Deixa as luzes apagadas

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Por dias o dane-se do Rodrigo esteve gravado na minha mente,entalado na minha garganta.
Era a primeira coisa que eu pensava ao acordar e a última em minha cabeça ao deitar.
Durante o dia eu até conseguia ficar sem lembrar dele e da sensação que senti ao ler aquela mensagem.
Como fui burra.
E ingênua.
Eu baixei minha guarda,deixei ele me conquistar. Me permiti
confiar que ele não iria me magoar,abri meu coração e eu sinto vontade de chorar,quando lembro que convidei ele para vir na minha casa no dia mais difícil para mim e ele,não compreendeu o quanto era importante a presença dele ali.
Comigo, com minha família.
Acreditei por alguns instantes que com ele seria diferente.
Não é a primeira vez que quebram o meu coração.
E sei que não será a última,mas eu imaginei que depois de adulta as decepções não doeriam tanto.
Ledo engano.

Segundos após eu visualizar a mensagem,bloqueie o número do Rodrigo de todas as maneiras possíveis.
No aplicativo de mensagens, nas chamadas de voz, até nas minhas redes sociais.
As vezes me pergunto se ele tentou me contatar.
Depois que o bloqueei ele não voltou ao apartamento e me pergunto o que eu faria se ele tivesse tentado mais uma vez.
É aí que me repreendo e o Dane-se que ele me deu vem em letras garrafais.
Tipo aqueles letreiros brilhantes de boate, sabe?
DANE SE!
Ok.
Que bom que essa foi uma semana cheia para mim, com as competições de natação infantil na academia em que trabalho.
Organizar as crianças,garantir que todas se divertissem com segurança e que até as que ficavam em último lugar ficassem felizes, tomou todo meu tempo.
Meu dia estava sempre cheio e entre a academia,a pós e os cuidados com meu avô,não sobrava tempo para lamurias.
Pena que a noite chegava e me trazia nos pensamentos o Rodrigo.

Quinta feira,quis chegar cedo no Resort.Precisava conversar com a Yanna e mandei uma mensagem para que ela tentasse também estar lá antes do normal.
Esse final de semana nosso acerto de troca de quarto será desfeito.
Se ela e Bruno quiserem dormir junto eu não me importo de dormir no sofá.
Tranquilo.
Só não durmo com o Rodrigo.
Quando cheguei no Resort notei que tinha uma pessoa nova na recepção.
A recepcionista nova me avisou que a chave já não estava mais lá. Mas ela não soube me dizer quem chegou primeiro.
Na hora meu coração acelerou de ansiedade mas me tranquilizei quando lembrei da mensagem que mandei para Yanna.
Certeza que ela deve ser a que chegou primeiro.

Abri a porta de madeira do chalé e a sala estava toda escura.
Meus olhos demoraram alguns segundos para acostumar com a escuridão,a luz que entrava pela fresta da porta me ajudou a enxergar e quando foquei na figura sentada no sofá,  quis dar a volta, sair e fechar a porta bem rápido.
Mas de que me adianta fugir dele?
Só se eu sair de emprego e eu não irei fazer isso.
E sei que ele também não irá por esse caminho.
Então preciso ser madura e conviver com ele o mínimo possível durante esses dias.
Respirei fundo e entrei.
Fechei a porta e a escuridão dominou a sala.
Sem acender a luz fui em direção aos quartos.
Com o canto dos olhos,vi quando Rodrigo levantou e estendeu o braço para me tocar.
Eu não fui rápida o bastante.
Lá estava aquela mão quente e morena,no meu braço branco.

__Me solta!

Puxei meu braço.

__Não!

Ele se posicionou melhor,segurou minhas laterais,nos deixando frente a frente.
No escuro eu sentia mais do Rodrigo, do que via.
O cheiro dele,perfume importado e suor da estrada misturados,me deixaram meio mole.
O hálito de bala de menta,me fez querer beijar sua boca.
Que chatice,esse poder que o Rodrigo tem de me deixar fraca.

__Tá me machucando!

__Não tô não!  E você sabe disso.

A voz dele estava rouca,baixa e me arrepiou inteira.
Eu balancei meus braços, mas ele não me soltou.

__Que porra,Juliana!

Ele me beijou.
Rápido, sem que eu pudesse me afastar a boca dele tomou a minha. Eu tentei resistir,não abri a boca de imediato,mas quando as mãos subiram dos meus braços para o meu cabelo eu já estava permitindo o acesso dele e querendo mais.
Meu corpo procurou o do Rodrigo com sofreguidão,minhas mãos estavam no corpo seu corpo,tirando a sua jaqueta.
Eu queria sentir tudo que pudesse dele.
A boca dele abandonou a minha para dar atenção ao meu pescoço,mordidas e lambidas e eu só queria mais.
O desejo dele evidente pela calça jeans chamava o meu.
Ele acariciou meus seios e eu gemi no ouvido dele.
Em um movimento rápido ele me direcionou para parede onde eu encostei minhas costas.
Eu lutei para abrir o botão da calça dele,ele também se afobou para abaixar minha calça jeans,eu ajudei tirando minha bota.
Ele me olhou no olho quando me segurou no colo. Os olhos negros dele nos meus castanhos. Diziam tudo que a nossa boca calava.
Coloquei minhas pernas ao redor dele,minha mente em outro nível. Um lugar onde só existia nosso querer.

Foi a primeira vez que ele entrou em mim sem proteção,cru. Inteiro,todo ele. Pele com pele.
E eu não quis saber de nada disso na hora.
Não me importei,só não queria que ele parasse.
As mãos dele me apertavam me segurando enquanto ele entrava e saia de mim,em uma dança que é a mais antiga do mundo.
Eu mordia a boca dele,me esfregando e recebendo tudo que ele me ofertava.
Instinto, paixão e necessidade nos conduziram no sexo desesperado que fizemos.
Quando gozei,mordi o ombro dele.
Quando ele gozou segundos depois,apertou minha pele com tanta força que certeza que deixou marca.
Quando minhas pernas tocaram o chão, ele ainda me segurava pelo pescoço. Beijou minha testa,não queria se afastar.
Minhas mãos ainda tocavam as costas dele sobre a blusa branca de malha que estava amassada pelo que tínhamos acabado de fazer.
Aos poucos nossa respiração voltou ao normal e eu o empurrei devagar.
Sem olhar para ele,subi minha calça,me sentindo melada do gozo dele.
Ele se ajeitava também,fechava o zíper da calça.
Eu quis acender a luz e tentei alcançar o interruptor.
Precisava tirar aquele clima da sala. Quem sabe a luz me ajudava a voltar a sentir raiva.

__Não acende a luz,por favor. Deixa assim no escuro para você me sentir.Por favor conversa comigo,me deixa falar o que eu tenho pra te dizer,antes de se armar outra vez.

A mão dele,tocou a minha.
Olhei ao redor da sala, minha bota aos meus pés, minha mochila no chão da sala,perto da jaqueta dele que eu joguei no chão
Bagunça feita por nós,que refletia o quanto estávamos bagunçados por dentro.

Amor No Fim De SemanaOnde histórias criam vida. Descubra agora