Saio correndo de volta para cidade, na noite mais gélida que eu nunca tive. Todas as coisas ruins que estão acontecendo comigo geralmente são no período da noite, e eu simplesmente não concordo com isso. Se o universo quiser ferrar comigo, por que não em um dia ensolarado?
De canto de olho, eu observo o carro que está na mesma rua em que eu estou. Tenho plena consciência de que ele está me seguindo, e acredito que o homem dirigindo esse carro é o mesmo homem que presenciou toda a confusão na fábrica abandonada.
Inclusive, quando eu vi Jane morta novamente eu não tive reação. A única coisa que eu fiz foi beijar sua testa e deixar o corpo dela naquele lugar afastado onde ninguém realmente conhecia ela. Não importa se as minhas digitais haviam sido gravadas nela, eu realmente não ligo.
— Você vai querer uma carona ou vai ignorar o fato de eu estar acompanhando você? — disse o homem, que parecia ter pouco mais de quarenta anos. Ele não estava muito interessado em me ajudar, estava óbvio com a expressão no seu rosto, mas acho que alguma coisa fez com que ele ficasse com pena de mim — Meu nome é Aaron Roy Byers, eu sou uma pessoa confiável o suficiente para te ajudar depois de você ter uma experiência com um demônio.
Fecho os olhos, lembrando das cenas que eu tinha passado momentos atrás. Realmente, tinha um demônio no corpo da Jane? Minha Jane?
— Quero que apenas me deixe na cidade. Depois eu posso pegar um táxi mesmo, não tem problema.
Caso eu estivesse com meu celular, meus documentos ou qualquer item que me ajudasse a voltar para casa (embora eu duvide muito que eu realmente queira voltar para casa).
Entro no banco de trás do carro do Aaron, um Corcel 73. Lembro que o pai de Jane tinha esse modelo de carro.
Observando o Corcel que Aaron tem, eu vejo uma foto que tem uma mulher e duas crianças.
Será que é a família dele?
Quando ele percebe que estou com o olhar fixo em sua fotografia, Aaron parece ficar desconfortável e tira a foto do lugar onde anteriormente ela estava.
— São sua família? — pergunto, tentando mudar um pouco o ar esquisito que tinha de formado entre nós.
O homem que está dirigindo olha para mim com o canto do olho como se estivesse perguntando se eu estou falando sério.
— Mas e você, é uma caçadora novata? — ele diz, em um tom debochado. Reviro os olhos, mas depois percebo o que ele falou. Caçadora? Não vou reclamar, já que os papos de 'anjo, demônio, espírito', são estranhos o bastante para não me fazer questionar essa pergunta.
Acho que com a minha expressão desentendimento ele riu mais ainda enquanto eu só queria voltar ao quarto do hotel. Por sorte, antes de ter que prolongar a nossa conversa, eu já estava na cidade e já poderia pegar um táxi que me levasse ao real destino.
— Obrigada, Aaron. Afinal, eu sou Lucy e espero nunca mais te ver — eu digo, enquanto saio do carro do homem que apenas mantém uma expressão simpática no rosto. Eu deveria estar no centro da cidade, mas obviamente eu não conheço nada daqui.
Quando o Corcel finalmente havia saído, eu comecei a andar e perguntar aonde ficava o hotel em que eu estava hospedada. Penso em Sam, em qual a sua reação dele ao notar que eu havia fugido. E Cat, será que ela ficaria preocupada comigo?
Ao continuar andando (e esbarrando em algumas pessoas no caminho pela minha distração) eu noto uma morena distribuindo folhetos em nome do meio ambiente. Fixo minha atenção nela, e reconheço-a como sendo Heather, minha antiga amiga da faculdade.
Ela é uma pessoa muito divertida e tímida. Me surpreenda que ela esteja distribuindo folhete e falando sobre o assunto com algumas pessoas que param. No período da faculdade, eu lembro que quem convidava ela para festas ou eventos era eu. Ou Riley.
Quando ela me vê, Heather quase larga toda a papelada e vem correndo na minha direção. Porém, uma senhora cutuca ela para que a mesma continue falando sobre as vantagens de contribuir para ter um ambiente sustentável.
Dou um sorrisinho e sento em um canto para esperar que ela termine de fazer o seu trabalho.
Heather é a irmã que eu nunca tive. Nós nos conhecemos na faculdade, mas eu sempre fui mais próxima dela do que de Riley.
Enquanto com as outras pessoas Heather parecia ser um pouco deslocada, comigo ela era tão louca quanto qualquer adolescente querendo ganhar o mundo.
Se passaram uns quinze minutos desde que eu a vi, e finalmente agora que ela sai de onde ela estava para vir falar comigo.
— Hey, baby — disse ela, divertida como sempre, piscando um olho e rindo de uma maneira sincera — Quanto tempo, hein? E você e a Jane, como estão?
Engulo em seco. Ela é minha amiga, por isso que eu sinto que devo falar a verdade, mas ao mesmo tempo eu sei que ela pode me achar uma louca e pode querer me internar um hospício. Na verdade, isso seria mais o jeito de Riley, mas tanto faz.
— Estamos indo, mas infelizmente ela morreu — digo, com um sorrisinho simpático para ela notar que eu estou bem.
No momento, ela fica envergonhada e seu jeito animado vai sumindo para fazer eu me sentir melhor. Acredite, não vai.
— Bom, que droga. Meus pêsames.
Ficamos um tempo em silêncio, até ela perguntar o porquê de eu estar aqui e aonde eu moro (ou no caso, aonde eu estou hospedada). Eu digo à ela e Heather oferece carona, que obviamente eu aceitei.
— Mas e você? — pergunto, me referindo à sua vida amorosa. Na faculdade ela quase nunca ficava com ninguém, mas no final do ano ela havia sido pedida em namoro por Augustus Brad, o típico cara popular que praticava bullying na escola. Mas lá era uma faculdade, então ele ficou mais amigável com todo mundo.
— Gus e eu estamos bem — diz ela, mas sem aquela empolgação. Qualquer brilho que antes ela tinha em seu olhar, sumiu.
Apenas não pergunto nada para ela porque esse assunto deve machucar.
Respiro o fundo e lembro das boas memórias enquanto eu ainda estava reclamando de ter que estudar para ser alguém e achava que a política da escola (ou faculdade) estava incorreta.
Os maus tempos da adolescência agora são os melhores para mim. Quer dizer, naquela época eu ainda não tinha elementos sobrenaturais na minha linda vida.
Antigamente era tudo cor-de-rosa e eu ainda nem agradecia por isso.
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Hello meus amores do Upside Down!
Esse capítulo é totalmente dedicado à CowboyJen, que é super minha abiga ♥♥
Eu queria saber (como sempre) o que vocês acharam do capítulo e se vocês gostaram de tudo e tals. O Aaron é interpretado pelo ator do Jim Hopper, David Harbour. E a Heather é feita pela linda Phoebe Tonkin.
Gente, eu queria poder explicar o que a Lucy é, porque cada um me enviou uma teoria e tipo cada uma tá errada em um ponto, outras tão certas em algumas coisas...
Bom, eu me esforcei para postar hoje porque hoje é SUPERNATURAL DAY ♥
Espero que tenham gostado do capítulo, e desculpem qualquer erro porque eu não sou uma profeta que escreve tudo certo e tals...
Um beijo, um queijo, e bye bye seus Deanlícia :-3
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Black Sea ❖ Supernatural
FanfictionLucy Maxwell é uma simples jornalista que mora em uma tranquila cidade de Indiana. Porém, ao mesmo tempo em que ela descobre que ela não é tão simples quanto imaginava, ela vai se afogando em um mar negro de segredos. Ela sobreviverá a esse mar negr...