Chamada de Emergência

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A loira e eu estávamos agora em uma fazenda abandonada no sul da Carolina do Norte. Eu já estou conseguindo aos poucos administrar meus sentimentos, então eu já estou de volta no controle. Não tem nenhuma Kate aqui, embora eu saiba que ela é e sempre será um pedaço de mim.

— Você está bem? — perguntou Cat, com os seus olhos me encarando seriamente. Quando eu vi a retrospectiva da vida de Kate, eu pude sentir o que ela sente pela Catarina. E eu queria dizer que não sinto o mesmo, mas seria uma bela mentira.

Eu contei tudo o que aconteceu para ela, pois mesmo eu não sendo totalmente a Kate, os sentimentos que a mesma tinha pela loira estão em mim, então de uma maneira ou outra eu confio nela. É estranho, já que eu tecnicamente levei uma surra dela, mas o que não tem sido estranho ultimamente?

Concordo com a cabeça, afirmando que eu estou bem. O que não é uma verdade concreta, porém eu prefiro manter essa parte para mim. Cat já sofreu por mim, e agora que eu sei a verdade eu posso tentar reconquista-la ou algo do tipo. Quer dizer, eu realmente venho pensado no Sam como alguém especial, mas qual é... Não foi com ele com quem eu passei altas aventuras no período de 1864. Sinto-me até mal por lembrar os momentos que Kate deixava-a para sair com homens de classe alta.

Eu sou tão confusa e indecisa. Os meus sentimentos são da mesma maneira. Em um momento, enquanto eu ainda pensava ser uma simples humana, o meu coração batia por Sam. Porém agora que eu sei a verdade sobre mim, as coisas que eu sinto pela Cat vem aumentando pouco a pouco e me consumindo de uma maneira inexplicável. Eu não posso evitar esse sentimento. É apenas demasiado intenso.

Deixo os meus pensamentos de lados para pensar nas coisas que realmente deveriam roubar o meu foco e concentração.

— Sabe Cat, do que eu realmente preciso? — pergunto, com um ar sério. Havia duas coisas que eu precisava fazer, com urgência. Ela nega, então eu prossigo com a minha fala — Quinhentas virgens e uma ligação. Isso é tudo o que eu preciso.

No momento ela ri um pouco, achando que era uma brincadeira ou piadinha. Mas eu não estou brincando, então eu mantenho a minha postura séria. Tenho uma terceira coisa que eu preciso fazer também, mas essa pode esperar. O que seria essa coisa? Pedir desculpa ao Dean, já que mesmo eu estando surtando, eu não tinha o direito de ficar furiosa com ele. Sim, eu tenho raiva dele por o mesmo não ter me contado a verdade, só que agora que a maioria das coisas já me foi revelado, não adianta apagar ele. É algo simplesmente sem nexo.

— Isso é sério? Para quê você precisa de quinhentas virgens? É um número muito alto de meninas puras, o que você quer fazer? Um feitiço?

Ela parece estar mais preocupada que antes, e eu trato de explicar tudo à ela.

— É para Ethan, ele tem que me ajudar. Esse será o preço para isso — digo, pensando que ela nem perguntou para quem seria a minha ligação. Afinal, seria para Thomas. Meu irmão que vive com meus pais possuídos no Canadá. Por isso que eu preciso desesperadamente entrar em contato com ele.

Cat revira os olhos, pegando o seu celular e dando para mim. Tento lembrar o número dele, e depois de algum tempo pensando e buscando isso na minha memória eu finalmente lembro. Sabe, com tantas memórias novas que se encaixaram em mim, algumas coisas ficam difíceis de serem recordadas. No quinto toque, quando eu estou prestes a cancelar a ligação e quebrar aquele celular, o menino atende.

Alô? Quem fala? — pergunta ele, com uma voz sonolenta. Tommy costumava sair para festas e baladas, não ligando se fosse final de semana ou período de avaliações. Ele é e sempre foi muito mais festeiro do que eu, por algum motivo desconhecido. Quando ele completou a maior idade, fomos para uma festa a fantasia onde bebemos e beijamos muito. Talvez eu não seja uma irmã mais velha exemplar, mas quem liga para isso? Os meus pais não ligaram, já que eles tecnicamente eram (e são) demônios possuídos que moram com o meu irmãozinho que já completou vinte anos de idade e deveria buscar uma casa própria, para não depender de dois demônios. Literalmente.

— Hey, Tommy — digo, fingindo uma empolgação que não existe. Eu estava prestes a pedir para ele vir para os Estados Unidos comigo, mas não sabia como fazer isso. Além do mais, seria muito perigoso ele permanecer comigo. Eu sou um imã para criaturas sobrenaturais, com razão.

Sua pequena deformação de cocô! O que você está fazendo me ligando esse horário? Eu estava dormindo. Eu estou de ressaca. Se você não se importa, tenho uma dor de cabeça para parar! — disse Thomas, com suas palavras irônicas. Acho que essa maneira debochada que ele tem foi por minha causa, já que passei tempo demais com ele e estraguei o garoto. Já falei, não sou uma boa irmã mais velha. Isso me faz ter um pouco de pena do meu irmãozinho. Não teve uma irmã decente; não teve pais decentes. Será que ele já teve alguma coisa que foi certa e normal o suficiente para não ser rotulada como "sobrenatural" ou algo do tipo? — Além do mais, eu quero vomitar. Parece que eu estou grávido, sendo que eu nem mesmo posso ficar nessa condição. É bizarro. Inclusive você lembra onde você deixa aquele remédio para dormir? Agora a minha pessoa está sem sono, e eu preciso me livrar dessa droga de dor de cabeça, colega.

Seguro para não rir de seu jeito meio desfocado de ser. Acho que se eu quiser tira-lo do lugar onde ele mora pensando que está na paz, eu tenho que o levar para um local seguro, onde ele não corra nenhum perigo. Talvez eu leve-o para Ethan, que com sorte concordará em manter Thomas seguro. Aliás, acho que o britânico será um aliado bastante forte se eu quiser matar permanentemente aquela vadia ruiva que muitas das vezes usa crianças como seu receptáculo.

Olho para Catarina, com uma expressão meio perdida. Eu queria saber o que fazer e dessa forma eu meio que estava pedindo ajuda para ela.

Eu poderia traze-lo para cá em um estalo de dedos, mas não quero o envolver nisso mais do que eu já tenha envolvido.

— Tommy, desculpa se eu errei em ligar, mas eu preciso que você venha para onde eu estou. Carolina do Norte.

Ouço um suspiro abafado do outro lado da linha, e eu mesma fico sem respirar o ar por alguns segundos, esperando uma resposta do meu irmão.

O que está acontecendo, Lucy? Eu vou lhe visitar, com muito prazer, mas você tem que me explicar o porquê disso. Promete que vai me explicar? pergunta ele, com uma voz cansada e sonolenta. Respondo que irei explicar para ele quando eu puder, mas que preciso ter ele seguro comigo — Afinal, eu não ligo se você não quer ou não pode me explicar. Todos estão estranhos. Parece que eu sou o único ser humano normal nessa maldita família! De qualquer jeito, não me ligue novamente sem antes me mandar uma mensagem ou coisa do tipo. O fuso horário existe e você me ligando parece que isso é uma chamada de emergência e que alguém está prestes a morrer. Tchau. Se quiser me ter nos EUA, compra a minha passagem e depois envia para mim.

Ele desliga na minha cara, e eu permito-me rir dessa cena dele. Sinceramente, mais do que tudo nesse mundo, eu preciso mante-lo seguro. Se eu não fizer isso não adianta eu querer me manter viva por muito tempo. Eu preciso dele, já que Thomas é o único em que eu posso confiar cegamente. Meu irmão é o único motivo para que eu queira conquistar a liberdade também almejadas por todas as outras vidas que eu tive.

Sinto falta daquele garoto encrenqueiro e festeiro que ele é. Os óculos que deixam ele com uma expressão de intelectual são basicamente sua marca registrada. Talvez eu apenas precise abraçar ele por um instante.

Mas ele está errado em dois pontos: essa realmente havia sido uma chamada de emergência, e alguém estar prestes a morrer permanentemente. E eu juro por todos os cientistas que contribuíram com suas descobertas para a fortificação do conhecimento humano, a pessoa que está jurada de morte não sou eu.

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Hello meus amores do Upside Down♥

Esse capítulo foi mais curto porque minha criatividade está na merda. Sabe o poço? Estou lá no fundo dividindo ele com a Samara. Garota simpática ela, hein?

Anyway, gostaram desse capítulo? Talvez tenha alguns erros, mas ignorem.

Não tenho mais nada para falar, eu acho. Então é só isso mesmo, meu povo.

Um beijo, um queijo, e bye bye seus Deanlícias :-3

Black Sea ❖ SupernaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora