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  '"A comunicação com a terra demora cerca de algumas horas para chegar até nós, e vários dias para chegar até eles, nunca entendi muito bem isso, eu não sou a expert quando o assunto é espaço, ou contínuo espaço tempo, eu sou boa mesmo é com plataformas, construções, desenhos, e contas, só sei que quando voltar para a terra, tudo estará diferente, o país que eu conhecia não estará mais o mesmo, terá se passado anos, décadas, e tudo o que conheço morreu ou está quase, também não me importo, no momento em que retornarei tudo estará velho e eu nova, é estranho isso não ? Eu penso nisso desde o momento da primeira comunicação com a terra, logo após as primeiras pessoas terem sido resgatadas, viver aos 100 anos é uma conquista para poucos, e eu terei essa idade ainda nova, antes mesmo de chegar aos 50 anos de aparência, o tempo aqui é muito diferente do da terra, é mais lento, e sem contar a beleza desse lugar, as variadas espécies que habitam ele, e todo o mistério que mora nesse planeta"

  Eu li isso do diário que Aline escreve, ela vai nele de dia e noite, ela deixou ele aberto em cima da mesa e aproveitei para dar uma espiada.

  Os soldados que levaram as ferroadas daqueles animais que parecem aranhas, vem só se agravando o estado deles, os cientistas e biólogos que estavam aqui antes foram chamados para ver a situação deles, eles disseram que nunca tinham visto tal cena ou ferimentos, e deram a opção de matar os soldados que estavam sofrendo, então começou uma discussão por vidas desnecessárias, eu sei que isso é um pouco frio da minha parte, e eu não era o único que pensava assim.

  Trouxemos os sobreviventes durante o dia, a discussão foi a noite, e enquanto todos dormiam, alguém com uma faca degolou os dois soldados atacados, e como a noite aqui é sempre muito longa, mais até que o dia, Kleber acordou e foi no banheiro, e viu uma luz acessa no quarto onde estavam os feridos, ele foi lá e encontrou 2 poças de sangue no chão, ele vendo o que tinha acontecido voltou acordando a todos gritando:

– AEEE ! MATARAM OS SOLDADOS FERIDOS, MATARAM OS FERIDOS – Disse ele segurando uma pistola 9mm.

– Calma rapaz, solta a arma, vamos ver o que aconteceu, e então conversamos sobre, Ok ?– Disse o capitão europeu.

  Ele abaixou a arma, fomos até os falecidos, eles eram europeus, ficamos conversando e discutindo quem pudesse fazer tal atrocidade com tamanha frieza, esse nem foi o ponto alto da noite, porque o que chamou a atenção de toda a tripulação, foi fato deles estarem mais inchados do que um cadáver normal.

  Um biólogo europeu então foi dissecar um deles, assim que ele enfiou a faca na barriga de um deles, e o abriu, ele estava cheio do que parecia caroços pretos entre os órgãos e ossos, e o  mais estranho é que são todos do mesmo tamanho, então o outro biólogo europeu fez o mesmo no outro corpo, e ele tinha os mesmos caroços dos mesmos tamanhos e nos mesmos lugares, o capitão brasileiro perguntou fazendo cara de nojo:

– Mas o que é isso?

– Não sei, ele está pulsando– Disse o biólogo encostando nos caroços.

– Pulsando ?– Disse o outro biólogo também encostando nos caroços– Pior que estão mesmo... Merda não são caroços, são ovos.

– OVOS ? Porra, o que fazemos com isso ?– Disse o capitão americano.

– Eu sugiro deixarmos eles em confinamento para estudarmos essas criaturas– Disse um cientista sobrevivente.

– Aqui na nave ? HAHAHA, você está louco ?– Disse o capitão brasileiro.

– Qual o problema capitão ?– Disse um dos cientista levantando a voz.

– Estamos em uma nave, com capacidade de pessoas estourada, se esses ovos se chocarem e seja lá o que tiver ali dentro  escapar desse "confinamento", será perdida quantas vidas para esse seu estudo de merda ?– Disse o capitão olhando no fundo dos olhos do cientista.

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