Capítulo 27

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Parecia que havia tido um crime na frente da empresa de Harry, devido ao cerco policial. Haviam viaturas, homens, e um Harry com um rosto que parecia ter sido talhado em pedra. A reunião, tão importante, fora pro espaço quando ele tentou retornar a ligação de Melanie, sem sucesso. Ninguém sabia onde ela estava. Pedro voltara ao estacionamento, mas o carro de Melanie havia sumido.

Até pra Samantha Harry ligara, dentre pedradas e alfinetadas, a ruiva não sabia de nada. Tentou em casa, no ateliê, e nada. Ela pedira socorro, e ele não conseguia encontrá-la. No normal, a policia diria que eram necessárias 48 horas de desaparecimento para uma busca, mas agora até duas viaturas do FBI estavam ali. Como dizia Harry, tudo dependia de quanto se pagava. Ele deu a placa do carro de Melanie, uma foto dela, e berrou pra que a encontrassem pelo GPS. Foi tentado, mas alguém desativara o GPS do carro.

Harry: Encontrem ela. Agora. - Disse, com a voz baixa, mas foi o suficiente pra que todos ouvissem. Policia, FBI, e os homens contratados por Harry foram se dispersando.

Harry apanhou seu carro e saiu a esmo por Londres. Não sabia onde ir, não sabia o que fazer. Se algo acontecesse a ela... Ele não gostava nem de pensar. Rodou Londres de cima abaixo, e horas se passaram. A noite caiu, fria, e nem sinal de Melanie. Harry passou por ruas próximas ao fórum, ao ateliê, a sua casa, e até a rua pra qual ela sumira da ultima vez passou, e nem sinal. Estava, pra ser resumida, desesperado. A voz dela estava frágil, fraca... E Harry mataria o responsável por isso. O mataria com suas próprias mãos. Foi ai que o telefone tocou.

Harry: Sim. Onde? - Perguntou, duro - Estou indo. - Disse, e desligou o celular, sem esperar a resposta.

Ele freou o carro com tudo, os pneus cantando no asfalto, recebendo buzinadas nervosas dos que vinham atrás, e fez a curva, o motor rugindo debaixo de si. Um dos seus homens conseguira rastrear Melanie, Deus sabe lá como, e ela estava no raio que o parta, o mais longe possível dele, o que o fez afundar o pé no acelerador e só retirá-lo quando chegou no local indicado, tendo furado todos os sinais que encontrara na frente, e tendo certeza de ter atropelado alguém. Chegou lá emparelhado com a viatura do FBI. Visualizara o carro de longe. Ele pulou pra fora do seu, deixando-o ligado, com a chave dentro, e saiu em disparada correndo pela rua deserta, o sobretudo preto dançando a sua volta. As janelas do carro de Melanie estavam abertas. Ele entrou em pânico quando viu que ela estava desacordada. Abriu a porta do carro e a pegou, mole, nos braços.

Harry: Ma Belle? - Chamou, apoiando o corpo mole dela no carro - Melanie, pelo amor de Deus, acorde. - Implorou, passando a mão no rosto dela. Estava fria.

Policial: Olhe isso. - Disse, e Harry o olhou. O policial ergueu a mão, tirando uma ampola, do tamanho de uma capsula de remédios com uma agulha na ponta, afundada no ombro de Melanie. Harry viu a marca que ficou, e sentiu o estomago embrulhar; era uma marca idêntica a de um chupão. Ela lhe dissera a verdade, apagara no carro. O policial olhou a ampola, examinando - É sonífero. A venda disso foi proibida. - Constatou - ALGUÉM CHAME UMA AMBULÂNCIA! - Ordenou, se virando pras viaturas que se cumulavam agora.

Harry: Melanie. - Disse, sacudindo-a. - Ma Belle, acorde. - Disse, erguendo seu rosto. Ela continuava mole - Por favor, acorde. - Pediu, com a voz falhando.

Mas nada aconteceu. Ele aninhou ela em seu colo.

Harry: ONDE ESTÁ A MALDITA AMBULANCIA? - Rugiu.

Policial: A caminho, senhor.

Harry: A caminho é muito pouco. - Rosnou.

Melanie: Harry. - Gemeu. Harry baixou o rosto pra a esposa em seus braços.

Harry: Ma Belle, pode me ouvir? - Ela, parecendo fazer um enorme esforço, assentiu uma vez - Vai ficar tudo bem. Eu vou cuidar de você. Melanie, após um instante, entreabriu os olhos azuis, focalizando-o borradamente a sua frente - O que há? - Perguntou, a voz tremula de preocupação.

Melanie: Tontura. Sono. - Disse, com a voz quebrada. Ela o olhou por um breve instante, e não aguentou, caiu no sono outra vez.

Harry: Tudo bem. - Disse, se abaixando pra apanhá-la no colo.

Sem dar explicações, ele pôs ela em seu carro, no banco do carona, e cantou pneus dali, só parando na porta do hospital. Entrou com ela no colo, berrando por um médico. Não entregou Melanie quando Liam apareceu. Liam discutiu com ele, lhe lembrando de que era o médico, e o estado de Melanie; Só quando a cabeça de Melanie pendeu em seu braço, caindo pra trás, os cabelos dançando no ar, ele concordou. Melanie foi pro soro, e meia hora depois acordou, deitada em uma cama do hospital. Harry estava ao seu lado, segurando sua mão. Ela gemeu pela dor no ombro, e ele a observou, atento.

Harry: Me vê? - Perguntou, vendo o rosto aturdido dela. Melanie assentiu, os olhos nele - Ma Belle, quem fez isso?

Melanie: Eu não sei. - Disse, rouca. - Não havia ninguém lá. Só deu tempo de ligar pra você. Eu tive medo. - Confessou.

Harry: E agora? - Perguntou, acariciando-lhe o rosto.

Melanie: Está passando. - Disse, suspirando.

Harry: Durma tranquila. Eu estarei aqui, esperando você. - Disse, beijando os cabelos dela - Sempre.

E ela dormiu. Ele velou o sono dela. Estava tudo bem. Por hora.

P.S.: Eu Te Amo (Livro 1)  [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora