Fuga

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Já passavam das 10h30 pm, quando mamãe adormeceu. Depois de nossa conversa, toda a sua áurea estava nostálgica, melancólica e alcoólica.

Antes de passar em seu quarto, fui até a biblioteca e peguei os registros de meu nascimento, que ela havia me mostrado mais cedo.

"Karla Camila Cabello Estrabão. É, é um belo nome.", sorrio orgulhosa.

Coloquei os papéis em uma pasta e os enfiei na mochila, junto com algumas  roupas, a minha foto com Lolo, seu iPod e acho que dinheiro suficiente para sobreviver lá fora.

Deposito um demorado beijo em sua testa, e deixo a carta sob um copo d'água e um remédio para lhe ajudar com a dor de cabeça do dia seguinte.

"Adeus, Sinu.", saio relutante.

•••

Dinah definitivamente é a pessoa mais enrolada que eu hei de conhecer, só pude me dar conta de sua aproximação por causa de seus gritos de desespero e o ronco do motor do barco.

"Ally, controle esse treco direito, eu não quero cair! Essa água deve estar congelando!", sua voz sai estridente.

"Não fui eu quem disse para você dar uma de marinheira, DJ! Se você se sentar, não vai cair!", Ally rebate.

"Eu preciso achar a Cabello! Isso balança demais, Brooke.", avisto rindo a luz que propagava de sua lanterna. "Olhe a gracinha ali.", direciona a luz em minha direção. "Pare de rir Cabello, a única coisa engraçada aqui vai ser eu derrubando a tampinha e você nesse lago!", rio mais alto.

"Onde ela está? Não me chame de tampinha, DJ!", ouço um alto estalar.

"Desculpe, Al.", Dinah diz manhosa. "Vai amorzinho, chega logo na beirada."

"Hey Chee!", corro e pulo, me agarrando em seu corpo, não esperando ela sair do barco.

"Waaa-walz! Camila você parece um coala!", ri e retribui o abraço. "Huuum, tá bom, já chega.", reclama me empurrando contra ela.

Escuto a risada fina de Ally. "Ally!", cambaleio no barco que chacoalhava a cada passo e a tomo em meus braços.

"Camila! Que bom te conhecer!", me abraça apertado.

"É muito bom te conhecer também!", me separo, notando que ela realmente era baixinha e angelical.

"Parem com todo esse melodrama.", DJ fala com tédio. "A gente precisa ir. Já são 0h20, o horário de visitas encerra às 0h50."

"Espere, minha mochila.", peço saltando do veículo e caminhando até a grande pedra em que estava a mochila. "Por que demoraram tanto?", entro no barco, indicando para Ally dar partida.

"A Dinah é uma cagona, Mila. Eu tive que parar o barco umas cinco vezes para ela recuperar o equilíbrio.", rio encarando a cara fechada - e muito bonita - de Dinah, assim como seu belissímo corpo.

"Não reclame se eu te der diminutivos, Allyson.", diz emburrada. "Agora você pode acelerar, a Mani já deve estar preocupada.", ela vira de costas para nós, escorando o cotovelo direito em sua coxa e apoiando o queixo na mão.

"Ok, DJ, aqui vamos nós.", e Ally acelera, arrancando um gritinho de Dinah.

•••

Normani, tanto quanto Dinah, tem um corpo escultural. O desenho de seu rosto é delicado e o tom de sua pele me deixou embasbacada. Lauren com certeza tem as amigas mais bonitas que alguém poderia ter.

Estamos dentro de um carro, bem mais moderno que as carruagens de Cinderella.

Toda a paisagem de Londres é magnífica. As construções de concreto e a iluminação da cidade contrastam perfeitamente. O clima é tão acolhedor e confortante.

Mundo Sucinto (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora