13. Ela prefere camarões

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— Estou muito feliz pela noite de hoje. — Ele sorriu daquela maneira encantadora. — Realmente pude conhecê-la melhor e posso dizer, se me permite a ousadia, que sou quase um perito em você.

Jos fechou a cara. Ela não havia pronunciado nem uma dúzia de palavras naquele encontro idiota, e ele tinha a presunção de dizer que a conhecia. Christian gosta muito do som da própria voz. Que tristeza. Jos lançou-lhe um sorriso amarelo e olhou para Arthur, que não tirava os olhos dela.

— Oh, sei o que você está olhando. — Christian inclinou o corpo como se fosse contar uma fofoca. Jos gelou. — O garçom realmente é um tipo estranho, não?

— O que você quer dizer com isso?

— Esse tipo de gente é tão esquisita! — Ele riu. — Todas as tatuagens e aquele bigode terrível deveriam ser um crime. Não se deve confiar nesse tipo de pessoa. Ele parece um tapete persa, mas ninguém aqui reclama porque o rapaz é amigo de Jean.

Jos ficou em silêncio. Se antes sentia apenas tédio estando com Christian, agora sentia nojo. Ela bebeu um gole de vinho e sorriu.

— Não gosta de tatuagens, Christian?

— Ah, claro que não! — Ele riu, endireitando-se na cadeira. Christian ergueu o braço, chamando Arthur. — São pura mutilação e falta de bom gosto.

Jos sorriu de volta e engoliu em seco. Christian entregou o cartão de crédito a Arthur e sorriu para ela, apoiando o cotovelo esquerdo na mesa. A manga de seu terno de grife desceu, e Jos vislumbrou o brilho de um relógio caro em seu pulso.

— O que acha de irmos até meu apartamento? Tenho uma coleção de vasos chineses que são magníficos.

Jos não respondeu de imediato. Arthur demorava-se na mesa, avaliando as informações do cartão. Depois daquela noite, tudo o que ela sentia por Christian era nojo.

A vantagem dos camarões sobre homens como Christian é que, com os camarões, raramente há indigestão após comê-los. Ligeiramente bêbada e irritada, Jos sorriu e baixou a taça na delicada toalha branca.

Estava na hora do Mister Universo ouvir algumas verdades.

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