03. Ela percebe que o cara entende

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— Boa noite, senhores — disse o garçom, as mãos atrás do corpo. — Meu nome é Arthur e serei o garçom de vocês esta noite. Aqui está a carta de vinhos, senhor.

Ela colocou o guardanapo no colo enquanto Christian escolhia um vinho qualquer, e aproveitou para olhar ao redor. Diversas mesas redondas, postas com a tradicional toalha branca, enchiam o salão. Mas não há ninguém aqui além de nós.

Assim que o garçom voltou com o vinho, ela percebeu que Christian sorria em sua direção.

— Vinho do Porto — suspirou ele, como se aquilo o remetesse a uma boa lembrança. — A região do Douro é linda nesta época do ano. Portugal realmente tem meu coração.

Jos assentiu, apesar de nunca ter visitado o lugar. O mais longe que havia viajado fora para uma praia badalada no Caribe com Meghan, sua melhor amiga. A extravagância sugara boa parte do salário delas. (Sempre muito extrovertida, Meghan havia sumido assim que conhecera um italiano bonito o suficiente para deixar Jos mofando no hotel.)

Não compartilhando do mesmo amor por Portugal e sem saber o que dizer, ela sorriu para o próprio cálice vazio.

— Realmente, deve ser encantadora.

— Exatamente como você, Joséphine. — Ele sorriu, e ela ficou terrivelmente sem graça. Christian fechou os olhos por um momento, outro sorriso encantador se moldando em seus lábios perfeitos. — Estou indo rápido demais com os elogios?

— Bem, talvez — concordou ela, sorrindo. — Acho que não estou acostumada.

Os gélidos olhos cinzentos de Christian brilharam, perscrutando o interior da alma de Jos. Por fim, ele disse numa voz aveludada:

— Pois deveria. Mulheres como você deveriam ouvir apenas elogios, Joséphine.

Ela corou e desviou o rosto. Aquele cara melhorava a cada segundo que passava.

Eu, Você e o Garçom | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora