Mundo Sucinto (Camren)

Passado

Acho que minha mãe lê minha fic. Mãe, finja que não está, porque é constrangedor falar de assuntos como relacionamento C e L fictício com a senhora.
Aproveitem!

Normani me levou para sua casa, depois que concluiu que Dinah era irresponsável demais para cuidar de mim.
Fiquei impressionada quando vi tamanha tecnologia em cada espaço de sua casa. Em que era nós estamos?

Os dias serviram para me acostumar com esse mundo inteiramente novo.

Ontem completou um mês que Lauren está internada. O edema diminuiu significativamente e o Dr. Ramoray estipulou cerca de mais três semanas para ela acordar.

Durante todo esse tempo, venho pedindo ajuda das meninas para descobrir o que realmente acontecera com meu pai. Mas, na internet - uma extensa e infinita fonte de pesquisa -, só haviam arquivos incompletos e de fontes não confiáveis.

Por sorte, Ally estuda jornalismo e seu acesso à biblioteca de Londres é total. Porém, somente hoje, que ela não terá aula, poderemos ir mais fundo.

Eu estava na casa de Normani, ela cursa moda e passa a manhã fazendo ensaios fotográficos para uma revista cujo objetivo é empoderar a mulher, principalmente as negras. Sua mãe é dona de uma confeitaria bem-afamada no centro da cidade, às vezes ela me leva para aprender algo ou até mesmo ajudá-la. A maioria dos dias, fico sozinha em sua casa, aprendendo coisas sobre o novo mundo.

Ah! Eu comprei um daqueles aparelhos que todo mundo tem, o celular. Realmente veio à calhar, mas estou pelando um pouco para entendê-lo por completo, e Ally acaba de me mandar uma mensagem.

"Mila, estou saindo de casa. Daqui há 10 min. passo aí."

"Tudj", "Tudo bem Al.", que ferramenta engenhosa!

•••

"Mila, qual é o nome do seu pai?", pergunta o projeto de anjo que caminhava apressadamente para a sala de arquivos da biblioteca.

"Hum... Alejandro Estrabão."

"Isso!", ri baixo. "Você acha mesmo que o Governo odeia ou odiava ele?", vira a cabeça para me olhar.

"Eu não tenho muita certeza, mas acho que não.", respondo imprecisa.

"Vamos descobrir agora.", dá um sorriso e abre a porta que estava à nossa frente. "Foi mais ou menos em 1997 que vocês vieram para cá?"

"Creio que sim."

"Então você procura nos arquivos de 95 a 97, eu procuro de 98 a 2000.", aceno a cabeça em concordância.

A sala era enorme e tinha um amontoado de gavetas que separavam diferentes tipos de documentos. Cheirava a passado. Ally pega algumas pastas e me entrega outras, indicando para mim segui-la até uma mesa no centro do aposento.

•••

Muitos documentos sobre todos esses anos e nada de Alejandro Estrabão. Estávamos há quase uma hora assim e o único barulho a ser ouvido era de páginas sendo passadas.

"Rá!", a pequena ao meu lado grita estridente e me faz saltar da cadeira. "Quem foi que te falou que seu papa era uma pessoa odiada?"

"Hum...", reflito. "Carlos, o braço direito dele."