Sonho Simbólico

213 41 290
                                    

Eu estava amarrada não agora em uma cadeira, mas sim em um carro. Estávamos sendo sequidos por alguns outros psicopatas que sequer fizeram questão de se identificar. Afinal, descobri o nome do agente Young (ou seja lá quem ele for). Sam, ou como Dean o chama, Sammy.

Eu estava no banco de trás, ao lado da mulher loira que parecia ter tanta raiva guardada de mim. Ou de Kate. Uma vez ou outra nossos olhares se encontravam, mas ela fazia questão de desviar e fingir estar olhando a paisagem. E bom, o tal homem mágico fez novamente aquele seu truque legal e desapareceu de novo.

Eu sequer sabia para onde estávamos indo. Eu sequer sabia como eu ainda não estava implorando para voltar para casa e falar sobre essa experiência traumática que eu passei com Teresa. Pela minha amada teoria do big bang, eu deveria estar em prantos e desesperada. Mas eu estou aqui, não tão calma quanto eu queria mas também não tão afobada quanto eu deveria.

— É isso? Vamos ficar calados toda a viagem? Isso está mais chato do que o Sam sem sexo. Vamos parar.

Segurei o riso com a fala de Dean, o agente falso do FBI e um provável fugitivo do hospício. O outro agente que estava ao seu lado, Sam, apenas revirou os olhos e prestou atenção nas pessoas que estavam nos perseguindo, vendo se tínhamos conseguido despista-los ou algo parecido.

— Quer falar, Dean? Podemos falar de Castiel, o seu pudinzinho, certo? — disse Catarina com seu sotaque britânico recheado de ironia, que recebeu apenas um olhar repreensivo daquele que dirigia e que incentivou a conversa.

Em um momento eles pareciam estar tão sério e em outros essas pessoas dentro do Impala 67 pareciam crianças brigando por algum doce qualquer feito por sua vó na véspera do natal.

— Vamos para a capital, temos mais chances de sumir na multidão lá — disse Sam, que estava com o mapa de Indiana em suas mãos. Sair de Evansville? Sem ao menos avisar qualquer pessoa? E ir para Indianópolis?

Isso definitivamente é um sequestro.

— Não, não vamos. Isso não é férias de verão, seus retardados. Eu tenho um trabalho, então vocês vão dar meia volta com o carro, acabar com quem seja lá que está nos perseguindo e me deixar de volta na minha casa. E eu penso se não dou queixa na polícia — digo, um pouco exaltada. Ótimo, eu vou ficar nervosa e vou entrar em um ataque de pânico. Brilhante. Genial. Incrível.

— Calma, princesa. Você está segura com os retardados aqui — diz Dean, de maneira irônica com um sorriso sarcástico no rosto. Reviro os olhos, se eu estivesse com as mãos disponíveis eu mostraria o dedo feio para ele.

— Lucy, você não entende agora, mas nós estamos protegendo você — agora quem fala é Sam, com a sua voz calma e serena. Ele transmite uma sensação boa para mim, sei lá. Acho que nele eu posso confiar.

Fico quieta, sem falar nada. Por um momento, eu olho para trás e percebo que não estamos mais sendo seguidos por qualquer pessoa. Comemoro mentalmente o fato de outros loucos não me perceguirem e bocejo, realmente estou morrendo de sono. Ri de mim mesma nesse instante. Eu tô com tanto sono que nem consigo raciocinar direito e de maneira lógica.

Antes de apagar, lembro das noites em que Jane e eu fazíamos maratonas de filmes. Ela sempre quis viver em um filme de ação onde tivessem verdadeiras perseguições e alguns tiros com armas de verdade. Se ela estivesse aqui, eu diria para ela que na verdade perseguições são um pouco tediosas.

Finalmente durmo e como nunca, sonhei com Jane. No meu doce sonho, ela estava com o vestido verde que eu havia dado à ela no natal do ano passado. Não sei o porquê, mas eu havia decidido que verde seria a cor dela. Talvez pelo significado, onde o verde representa esperança.

Black Sea ❖ SupernaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora