos ela nunca havia existido. No início ele quis se recusar, mas depois acabou concordando.

— Sabe que se me pegarem eu o denunciarei. — Havia arriscado, mas estava desesperada. Sabia que ele era perigoso, mas teve que contar com a sua ajuda.

— Está me ameaçando? — Ele segurou forte em seu braço furioso, sentindo uma dor aguda que por um momento achou que ele fosse quebrá-lo. — Saiba que ninguém me ameaça. — Pronunciou entredentes.

— Está me machucando. — Lamentou com dor.

— Eu poderei fazer muito pior. — Avisou-a.

— Vamos conversar? — Celeste se impôs ao seu favor. Então ele afrouxou um pouco seu braço. Ele escutou o plano de Celeste com interesse, depois acabou concordando. E os três fizeram um pacto.

***

Estava quase dormindo quando escutou um barulho no corredor foi até a porta espiar e viu que era Edgar que adentrava no seu quarto. Com um sorriso debochado caminhou para lá. Ia bater na porta, mas percebeu que ele não havia trancado. Entrou. Ele não estava no quarto havia entrado para o banheiro para tomar banho. Deitou na cama para esperar.

Quando ele voltou do banho notou-a ali e falou revoltado.

— O que você está fazendo aqui?

— Estava te esperando. — Sorriu maliciosa. — Estava com saudades.

— Não sei o que está se referindo, mas vou repetir: O que aconteceu foi um erro.

— Um erro que eu amei! — Foi até ele abraçando a custo ele conseguiu se soltar.

— Não sei se você percebeu, mas eu amo Valentina.

— Ah!! — Ela pareceu ficar triste. — Aquela sonsa do jantar? — Riu com ironia.

— Olha não adianta conversar com você. — Ele foi abrir a porta para que ela saísse. Ficou em pé na porta esperando que ela saísse. — Seja qual for as suas esperanças, pare de tê-las agora. — Falou firme.

— Ainda vou ter você para mim. — Disse decidida. Caminhou para sair e antes que ele fechasse a porta deu-lhe um beijo levemente nos lábios. Saiu imediatamente com um sorriso zombeteiro na face. Entrando para seu quarto e se jogando na cama rindo histericamente.

Por sua vez ele ficou em pé na porta observando com meneio de cabeça frustrado. Aquilo não podia está acontecendo. Por que raios ela havia vindo parar ali? Justo em sua casa e ao lado de Valentina.


FOI O SEU AMOR [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora