FOI O SEU AMOR [COMPLETO]

CAPÍTULO 14 DESPEDIDA

"Vamos dizer adeus aos pensamentos tristes e que só reste as boas lembranças. Só reste amor no peito, pois no fim o que vale a pena é ser feliz."

Caio Fernando Abreu

Na manhã seguinte Valentina partiria para Nova York. De início ela pensou em recusar aquela oportunidade única em sua vida, mas sua mãe a aconselhou a realizar aquele sonho que tanto havia buscado. Oportunidades únicas na vida segundo Victória a gente não deve perder se deve agarrar com muita força de vontade. Sabia que no fundo ela queria recusar por que não queria se separar dela, mas ela o convenceu que assim que fosse possível ela iria visitar. Em uma semana ela confirmou tudo. E tudo já estava ok, para partir na manhã seguinte rumo à sua nova vida.

Logo pediu demissão da agência que trabalhava, o gerente ficou feliz e triste, pois iria perder a sua melhor funcionária, mas desejou tudo de melhor. Fizeram uma despedida para ela, uns dois dias antes que ela fosse embarcar. Todos diziam que sentiriam sua falta e lhe desejavam boas aventuras no exterior e que ela se tornasse uma grande pianista clássica, como tanto queria.

Isabella e Artur ficaram tristes, pois iria ter o oceano separando-os, mas o que podiam fazer? Cada um de nós possui caminhos próprios e é preciso segui-los. É claro que depois que Valentina e Edgar romperam definitivamente, Artur se enchera de esperanças que poderia vir a namorá-la, até pensava em um momento quando a oportunidade surgisse falar sobre o assunto, mas agora que ela estava indo embora, fechou-se em copas guardando aquele sentimento para si.

Terminava de fechar a última mala e encostou a mesma em um canto, Isabella e sua mãe haviam lhe ajudado naquela tarefa. Depois que tudo estava pronto foram à cozinha tomar um chá com biscoito que Victória havia preparado. Sentaram-se à mesa e serviram-se.

— E pensar que a amanhã a essas horas a minha garotinha estará tão distante de mim. — Victória comentou com um misto de saudade e tristeza. Valentina sentiu uma imensa dor em seu peito, evitava ao máximo não pensar que estava partindo no dia seguinte. Ouvi-la sua mãe confessar de maneira nostálgica fez nascer lágrimas em seus olhos. Ao pensar que deixaria tudo para trás. Sua mãe... Seus amigos... Seu trabalho... E até mesmo Edgar, o seu grande amor... Sim, por que ele seria para sempre o homem que mais amaria nessa vida. Depois do rompimento eles apenas se viam de longe, nunca mais trocaram uma palavra, um gesto de carinho, simplesmente um olhar lançado na distância. Ele estava tão perto e ao mesmo tão longe. Que ironia! Ela que sempre acreditou que todo aquele amor iria durar para sempre. E será que realmente não havia durado? — Ah, minha querida desculpa não quero que você chore. — Disse ao perceber as lágrimas em sua face. Abraçou fortemente e ela não disse nada, apenas ficou ali no aconchego de seu abraço.

— Val, não fica assim. — Isa também tentava confortá-la, embora também sofresse com aquilo tudo. — Olha! — Disse segurando suas mãos. — Dois anos passam rápido e logo você estará de volta. — Ela acenou com a cabeça, dizendo.

— Eu vou sentir muitas saudades de vocês...

— Nós também sentiremos. — Isa abraçou também.

— Mas eu tenho que fazer uma coisa, antes! — Disse se levantando e indo para a porta de saída. As duas ficaram boquiabertas.

— O quê? — Sua mãe perguntou confusa. — Aonde você vai? — Já estava quase anoitecendo. Mas ela não lhe deu resposta e saiu. Mas ela intuiu o que ela iria fazer e de alguma forma aquilo lhe encheu de orgulho. Sua filha era uma pessoa iluminada, diferente dela partiria também, mas não levaria nenhuma mágoa no coração. E se... Meneou a cabeça se recusando a concluir aquele pensamento. Há coisas em nossas vidas que devem continuar enterradas. Não podia trazer o passado para o presente. Mas será que tudo o que estava acontecendo não seria o passado se repetindo no presente? E qual seria o futuro de ambos? Se o presente continuasse a reprisar o passado diante de seus olhos?