Lei de Murphy

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Estar na cama de um hospital, com todas essas paredes cheias de um branco vazio, me deixam enjoada.

Me pergunto como as pessoas conseguem dormir com esse tanto de de tubo e aparelho e estarem doentes ao mesmo tempo... eu não consegui.

Implorei para que papai fosse embora, porque o nervosismo dele estava me enfurecendo, e, como sempre, eu queria ficar sozinha.

Já passam das 10h PM, o Dr. Ramoray disse-me que os resultados sairiam tão rápido quanto fiz os exames. O que é mentira, pois fiquei cerca de uma hora e meia recebendo radiação no corpo. E fazem duas horas desde que deixei a sala de tomografia.
Não quero pensar o pior, mas, tomografias têm resultados rápidos, quando não existe nenhuma complicação. Estou insegura e desesperadamente ansiosa.

Uma enfermeira adentra meu quarto, silenciosamente.

"Boa noite.", minha voz sai rouca, mais que o normal, minha garganta estava seca.

"Boa noite...", ela olha para uma prancheta em sua mão, procurando meu nome, "Lauren. Como está se sentindo?"

"Hum...", gesticulo para ela esperar, e dou um gole no copo de água que estava no criado mudo. "Meu corpo está queimando e parece que minha cabeça vai explodir... os resultados estão prontos?", observo-a enquanto adicionava mais soro à bolsa.

"Eu creio que sim, há algum tempo. O Dr. Ramoray não veio aqui?", ela enruga a testa, confusa.

"Não. Será que tem como você falar com ele? Se eu estiver bem, quero sair daqui o quanto antes."

Ela termina de colocar a dosagem, deposita as costas de sua mão em minha testa e seu olhar vacila um pouco. "Vou chamá-lo."

"Obrigada."

Passam de quarenta minutos desde que a enfermeira falou que iria contatar o Dr. À essa altura, para prevenir, eu já havia gravado o áudio para Camz. Eu não queria não ter tempo de lhe dizer algumas coisas.

Camila's point of view

Esperei até dar exatamente a mesma hora em que eu fui checar se Lauren estava em seu quarto.

Desci ansiosa, esperançosa, receosa... com medo.

Estava tudo silencioso demais, quieto demais.
Sento ao lado do duto, respiro profundamente, meu coração parece estar sendo apertado. Como se uma mão o esmagasse.

"Lauren?", nenhuma resposta obtida do outro lado.

"Lauren?", chamo mais alto.

Minha esperança se definhou, quando nenhum de meus repetidos chamados ao seu nome, foram-me correspondidos.
Já estava desesperada por psicologicamente, pensar que o pior pode ter acontecido à Lern, tem uma coisa bem pior que medo gritando em minha cabeça.

Uma porta é aberta, e barulhos de salto ecoam por todo o cômodo.

"Lauren?!", profiro escandalosa.

Um gemido de choro se fez ouvir.

"Lern? Você está bem?"

"Ela... ela não está, Cabello.", é Dinah, ela está chorando. Dinah está chorando?

"Dinah? Ca-cadê, cadê ela?", titubeio.

"Ela pediu para que você escutasse uma coisa, Camila.", balbucia.

"Dinah, cadê a Lauren?", sinto minha garganta fechar e meus olhos inundarem em lágrimas.

"Cale a boca. Escute.", ela ordena, soluçando.

Mundo Sucinto (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora