05. Ela ouve uma sugestão

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Enquanto ela lia as entradas, o garçom tatuado apareceu novamente.

— Desejam fazer o pedido agora?

— O que você sugere?

Arthur olhou para os lados, depois para o velho maître e inclinou-se como se desejasse fazer uma confidência a um chefão da máfia. Jos recuou, estranhando a aproximação repentina do garçom.

— Sugiro que vocês atravessem a rua e experimentem o calamari do restaurante grego aqui da frente — disse ele. Jos olhou para o rosto de Arthur e viu que, escondida sob uma fina camada de maquiagem, havia uma pequena âncora cor-de-rosa tatuada na maçã de seu rosto. — É sério. Vocês não vão se arrepender.

— Você sempre tenta afastar os clientes do restaurante em que trabalha? — Ela riu e baixou o menu. — Aliás, o que diabos é um calamari?

— No duro? — perguntou ele. Ela franziu o cenho para aquela frase que poderia muito bem ter saído da boca de um adolescente. Jos assentiu e Arthur continuou: — Anéis de lula empanados.

— O que aconteceu com comidas normais? — perguntou ela, fazendo careta. — Risoto, massa, pizza...

— Sei que parece bizarro, mas é muito bom — acrescentou ele, dando de ombros. — Melhor do que esses vômitos de gato do Jean.

Ela riu.

— Alta gastronomia tem suas desvantagens.

— Respeito todos os anos de estudo de Jean, mas prefiro a comida da minha mãe. — Ele riu. Jos franziu o cenho. — Ah, ela é quem prepara o calamari e os outros pratos do restaurante. Você e seu namorado estão perdendo o maior tempo aqui.

— Meu namo...? Christian não... — começou ela, sem graça.

— E aí vem ele — disse Arthur.

Jos virou o rosto e percebeu que Christian voltava para a mesa, os lábios apertados numa linha insatisfeita. Ela suspirou e colocou um sorriso no rosto. Lá vamos nós de novo.  

Eu, Você e o Garçom | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora