Brandon
Quanto tempo vai durar? Talvez algumas horas... Ou alguns minutos. Quem sabe?
- Sua ideia foi realmente admirável – Blake está sentado na poltrona ao meu lado tomando um café expresso e com um saco de rosquinhas – Mandar a pobre senhorita Raind para sua casa sem contar a ela que você tem cinco crianças – Ele quase engasga de tanto rir – Imagina a cara da coitadinha quando ver todas aquelas crianças!
- Segura a onda. Eu não contei porque você também não contou! – Esbravejo sem conseguir engolir o almoço que a enfermeira me trouxe.
- Não contei para que você contasse. Você é o pai! Eu tentei te ajudar!
- Ah cara, não sei o que fazer! Eu não me sinto bem pra ir embora, vou dar mais trabalho em casa do que ajudar. Não posso fazer nada tomando esses remédios para dor e com o braço engessado!
- Melhor você deixar rolar... – Blake parece tranquilo e isso me ajuda um pouco – Das duas uma: ou ela liga enlouquecida ou tenta o quanto pode. Esperamos que ela tente.
-Me sinto um idiota por ter feito isso com ela – Empurro o prato e olho para o celular mais uma vez. Penso em tudo ao mesmo tempo. Na reação das crianças ao se depararem com Leonora; na reação de Leonora ao se deparar com cinco crianças; no estado em que Martina deve estar por eu estar internado; no que se passa na mente de cada um nesse exato instante; em minha invalidez perante a situação.
- Ela te atropelou e quis ser gentil. Não é totalmente sua culpa – Blake se levanta e me dá um tapinha nas costas – Preciso voltar ao trabalho. Se quiser eu dou um pulo lá durante a noite e vejo como está tudo.
- Eu ia agradecer.
~~
Norah
Sem ter muita certeza do que fazer, estaciono o carro em frente à casa de Brandon Woods. Sim, o endereço que recebi dele corresponde exatamente à casa que mais cedo imaginei pertencer à família Woods.
Respirando fundo, coloco todas as coisas dentro de minha bolsa e saio do carro. A primeira coisa que faço é procurar a tal filha mais velha, chamada Martina, que deveria estar me esperando na varanda. Tudo o que vejo é a cortina se movendo e, segundos depois, a maçaneta da porta girando lentamente. Continuo andando e, assim que alcanço a varanda, a porta se abre.
Estou parada diante de uma menina pré-adolescente. Ela tem cabelos longos até o quadril, loiros e brilhosos. Seus olhos azuis são intimidadores e inteligentes, me avaliando de cima a baixo. Sua expressão é cansada e de quem chorou muito, pois bolsas escuras cobrem seus olhos claros. Tentando parecer firme, começa a conversa.
- Você é a tal senhorita Norah?
- Culpada – Digo com um misto de pena e simpatia na voz. Seu tom é vulnerável e triste – E imagino que você seja Martina.
- Como está meu pai? – Sem me responder, vai direto ao que lhe interessa – Ele não morreu, não é? Ele está bem?
- Sim, ele está bem. Foi apenas um acidente – Coro. Será que devo dizer que eu o atropelei? Por um minuto considero a situação, mas não me parece favorável já que estou acabando de conhecê-la – Está totalmente fora de perigo e vai precisar passar a noite no hospital porque foi uma pancada. Apenas precaução.
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Um Presente Para Norah (DEGUSTAÇÃO)
RomancePai solteiro de cinco filhos pequenos, Brandon Woods já não tinha esperança com as mulheres. Quando Leonora Raind cruza seu caminho uma centelha acende em seu gelado coração, porém Brandon não imagina os segredos por trás da mulher que encantou seus...