Odiável Despedida

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O que dizer de um primeiro encontro literal e uma primeira noite sendo virada para esperar o nascer do sol, ao lado de Lauren Jauregui?
Eu sou suspeita de dizer, mas duvido que com outra pessoa seria algo tão incrivelmente lindo.

Eu não sei se Lauren está dormindo, não ousei fazer barulho; fazem uns trinta minutos que estamos assim, e sua cabeça está repousada no topo da minha.
Em um gesto rápido, ela sana minhas duvidas e aponta para o horizonte à nossa frente, "Olhe, está nascendo.", sua voz sai rouca e baixa e penetrante.

"Estou vendo Lolo."

"É igual à você, Camz."

"Hã?", murmuro.

"O sol e toda sua áurea."

"Por que?", eu sabia a reposta, mas adoro quando Lauren entoa sua poesia à mim.

"Porque você faz um calor aquecer todo o meu ser, assim que sua voz chega aos meus ouvidos, e essa sensação é inexplicável. E é quase como vitamina C provinda do mesmo, pois você alimenta a minh'alma, e se eu ficar sem, perco toda a minha força."

Suspiro, "Já perdi a conta de quanto suspiros involuntários você me arranca, Lauren."

"Eu digo o mesmo para com você.", me afaga.

Me aconchego mais em seu corpo, "Diga-me Lolo, você não vai me deixar, certo? Digo, você definitivamente é o café de minha vida, a primeira safra...", brinco com o zíper de sua jaqueta, "eu gostaria muito que fosse a última, porque, ó sorte a minha de você ser a primeira de todas as minhas experiências não vividas."

Ela demora um pouco para se pronunciar, "Eu prometo, Camz."

"Não Lern, eu não quero que você prometa uma coisa que não depende só de você. Eu só quero que me assegure.", levanto a cabeça para me perder no infinito inabalável de seus olhos.

"Mesmo que o destino nos pregue uma peça, mesmo se uma tempestade surgir, mesmo se o mundo estiver para acabar, Camila. Eu quero continuar tendo o privilégio de ser para sempre a sua número um.", ela terminou, sustentando o meu olhar, e toda e qualquer célula corrente em meu corpo.

Algo começa a vibrar em minha coxa, quebrando nossa batalha de olhares. Lauren se afasta e tira um... celular? Acho que sim.

"O que é Dinah?", ela diz grossa,
"Não, eu sei. O que você tem para fazer de tão importante em pleno sábado?"

"DORMIR!" , escuto a voz estridente de Dinah do outro lado.

"Vai me dizer que não estava dormindo?"
"Não acredito que você estava em uma festa, Dinah.", Lauren faz uma careta.
"Eu não estava fazendo nada com ela, pare com esses pensamentos poluídos."
"Tá bem, daqui a pouco eu chego."

Fito-a com um olhar divertido, "Dinah, ela quer dormir. Disse que se eu demorar mais vinte minutos, vai me deixar aqui.", ela me encara com pesar.

"Tudo bem, Lolo. Poderemos fazer isso outra vez, você também me parece cansada.", afago sua bochecha e ela fecha os olhos e pende a cabeça.

"Eu... acabarei por ficar se... você continuar fazendo isso.", diz manhosa.

Gargalho, "Vá Lolo, daqui a pouco Sinu vai acordar...", interrompo o carinho para pegar o pote em minha mochila, "Pegue, aprisionei estas para serem suas.", digo empurrando o objeto em seu peito.

"Oh! Que lindo Camz!", me abraça apertado, retribuo. "Espere...", pede puxando de uma sacola um tipo de objeto desconhecido aos meus olhos.

"O que é isso Lolo?"

Ela me encara, sorrindo, "É uma Polaroid, uma câmera, ela tira fotografias. A gente usa para congelar os momentos e recordar eles sempre, como nossa memória, mas melhor, porque podemos ficar encarando e vendo detalhes que ela falha em lembrar."

"Uh.", solto surpresa.

"Vamos congelar esse momento, Camz?", diz esticando o aparelho para longe de nossos rostos.

"Vamos, Lo...", não termino de dizer e um barulho surge, fazendo com que um pedaço de papel fosse expelido pela pequena Polaroid. Olho incrédula para Lauren, "Você nem me deixou permitir por completo."

Ela gargalha gostosamente, "Os melhores momentos também são os espontâneos...", faz uma careta enquanto sacode o pedaço de papel, "Veja.", o empurra em minha direção, "Vamos tirar outra, porque sua feição ficou maravilhosamente fofa me olhando desse jeito, essa é minha."

"Isso aí tá horrível.", bufo revirando os olhos.

"Um horrível muito lindo.", sorri para mim abertamente, "Vou tirar outra para ficar com você, olhe para esse ponto e sorria.", diz apontando para a parte relevada do aparelho.

Faço como ela pediu e o barulho se repete, logo depois surgindo outro pedaço de papel.
Lauren sacode e me entrega a fotografias.

Ela não fez o mesmo que eu. Ela olhou para mim, sorrindo... me admirando.

"É, até que ficou boa.", dá de ombros.

"Sua feição ficou maravilhosamente fofa me olhando desse jeito.", a imito.

Ela ri, "A gente vai tirar muitas mais, Camz.", se levanta em um pulo, oferecendo o braço para me ajudar a ficar de pé.

Me apossei de Lauren, abraçando-a como se quisesse fundi-la ao meu corpo; até o momento que Dinah ligou e a ameaçou, fazendo-a partir e levando não só um pedaço de papel com meu rosto nele e tampouco meus dentes-de-leão, mas um pedaço de todo o amor que até então eu não sabia que poderia abrigar dentro de mim.
Já são 7h57 e eu não me importo se Sinu acordar e não me perceber lá. Estou fazendo de minha caminhada, a mais longa que já percorri, com o pensamento e todo e qualquer órgão de meu corpo funcionando de forma aérea, graças à Lauren. Tudo graças à ela.

Entro pela porta da cozinha e me certifico de que Sinu continua dormindo, senão já estaria aqui.
Descartei a ideia de tomar banho, pois tudo em mim tem cheiro dela, esse perfume tão inebriante.
Entro em meu quarto, visto o pijama bordado por mamãe, e coloco a blusa que estava vestindo, novamente.
Retiro a pequena fotografias da mochila, admiro-a por incontáveis segundos e a ponho embaixo do travesseiro.
Agora vou dormir, bom, tentar dormir. Mas espero encontrar uma Lauren em meus sonhos.

Queria pedir desculpas porque postei esse capítulo bêbada, e escrevi muita merda no início, mas deu tempo de editar, erros, corrigos depois, brigada pelo tempo dedicado à minha "obra".

Mundo Sucinto (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora