Capítulo 3

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Olhei embasbacada para o Adônis à minha frente. Ele era absolutamente exuberante. Ele tinha cabelo preto manchado de tinta que parecia despenteado. Sua mandíbula era perfeitamente definida, com o rosto esculpido. E olhos azuis tão escuros quanto o mar à noite. Antes que eu pudesse completar minha inspeção do resto do corpo dele, Marie falou.

— Oh, querido, você está aqui! Eu estava prestes a chamá-lo.

Querido? Virei-me para Adrian, que estava me observando com interesse. Dei-lhe um olhar sujo, sabendo o que estava acontecendo na sarjeta da sua mente.

— Nem sequer pense que... — Eu assobiei e ele me puxou para mais perto dele.

— Pense no quê? — Ele disse tão alto que o rosto da sua mãe se virou para nós. Corei e olhei para Adrian. Ele realmente sabia como chegar aos meus nervos.

— Mãe. — O Adônis disse em uma voz quase a bajulando enquanto abraçava Marie.

Ele deu uma olhada em nós, então seu olhar viajou até onde o braço de Adrian estava na minha cintura. Instintivamente, eu aproximei-me de Adrian fazendo-o olhar para mim interrogativamente. Eu balancei a cabeça, dando-lhe um pequeno sorriso. Marie liberou o filho quando ela cansou-se de abraçá-lo. Ela virou-se para nós depois.

— Oh! — Ela exclamou. — Que rude eu sou! Pierre, querido, esta é Jennifer, a namorada do Adrian. Jennifer, este é Pierre, irmão mais velho do Adrian.

Eu dei a Pierre um pequeno sorriso, enquanto Adrian moveu a mão longe da minha cintura e abraçou o irmão.

— Como você está? — Pierre perguntou ao Adrian.

Adrian sorriu e eu vi a reverência que ele tinha para seu irmão, fazendo-me perguntar por que ele tinha esse tipo de reverência.

— Estou ótimo! E você?

Ele voltou para trás e a mão do Adrian estava na minha cintura novamente.

— Perfeito! Vejo que você tem uma namorada. Há quanto tempo vocês estão saindo?

— Seis meses. — Adrian anunciou.

— Isso é bom. — Pierre disse, mas seu tom de voz mostrou que isso não era bom em tudo. Então ele virou-se para mim. — Então, quanto tempo antes de fugir com o dinheiro dele?

O que eu fiz me surpreendeu. Minha mão acertou o seu rosto tão rápido que ele pareceu absolutamente atordoado.

— Eu não dou a mínima para o dinheiro do Adrian. — Eu assobiei com raiva. — Eu não sei o que você pensa das mulheres, mas deixe-me assegurá-lo, eu não levaria um centavo de Adrian, caso um dia tivéssemos um fim.

Saí da casa, fumegante. Eu não podia acreditar o quão casualmente ele me fez a pergunta. Como se ele estivesse falando sobre a porra do tempo! Eu não sabia onde eu estava indo, mas eu sabia que não ficaria hospedada em uma casa onde todos pensavam que eu era uma espuma de lavagem de dinheiro. Eu ouvi Adrian chamar atrás de mim e, mesmo sem querer eu parei.

Eu não virei. Adrian ficou na minha frente, ofegante. Ele olhou para mim se desculpando. — Eu sinto muito Jenny! Pierre estava fora da linha. Ele normalmente não é assim.

— Eu não posso acreditar que ele me perguntou se... — Eu engasguei. — Responda-me isso, Adrian Lawrence. Eu pareço com a porra de um pano de rua que ficaria com alguém só pelo dinheiro?

Adrian suspirou. Ele sabia como delicado o tema era para mim.

— Você se parece com uma menina forte, que é capaz de lidar com o mundo, não um pano das ruas.

Resistindo a Ele Onde histórias criam vida. Descubra agora