Se você quiser, eu quero

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Não sei se era possível acordar sem ter ido dormir,mas foi o que fiz na segunda feira.
Me deitei por volta das cinco da manhã, depois de ter recebido uma mensagem do Rodrigo me dizendo que estava em casa.
Levantei as seis.
Era hora dos remédios do meu avô.
Era de se esperar que eu estivesse cansada. E eu estava cansads mas ao mesmo tempo as conversas com Rodrigo não saiam da minha cabeça e me traziam sempre um sorriso.
A manhã passou corrida e quando a tarde chegou,pela primeira vez em em muito tempo dormi na hora que meus avós cochilaram,ao invés de estudar como é meu custume.
De noite recebi uma mensagem do Rodrigo.

Rodrigo:
Pensei em você o dia todo.
Hoje é aniversário de um amigo. Ele vai comemorar em um bar na Lagoa.
Sei que para você é difícil vir,mas isso não me impede de querer que você pudesse estar aqui.

Eu:
Não dá,você sabe.
De um beijo no seu amigo por mim.

Rodrigo:
Será que gente só vai se ver na quinta?

Eu:
Provavelmente, sim.

Rodrigo:
Me dá vontade de passar a madrugada de novo contigo.

Eu:
Vem.

Rodrigo:
Posso?

Eu:
Se você quiser.

Rodrigo:
Eu quero! Se você quiser,eu quero.

Eu:
Eu quero.
Quero que você venha,mesmo sabendo que será mais uma noite sem dormir,quero muito.

As mensagens trocadas me deram um frio tremendo na barriga. Aquela sensação de aflição, ansiedade. Tudo misturado.
Me senti uma adolescente, me encontrando com namoradinho escondido,na sala da casa dos meus avós,escondido deles.
Aos vinte e três fazendo traquinagem de dezesseis.
As dez e meia da noite meu celular tocou.
Era ele,me avisando que chegou.
Quando ele apareceu na minha porta,todo arrumado e cheiroso meu ventre aqueceu.
Sábado a gente não aproveitou tudo que merecia. Tudo que podia.
E quinta ainda estava tão longe!
Ele me beijou gostoso,segurando meu cabelo daquele jeito que me tira o fôlego, que me deixa mole nas mãos dele.
Rodrigo tinha gosto de cerveja e eu me preocupei,por saber que ele havia bebido e dirigido mas ele me inebriava de desejo por ele de uma maneira,que me fazia esquecer de todo o restante.
Encostados na porta de casa, mãos e bocas mostravam que foram feitas para estarem em sintonia.
Na varanda de casa,entre conversas e risadas,um roubava do outro o que dava.
Nos vimos de novo,na terça e na quarta.
Da nossa mesma maneira, a cidade dormindo e a gente acordado,se conhecendo.
Contávamos tudo um para o outro.
Deixei Rodrigo saber dos meu sonho de viajar pela América em cima da minha moto.
Percorrer as estradas sem pressa,sem destino.
Sem precisar ser nada para ninguém, além de mim.
Eu,minha moto e uma mochila.
Ele me deixou saber sobre os planos que tinha de morar fora do país.
Queria viver outras culturas.
Experimentar novos sabores.
Vivenciar o que não conhecia.
E tudo que ele queria parecia um reflexo dos meus sonhos.
Não me surpreendeu saber que Rodrigo também tinha fome do mundo.
Éramos parecidos até nos projetos.
Me contou da família, dos pais que pareciam ser pelas palavras dele os melhores do mundo,me fazendo desejar conhecer cada pessoa que ele descreveu.
Foram longas as nossas conversas,que alimentavam o sentimento que crescia em disparado e os muitos beijos que trocamos, nos deixavam com uma vontade insana e insatisfeita um do outro.
Não passávamos dos amassos juvenis.
Eu não queria correr o risco de ser flagrada fazendo alguma obscenidade pelos meus avós, morreria de vergonha se algo assim acontecesse.
Na quinta o combinado era nos encontramos no caminho,mas me atrasei para pegar estrada.
Tete precisou chegar mais tarde e eu me atrasei,mandei uma mensagem para que ele fosse direto para o Resort.
Ele respondeu com uma carinha triste,não olhei mas o celular o guardando na bolsa e segui meu caminho.
Depois de estacionar,peguei o celular na bolsa e no caminho para o chalé li uma mensagem que Rodrigo mandou enquanto eu dirigia.

