Natasha

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Pov America

Não é como se eu estivesse com raiva de Alex, eu não estou, mas não acredito que ele realmente fez o que fez. Passei a manhã deitada, a me recuperar se todas as brigas do dia anterior, mas nada poderia me fazer relaxar. Então quando ele finalmente chegou do escritório antes do almoço e me contou o que aconteceu, fiquei furiosa.

Estava agradecida pelas coisas terem finalmente acabado, ou pelo menos parcialmente, mas grata por enfim poder parar de discutir com Maxon, por ele enfim aceitar que agora eu tenho uma vida e que ela não envolve, mas uma parte de mim não pode de ficar desapontada por não ter feito parte de tudo.

Enquanto os dois decidiam meu futuro, eu estava deitada lendo um livro, como se o que eles conversassem não me importasse. O que é uma completa mentira, porque o que mais quero é que possamos finalmente esclarecer tudo. Eu tinha o direito de dar minha opinião, o direito de concordar e discordar. Inspiro. Afundando meus problemas para mais dentro de mim e abrindo um sorriso. Já passou afinal, e não importa o que eu falaria ou faria, o acordo já foi selado e nada importa.

O almoço correu em silêncio. Acho que ninguém tinha muita coisa para dizer, mas não fui a única que reparou a energia renovada ao redor de Maxon. Todos perguntaram o que aconteceu, abismados e felizes ao mesmo tempo, mas ele só respondia que nada tinha acontecido, que tinha dormindo bem e nada mais. Ele poderia ter encontrado uma desculpa, mas quem sou eu pra dizer isso para ele.

Depois da refeição, Alex voltou para o escritório. Algo sobre ter passado um mês inteiro não fazendo nada e agora ter que repor tudo. Tentei convencê-lo de que um dia a mais sem fazer nada não faria muita diferença, mas ele não me escutou.

Eu o admiro por sua responsabilidade, mas não nesse momento. Deixo Nastia com uma babá e me dirijo para o escritório de Alex. Não tenho o que fazer então ele também não terá. Bato na porta. Ninguém atende. Bato novamente. A mesma coisa. Então decido abrir.

Giro a maçaneta e a abro, me deparando com a última coisa que pretendia ver. Alex está sentado na sua poltrona, como sempre faz, a novidade é a loira sentada em seu colo. Seus rostos estão próximos, muito próximos, quase se beijando. Não consigo ver o rosto de Alex, mas consigo ver o sorriso cínico de Natasha. Minha boca se abre e perco o dom da fala. Permaneço parada, esperando ser notada ou conseguir formular uma frase. Todo o meu mundo cai e pela primeira vez consigo entender como Maxon deve ter se sentido ao me ver com Aspen. Destronado. Arrasado. Quebrado. Todos os adjetivos possíveis não parecem se encaixar no que sinto no momento.

Todo o sentimento de traição de raiva se passou em um segundo pela minha mente, o tempo suficiente para que Alex notasse o barulho e se virasse para ver o que acontecia. O susto e o desespero em seus olhos pareciam com os meus exatamente iguais ao dia da escolha. Ele tenta dizer alguma coisa e imediatamente joga Natasha no chão, que cai sem tirar o sorriso do rosto. Sorrio triste e saio correndo. Pode parecer covardia estar fugindo, mas eu não aguentaria dizer nada, ou ouvir qualquer coisa que ele teria para falar.

Não sei para onde vou, só sei que meus pés se mexem mais rápido do que jamais os vi antes. Intuitivamente chego ao jardim, e sinto que posso finalmente me deixar cair no chão, abraçada à grama. Tinha certeza de que o tinha despistado, mas ali estava ele. Em pé na minha frente, me encarando sem saber o que dizer.

Pov Alex

_America. - abro a porta do quarto para encontrá-la do mesmo jeito que a deixei: jogada na cama.

_Você está de volta. - ela se levanta e caminha em minha direção, claramente feliz por ter companhia. -Nastia trabalhou direitinho?- semicerro o olho, sem a certeza de como explicar para ela sobre Maxon, então decido ser direto, e jogar as palavras na esperança de que ela não as entenda.

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