A revelação- Maxon e América

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 _O que acha de agora?

Fecho os olhos e me xingo mentalmente. Por ser estúpida e ter falado alto, por não ter contado a verdade e principalmente por querer que a verdade continue escondida.

Marlee e Celeste alternam seus olhares entre nós para depois se entreolharem, tentando descobrir o que fazer agora.

_Cel, esqueci de trocar a fralda do Kile, será que poderia...- Marlee se levanta e puxa Celeste junto.

_Mas existem babás para isso!

_Cala a boca e anda. - as duas saem rapidamente, sem antes me olharem em apoio. Enquanto isso, Maxon continua no mesmo lugar, imóvel. Seus olhos são duros e frios, completamente doloridos. Sua postura é rígida, poderia muito bem dizer que é uma estátua se não visse seu nariz respirando rápido, numa tentativa de se controlar.

_O quanto ouviu?- finalmente corto o silêncio.

_O suficiente. - responde ríspido Assinto e continuo calada, esperando que ele exploda, mas ao invés disso, ele me entrega sua mão e pede que eu o acompanhe. O olho sem entender.

_Não quero discutir aqui. Se eu ouvi sua conversa, não duvido que todos do castelo nos ouçam gritar. - penso por um tempo e chego a uma conclusão de que ele está certo, ninguém mais precisa ficar sabendo do que aconteceu. Me levanto, esquecendo sua mão, que ele rapidamente recolhe, e caminho para a porta. Não preciso olhar para trás para saber que ele me segue. Giro a maçaneta para abrir a porta, que havia sido fechada por minhas amigas, e adivinham minha surpresa ao encontrá-las ali. Assim que a porta range e se movimenta, duas figuras gritam e são jogadas para dentro do cômodo, caindo no chão, uma em cima da outra.

_Ai! Sai de cima Marlee! Você não é tão leve assim!- Celeste reclama e joga o corpo da amiga para o lado, que bate a cabeça no chão.

_Você também não é tão magra assim não!- Ainda no chão, Marlee responde brava, enquanto bota a mão na batida, se certificando de que não há ferimentos.

_O que estão fazendo aqui?- pergunto sem paciência.

_Ouvindo a briga, é claro. - Celeste responde como se fosse completamente ridículo se a resposta fosse outra.

_Que pena, mas vocês não vão ouvir nenhuma briga. -Respiro fundo e percebo que Maxon se afastou. - Preciso que procurem Alex. Ele está na reunião. Interrompam. E digam que é urgente, que Nastia está em perigo, que descobriram. Ele vai entender. Diz que estou no meu quarto. - As duas correm pelo corredor atrás da sala de reuniões e sigo o caminho oposto, em direção do quarto.

O resto do trajeto foi todo em silêncio, nenhum dos dois ousou dizer nenhuma palavra, e em parte fiquei feliz. Você passa tanto tempo enrolando, que na hora em que está para acontecer, você só quer enrolar mais. Não sei o que dizer muito menos o que pensar, e Maxon não parece estar melhor. Ele anda de cabeça baixa, com os olhos para o nada, completamente perdido.

Já estávamos a um tempo sentados no quarto, sem saber o que falar. Até que ouço as risadas. De todos os sons que esperava ouvir nesse momento, uma risada não estava na lista. Olho para Maxon confusa, mas ele só ri.

_Porque está rindo? Ele consegue se acalmar para me responder.

_Por quê? Porque desde que cheguei aqui, você vêm me culpando por tudo! Eu errei nisso, eu errei naquilo. Porque eu minto e eu sou a causa de toda a sua desgraça. Mas agora? Agora quem mentiu, escondeu e causou a minha desgraça? Quem, America?- ele se aproxima, passo a passo, descontrolado em raiva e tento me afastar, mas ele avança. Abaixo os olhos, envergonhada. - Hipócrita. - sussurra baixo para mim, em uma distância de milímetros de distância do meu rosto. O empurro.

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