Kriss

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 Pov América

Saí do salão o mais rápido que pude aquele dia. Claro que fiquei emocionada com todo o coro, mas acabei de expulsar uma pessoa de um país que nem ao menos é o meu. E ela nem sabe ainda! Acabei dormindo do mesmo jeito que estava, só retirando o vestido e ficando de langerie, dispensei minhas criadas e me joguei debaixo dos cobertores para acordar na manhã seguinte com um gosto amargo na boca.

Estendo o braço esperando tocar Alex, mas só encontro os lençóis remexidos. Olho para o relógio na cabeceira e constato que já está quase na hora do almoço. É claro que ele não conseguiria ficar deitado até essa hora. Como se sentissem minha presença, Mary e Anne entram no quarto.

_Está melhor senhorita?- pergunta Anne.

_Para falar a verdade, sim. Estava precisando de uma boa noite de sono. - respondo sincera e quase que combinado, as duas se entreolham e me lançam olhares maliciosos. - Parem com isso! Não é nada do que estão pensando. - coro.

_Se nos apressarmos consegue chegar para o almoço. - Mary diz abrindo meu armário jogando as combinações de roupa em cima da cama.

_Ótimo. - troco de roupa e muitos minutos estou pronta para descer. - Sabem onde está Alex?- pergunto.

_A última vez que o vimos ele estava no escritório com Anastacia. - respondem e se retiram. Se ele realmente estivesse no escritório, que é exatamente ao lado de nosso quarto, somente uma porta de conexão os separando, ele teria ouvido a movimentação e viria me ver. Mas não custa tentar. Abro a porta lateral do quarto e vejo o corpo de Maxon se virar assustado para mim.

_Achei que fosse outra pessoa. - suspira aliviado e se volta para um tapete estendido no chão, cheio de brinquedos, onde Nastia está deitada.

Dou de ombros e caminho até ele, que continua brincando com minha filha, que não consegue parar de rir. Ela parece tão feliz e ele, tão diferente de quando o revi, do dia em que apareceu pálido, fraco e mal-humorado para o baile. O mesmo que Maxon que vi brincando alegre com os sobrinhos.

_O que está fazendo aqui?- me sento na poltrona.

_Alex disse que poderia vê-la durante as manhãs. Posso sair se quiser?- ele se levanta pronto para sair.

_Não fique. - digo e ele se senta novamente.

_Obrigada.

_Porque está sozinho aqui?

_Porque ninguém pode saber?- noto um tom de raiva em sua voz, mas decido ignorar.

_Eu quis dizer, porque Alex não está aqui. - explico.

_Acho que ele não gosta muito de mim. - ri para si mesmo. - O que eu acho uma completa estupidez. - dá de ombros. - Afinal, não sou mais uma ameaça, sou?- noto o último respingo de esperança em sua voz, mas não consigo retribuir.

_Me desculpe. - digo de cabeça baixa.

_Não precisa se desculpar por isso, afinal eu causei tudo isso, como você adora me relembrar. - acusa sem olhar nos meus olhos.

Não o respondo, na verdade me levanto e sento ao seu lado o chão. Esquecendo completamente todo o trabalho que minhas criadas tiveram para me aprontar.

_Ela já te reconhece. Isso é bom. - comento e vejo um sorriso brotar em seus olhos.

_Passei bastante tempo com ela nos últimos dias. Quero que ela se lembre de mim, do meu rosto, porque em pouco tempo irei embora e quero que ela reconheça o pai na próxima vez que o ver.

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