Rodrigo:
Posso dormir no teu quarto?
Ou quer dormir no meu quarto?
Você quer dormir comigo no sofá da sala?
Te chamaria para dormimos na varanda,mas deve estar um frio congelante na serra e não seria confortável para você.
Eu não me importo.
Só dorme comigo. O lugar não interessa.
Preciso de você,Juliana.
Preciso sentir seu cheiro,provar tua boca e ter teu corpo sobre o meu essa noite.

Nem mesmo é preciso dizer que o sorriso que invadiu meu rosto era imenso.
Ao abrir a porta do chalé, avistei Yanna e Bruno de namorico no sofá e foi inevitável não me animar.
Afinal se eles estão bem,dormirão juntos.
Logo,eu e Rodrigo podemos dormir no mesmo quarto.

__Boa noite,gente.

__Oi Ju!

Yanna me mandou um beijinho e Bruno me cumprimentou com um sorriso.

__Motoqueira, você demorou!

Rodrigo abriu a porta do banheiro com o cabelo molhado,toalha no pescoço e eu respirei fundo.
O cheiro gostoso dele chegou com tudo em mim,me deixando arrepiada.

__Mas cheguei!

__Sim. Antes tarde do que nunca.

Ele já estava na minha frente em poucos passos.
Ele ia falar mais alguma coisa,eu também queria falar alguma coisa, mas no meio do caminho entre o pensar e o falar, a vontade de beijar foi mais rápida e lá estava a gente de novo com os lábios colados.

__Porra! Ainda bem que vocês estão bem! Bora lá no quarto pegar tuas coisas.

Foi o Bruno quem falou meio que arrastando Yanna para trocar de quarto.

__Ainda bem que não precisaremos congelar na varanda.

Falei,sorrindo ainda com meus lábios na boca do Rodrigo.

__Tá com fome?

Ele me perguntou baixinho.

__Um pouco,sim. Você tá?

__Quer ir na cidade? Comer uma pizza ou qualquer coisa.

__Eu quero!

Yanna respondeu por mim,vindo do nosso quarto e indo para o dos meninos.
Então só deixei minhas coisas no quarto,fui no banheiro passar uma maquiagem leve no rosto e saímos em quatro.
Eu e Rodrigo na minha garupa, Yanna e Bruno no carro dele.
Sempre achei um pouco brega,essas saídas em pares mas nós nos divertimos tanto que essa noite mudou meu conceito.
Depois de comermos em um restaurante mexicano, Bruno e Yanna ficaram na cidade,mas eu estava cansada e para ser sincera tínhamos segundas intenções quanto a noite.
Passamos uma semana inteira nas preliminares, estávamos cheios de desejo um no outro.
Na volta para o chalé,ele segurava nossos capacetes e caminhamos de mãos dadas.
Sempre fico um pouco pilhada nesses momentos em que antecedem o sexo.
Quer dizer,a gente vai dormir no mesmo quarto por um propósito né?
Avisei que iria tomar banho assim que chegamos e confesso que fiquei me perguntando se ele iria entrar no banheiro como da outra vez,mas ele não entrou.
Vesti uma calça de yoga,uma regata e deixei o cabelo enrolado na toalha.
Ele estava com uma muda de roupa na mão e entrou no banheiro assim que eu sai.
Não sabia se esperava ele deitada ou se ficava sentada na cama.
Liguei a tv.
Pentei o cabelo.
Fiz uma trança.
Soltei a trança.
Quando ele abriu a porta,eu estava dobrando meu lençol pela terceira vez.
O jeito dele andar,vindo na minha direção, esfregando o cabelo com a toalha,sem tirar os olhos de mim me deixou sedenta.
Coloquei o lençol na cama,ele jogou a toalha no chão.
Se aproximou de mim,até não restar distância entre nós.

Amor No Fim De SemanaOnde histórias criam vida. Descubra agora