Capítulo 6

11K 1K 80
                                    

— Parece que você teve o pior dos castigos. — Comentou Pierre. Eu me virei para olhar para ele em confusão. Ele estava dirigindo-nos para a cidade.

Fazia uma hora desde que deixamos a casa dos seus pais e não havia tido uma palavra entre nós. Eu até pensei duas vezes sobre ligar o rádio, mas decidi não arriscar. Pierre parecia tão sério na condução que eu não pude sequer pensar em perturbá-lo.

Isso me assustou ao mesmo passo que me fascinou. Ele tinha essa vibração perigosa que eu podia sentir a partir de uma milha de distância. Ele era o cara que meus pais me disseram para ficar longe.

— Jennifer? — A voz de Pierre me tirou dos meus devaneios. Um rubor cobriu meu rosto quando eu percebi que ele estava esperando que eu respondesse.

— Desculpa, o que? — Corei novamente.

— Estava em uma espécie de porão próprio, Jenny? — Eu me repreendi.

— Parece que você tem uma detenção tripla nesse aspecto.

— Eu não sabia que minha atitude era tão horrível. — Ele disse e, embora estivesse provavelmente falando em tom de brincadeira, eu percebi que ele queria saber por que eu estava agindo assim.

— Oh, não. — Eu ri nervosamente. — É só que eu estava esperando o Adrian, e depois ele cancelou, por isso estou um pouco irritada.

— Sente falta do Adrian, então? — Ele perguntou.

— Sim. — Eu respondi, consciente de que a minha declaração tinha que ser convincente para que ele acreditasse em nós dois.

— Isso é bom e ruim ao mesmo tempo. — Pierre riu. — Mas eu lhe garanto que não vou deixá-la sozinha nesta terra estranha.

— Isso é reconfortante. — Murmurei secamente, fazendo-o rir.

— Deve ser, as pessoas aqui podem ficar muito letais. — Comentou Pierre. Dei-lhe um olhar de descrença. Ele pegou meu olhar e sorriu. — Onde em primeiro lugar?

— Café da manhã seria bom. — Eu respondi, os efeitos nocivos de não ter tomado café da manhã ainda caíram sobre mim agora.

— Eu conheço um lugar. — Disse Pierre. Seu telefone tocou e ele ligou o dispositivo no seu ouvido. Foi só então que percebi que ele tinha um Bluetooth.

— Sim Nor? — Ele falou. — Sim... Isso é bom... Não esta semana... Eu estava falando sério... Você o quê? — Ele se virou para olhar para mim. — Eu ligo para você em algum tempo Nor.

Desajeitado. Essa palavra não tem nada sobre a situação no carro. Pierre não estava falando e parecia que eu era o gato que queria um canário. Nós dirigimos para a cidade e eu estava encantada com as vistas. Eu estava muito consciente de que parecia uma criança, quase pulando para fora do meu assento e olhando ansiosamente.

Roma era um lugar bonito. Com cada quilômetro que passava, eu podia sentir que estava me apaixonando pelo lugar. O carro parou e mesmo antes de Pierre sair, eu estava fora do carro. Eu fiquei atenta ao olhar divertido de Pierre, e resisti à vontade de mostrar a língua para ele.

— Vamos. — Pierre disse, tomando minha mão na sua.

Sua mão grande tomou conta da minha completamente e de repente eu me senti quente. Ignorei a parte da minha mente que me disse o quanto nós parecíamos um casal fazendo isso. Nós andamos juntos e quando abrimos a porta para o tomar café da manhã, uma campainha soou, colocando um pequeno sorriso no meu rosto.

Pierre levou-nos a uma mesa vazia perto da janela, puxando uma cadeira para mim. Um rubor subiu ao meu rosto novamente. O que este homem estava fazendo comigo? Eu não corava com frequência.

Resistindo a Ele Onde histórias criam vida. Descubra agora