- 1 mês sem sexo?! - Dani grita e rio, com o eco de sua voz em meu escritório. - Tá reclamando de que? Olha minha situação, com uma bebê e sem sexo há sei lá, um ano?!
- É diferente...
- Diferente nada! Eu também posso dar meu rabo com uma filha pequena. Eu te amo muito, mas está sendo dramática. - Suspiro e quase lhe mando para a puta que pariu.
A secretária bate na porta e entrega meu chá. Quando se retira, dou um gole, logo sinto o líquido se revirar e voltando totalmente para minha boca, em forma de vômito. Coloco a mão na boca e puxo a lixeira que está debaixo da mesa. Provoco ali mesmo, já que não ia dar tempo chegar ao banheiro.
- Porque você está vomitando?! - Dani arregala os olhos e começa a contar algo nos dedos.
- Não sei, certamente foi aquele bendito bolo que Duda trouxe da escola, era aniversário de uma coleguinha e acabou trazendo um pedaço pra mim. - Puxo a lixeira de volta e vomito o restante, com nojo da cor do vômito e de tudo que continha nele.
- Porque você não faz um exame?
- Exame pra que? Pra saber que tipo de ingrediente me fez mal? - Reviro os olhos e interfono para a secretária, que até hoje não sei o nome.
- De gravidez! - Ela grita. - Para de se fazer de burra, maninha.
- Eu não estou grávida. - Digo encarando a tela de computador.
A secretária entra e me olha, com os olhos arregalados.
- Mande limpar minha sala e resolver o cheiro, rápido, tenho coisas para resolver. - A garota continua em pé. - Rápido!
Grito em inglês, deixando a menina mais apavorada. Mas estou pouco me fodendo para isso, estou preocupada e se a Dani estiver correta sobre teste de gravidez, eu juro que mato o Otaviano, mesmo sabendo que a culpa também é minha.
Desligo a ligação do Skype de uma vez e retorno para minha irmã pelo celular mesmo. Enquanto limpam minha sala, desço pelo elevador e sigo para a Times Square, já que é próximo. Vou a uma farmácia e compro dois testes. Volto correndo, com Dani me apressando na linha, doida para saber do resultado.
Após os dez minutos, com Dani de volta ao Skype e com a sala limpa, vou ao banheiro ver a resposta, só que meu celular toca, com o número de Duda na tela.
A diretora me avisa que Duda está passando mal e isso me deixa preocupada. Digo que vou buscá-la e desligo.
- Olha os testes antes! - Dani diz, juntando as mãos.
Reviro os olhos e vou ao banheiro. Checo os dois testes e vejo negativo. Sorrio, bem aliviada. E se Duda está se sentindo mal, com certeza é por conta do bolo. Digo para Dani que é um alarme falso e ela estala a língua, mostrando decepção.
A loira sabe que Ota e eu terminamos, mas ainda quer a gente juntos, mas é impossível.
***
Mais dias se passam. Duda estava realmente mal, e foi o bolo do dia anterior, o que me deixou preocupada por algumas horas.
Quanto mais dias se passam, mais a Monica do passado volta, ou ela nunca se foi, apenas deu uma trégua de meses. Nunca gritei com Duda, quando chego perto dela sinto uma paz enorme, mas quando o assunto é a George, grito com todos, pessoalmente ou pelo telefone, já que sempre funciona.
***
POV Otaviano
- Não vou sair essa noite. - Digo, colocando a xícara de café na pia e passando a mão em Darth.
