Capítulo 22

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Dias se passaram. A calma parecia, mesmo a tanto custo, mantida. Melanie estivera se sentindo mal, breves lapsos de tontura, e resolveu procurar um médico. Mesmo Harry insistindo pra ir com ela, ela negou.

Harry: Tem certeza? – Perguntou, ao vê-la saindo.

Melanie: Absoluta. É só um check-up, amor. – Disse, selando os lábios com os dela.

Harry: Qualquer coisa, me ligue. – Disse, atencioso. Melanie assentiu e saiu. Harry ficou parado no quarto, as mãos nos bolsos, pensando. Até que seu celular tocou. – Sim? – Atendeu, após por o aparelho prateado na orelha. – Ora, quem é vivo sempre aparece, Niall. – Disse, sorrindo. Ele foi andando até o banheiro, onde parou diante do espelho, pra ajeitar a camisa dentro da calça, se aprontando pra sair – Sério? – Perguntou, meio pasmo. Niall assentiu – Tudo bem, não direi nada a ninguém. Mas Samantha vai ter um derrame. – Ele riu gostosamente – Tudo bem. Estou indo pra empresa, agora. Melanie está bem, também. Ok. Até. Tchau.

Harry parou frente ao grande espelho do banheiro, fechando os botões do punho da camisa. Ele virou o rosto pro lado, e passou a mão em cima de onde estiveram as feridas dos arranhões de Melanie em seu rosto. Agora eram só três linhas vermelhas. Ele abriu uma gaveta da bancada, onde ficavam os remédios, e apanhou um pequeno tubo. Passou um pouco do gel transparente num dedo e espalhou-o no rosto machucado. Tapou o tubinho da pomada e pôs de volta no lugar. Então, quando ia fechar a gaveta, viu algo. Uma cartela de remédios, que indicava os dias da semana em que deveriam ser tomados. Anticoncepcionais. Ele apanhou, olhando. A cartela estava em uso. O ultimo dia usado fora uma quarta-feira. Hoje era quinta. Harry puxou a gaveta com força, tirando-a da bancada, e virou-a sob a mesma. Vários remédios caíram por ali. Ele empurrou aspirinas, a pomada, e remédios em geral pro canto. Achou duas caixas de anticoncepcional. Uma ainda lacrada, e outra aberta. Ele apanhou a caixinha azul na mão, com uma expressão incrédula no rosto. Porque inferno ela estava tomando aquilo, uma vez que ele esperara ansiosamente, após cada transa, que outro filho pudesse estar sendo gerado ali? Sendo que a cada gota de sêmen que deixava dentro dela levava uma gota de sua esperança?

Harry: Diabo, Melanie. – Rosnou, pondo a caixa no bolso e saindo do banheiro em um rompante, atrás dela.

O carro de Harry parou na garagem do hospital com um solavanco. Por causa de um maldito engarrafamento, não conseguira alcançar Melanie no caminho. Mas não importava. Ele entrou no hospital, pisando forte, tentando controlar a raiva. Então, no corredor vazio da área clinica, ele se bateu com alguém.

Liam: Desculp... ah, Harry. – Disse, ao ver o rosto do outro.

Ir atrás de Melanie ou matar Liam?

Harry: Devia olhar por onde anda, doutor. – Disse, irônico, a raiva cintilando em sua voz. Era melhor descontar sua raiva em Liam, antes de lidar com Melanie. Ela era frágil demais.

Liam: Imaginei que você estaria aqui. – Disse, pondo as mãos no bolso do jaleco branco – Vi Melanie há poucos minutos, está com o clinico geral agora. – Disse, o rosto perfeito curvando-se em um sorriso debochado. – Possessivo, você, não é? – Perguntou, fazendo graça – Não consegue deixá-la nem ir ao médico sem estar atrás, rondando-a como um corvo. – Criticou.

Harry: Ah, eu deixaria. Mas não num hospital onde aceitam ralé como você, pra ser o residente. – Alfinetou. O rosto de Liam não se abalou; um sorriso nasceu ali, os dentes faiscando.

Liam: O que há, não confia em si mesmo? – Perguntou, achando graça.

Harry: Não, em mim eu confio. Não confio em você. – Disse, tranquilo.

P.S.: Eu Te Amo (Livro 1)  [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora