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  Depois de 7 horas que eu estou acordado, finalmente amanheceu, não dava para ver o sol, somente a luz dele por causa da mata fechada, desde quando chegamos não saímos da mata, isso estava prestes a mudar, o acampamento estava longe, 8 quilômetros e meio da nave, então partimos com 12 soldados, ficaram 3 soldados para proteger a nave, não sabíamos o que iríamos enfrentar, quanto tempo íamos ficar fora e se houvesse sobreviventes, então estávamos levando suplementos para o dia e noite.
 
  Na mata não demorou muito para começar a aparecer animais, alguns nos observando, outros simplesmente passando por ali, tinham muitos nas árvores, em todos os lugares se ouvia assovios, ruídos, e galhos quebrando, dentro da mata ficou tempo todo somente aparecendo e sumindo animais, nenhum animal ainda bem cruzou o nosso caminho ou tentou nos atacar.
 
  Foram 2 horas de caminhada dentro da floresta andando 2,5 quilômetros, assim que saímos dela havia uma vegetação completamente diferente, era um campo aberto com a cor da grama vermelha, as árvores são distantes, e com cores muito escuras e vibrantes, tinham muitos morros e montanhas, mas onde o mais belo é o céu, havia 1 sol e 2 planetas, não em um só lugar, mas sim espalhados pelo céu.

– É lindo aqui, não é ? Me chamo Kleber, e você qual o seu nome ?- Ele do meu lado estende a mão me cumprimentando.

– Douglas, e sim é lindo aqui.

– Por que você foi selecionado para essa missão ?– disse Kleber.

– Sou muito ágil e silencioso, eu também não costumo errar um tiro, e você por que está aqui ?

– Tenho a melhor pontaria, e o dedo mais rápido... E os outros 3 que estão vigiando a nave ? Eles também são brasileiros ?

– 2 deles eu acho que sim, o outro é americano, o brasileiro está ali na frente.

– Sabe o por que deles serem também selecionados ?

– Não faço ideia...- Eu falo.

  Andamos cerca de 6 quilômetros, chegamos em um morro, o capitão americano disse:

– O acampamento está logo depois desse morro, ele não é muito muito alto, só tomem cuidado na hora da descida.

  Começamos a subir e ao mesmo tempo todo o céu foi se enchendo de nuvens cinzas rapidamente, assim que chegamos no topo do morro o céu estava completamente tampado e todo cinza, descemos e olhamos para baixo e lá estava o acampamento, aparentemente está em perfeito estado.

  Descemos até ele, e ele estava realmente em perfeito estado, sem nenhum dano, entre a primeira porta e a segunda tem uma sala onde eles vestem os trajes com capacetes, depois que passamos da segunda porta, estava uma bagunça, como se tivesse acontecido uma briga ali, tinha marcas de tiros nas paredes e cápsulas no chão, procuramos em todo o lugar por alguma marca de sangue, só que não tinha, então um soldado americano saiu pela porta dos fundos, e lá tinha várias árvores, só que algumas delas chamou a atenção dele, tinha muitos pássaros voando por cima delas, ele chamou a equipe.

– GENTE... GENTEE– Disse ele gritando.

– O que houve ?– Disse o capitão brasileiro.

– Tem algo de errado naquelas árvores, os pássaros só ficam rodeando assim quando tem carniça– Disse ele apontando para as árvores.

– Vamos todos para aquelas árvores– Disse o capitão.

  Então fomos, elas não estavam longe, uns 300 metros,  Kleber foi conversado comigo.

– Que estranho não ter ninguém lá– Eu disse para Kleber.

– O mais estranho ainda, é ter marcas de tiros e nenhuma mancha de sangue. - Ele responde.

– Será que ficou cheio de animais e eles fugiram ?– Pergunto confuso.

– Não, eles teriam voltado, estava em perfeito estado lá, com mantimentos e água, eles não deixariam tudo isso para trás.

– Será que os pássaros estão rodeando os corpos de alguns deles ?

– Por que eles seriam trazidos para cá ? Para morrer, se fosse eu, eu já tinha poupado trabalho e matado lá no acampamento mesmo.– Responde Kléber sorrindo.

– Isso está ficando estranho... Puta que me pariu– Eu disse olhando fixamente para as árvores.

  Em cada árvore tinha uma parte do corpo, era só uma pessoa, o que fez isso abriu ela inteira, o coração estava sendo comido por insetos, o intestino estava esticado entre duas árvores, a cabeça espetada num galho faltando os olhos, as pernas estavam no chão, as mãos penduradas por seus tendões nas árvores, uma mão em cada, e os braços estavam enterrados no chão.

– Vocês acham que um animal fez isso ?– Disse o capitão brasileiro.

– Você não está achando que um deles fez isso né ? Eles são dá mesma equipe, eles não fariam isso com ninguém– Disse um soldado americano.

– A essa altura não duvido de mais nada, é só você olhar á sua volta – Disse Kléber.

– Gente, vieram quantos na primeira equipe ?– Eu perguntei.

– Vieram metade da segunda equipe enviada. Ou seja, veio 40 pessoas– Disse o capitão americano.

– Esse até agora foi o primeiro, vamos procurar os outros 39, e analisar o que aconteceu, vamos voltar até o acampamento e pegar o máximo de mantimentos, munições e granadas que conseguirem– Disse o capitão brasileiro.

  Voltamos até o acampamento, pegamos tudo o que era necessário, e voltamos aonde estava o corpo.

– Olhem ! Tem um rastro de sangue bem ali– Disse o soldado brasileiro, apontando para o rastro.

– Fiquem alertas, não sabemos o que fez isso e nem porque, só sabemos que ele está ainda com os tripulantes–  Disse o capitão americano.

  Seguimos o rastro que levava para as montanhas, todos com os dedos nos gatilhos, uns com medo, outros enjoados com a cena.

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