Capítulo 35

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Acordo no dia seguinte e olho as horas. Já esta bem tarde, mas não to nem ai.
Tomo um banho sozinha mesmo, por que não tem mas ninguém no quarto e eu não quero incomodar ninguém.
Foi difícil, mas eu consegui.
Meu pé esta doendo mas que antes por que eu coloquei peso demais nele e e não podia? Sim.
Mas eu sobrevivo.




- Lilinha?- chama minha vó.

- Oi vó, entra.

- Trouxe seu almoço.

- Obrigada vó.

- Reforçado, por você não ter tomado café da manhã.

- To com muita fome mesmo.

- Como esta se sentindo meu bem?- pergunta ela enquanto eu comia.

- Masf fou menosf.- digo de boca cheia.

- Que falta de educação, menina!- ela reclama.

- Desculpa. To mais ou menos.- falo depois de engolir.

- Seu pé ainda dói né?

- Mas do que antes.

- Por que?

- o médico disse que não era pra botar peso nele, mas eu tive que andar um pouco pra tomar banho sozinha.

- Por que sozinha? Tem cinco pessoas nessa casa, dispostas a ajudar e você faz isso?

- Não queria incomo...- ela me interrompe.

- Se fosse incômodo nós mesmo te colocavamos pra fora daqui.

- Essa fala é minha!

- Prove!

- Minha palavra é o suficiente.

- O mesmo que nada.

- Ah, obrigada vó!

- To brincando.

- Sabe, as vezes eu não te enxergo como uma senhora de idade. Te enxergo como uma melhor amiga pra quem eu conto meu primeiro beijo.

- As vezes?

- Na maioria das vezes.

- Olha meu anjo, me desculpe se eu não sou aquela vó perfeita, que faz bolo de fubá pros netos, ou conta histórias de quando era mais nova, ou até mesmo pra dizer: " Eu na sua idade, já trabalhava pra ajudar em casa". É que eu quero que me vejam como uma amiga, não como uma velha que vocês visitam de ano em ano e depois que ficar caduca, vocês largarem num asilo...- agora eu a interrompo.

- Como assim? Isso não foi uma reclamação, foi um elogio! Eu te amo assim, a Lua te ama assim, o Mike te ama assim, as meninas te amam assim, meus pais e o pai de Mike te amam assim. Você gosta de ser assim. Mudar pra que?

- Eu te amo, sua Olivia palito!- diz ela me abraçando de lado.

- Eu também vó!- digo sorrindo.



- Pronto!- digo entregando o prato e o copo vazio pra ela.

- Vou levar, quer ajuda pra descer?

- Não, vou tomar um remédio pra dor e descansar.

- Ta bom, melhoras meu anjo.- diz beijando minha testa.

- Obrigada, velha.- digo e ela sai.
Pego um remédio pra dor, tomo e escolho um livro pra ler enquanto o sono não vem.




Acordo com um barulho. Olho em volta e não tem ninguém.

- Hum...Hum...- alguém geme.

Ando pelo quarto atrás da pessoa, e os gemidos  ficam mais altos quando chego na porta do banheiro.

 Além Do Meu Mundo {Concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora