06. Ela descobre algo de podre no filé

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— Sinto muito pela interrupção. — Christian alisou o terno, sentando-se novamente. — Os japoneses realmente não gostam de perder tempo. Você já fez o pedido?

— Não. — Ela sorriu e olhou para Arthur. — Na verdade, eu estava pedindo uma...

O olhar de Christian para o garçom foi tão frio que Jos se calou.

— Ótimo. — Os olhos de Christian reluziram e sua voz soou como uma ordem: — Começaremos com escargots à la bordelaise, seguido de um filet de boeuf Rossini, foie gras e trufas. A sobremesa pode ser algo simples, como um crème brûlée ou mousse au chocolat. Para acompanhar, traga uma garrafa de sauvignon blanc. — Ele fez uma pequena pausa dramática e encarou o garçom. — Diga a Jean para dar o seu melhor.

Christian fez um gesto irritado com a mão, dispensando Arthur, mas Jos interveio antes que ele fosse embora:

— Por que não comemos outra coisa?

— Como?

Ele tinha as sobrancelhas bem delineadas erguidas, como se não houvesse entendido. A voz autoritária de Christian rompera a aura de perfeição que Jos criara no início do jantar. Bem, uma hora ou outra alguma merda aconteceria.

Com o canto dos olhos, ela percebeu que Arthur tentava conter um sorriso. Christian, por outro lado, mantinha a expressão confusa e autoritária no rosto bem talhado. Jos deu uma olhada no menu refinado.

— Não sou muito fã de caracóis e fígado de ganso. — Ela riu. — Por que não comemos uma salada na entrada e peixe no prato principal?

Escargots e foie-gras são iguarias da culinária francesa — respondeu Christian, o rosto impassível. Antes que Jos argumentasse, ele sorriu como se estivesse lidando com uma criança teimosa e segurou seus dedos por cima da toalha branca. — Confie em mim. Sei do que você precisa, Joséphine.

— Me chame de Jos — retrucou ela, recolhendo a mão. — Não gosto que me chamem de Joséphine.

Então, silêncio.

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