Capítulo 23

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Contos de fadas são divertidos. E horríveis, ao mesmo tempo. Eles te dão um sonho, uma imagem perfeita. Eles dizem que não importa o que for, haverá sempre que um príncipe encantado para salvar a sua vida.

O Príncipe Encantado irá enviar uma equipe de busca por você, tendo como única pista o seu sapato. Ou vai lutar contra todos os monstros e beijá-la para acordá-la. Ou então, livrá-la da torre de marfim cheia de bruxas.

Quando eu disse a Pierre que me beijasse para me acordar, eu não quis dizer isso, realmente. Eu não esperava que ele me beijasse mesmo. Mas foi exatamente isso que ele fez. A doce suavidade de seus lábios tocou os meus e a sua voz rouca me acordou.

— Acorde.

Eu gemi.

— Jennifer.

— Vá embora. — eu murmurei, aconchegando-me em seu peito.

— Jennifer. — Pierre disse mais uma vez, a firmeza na voz. — Acorde ou eu vou jogar água fria em cima de você.

Abri um olho e olhei para ele.

— Qual é o seu problema?

Pierre parecia divertido.

— Você não é uma pessoa da manhã, é?

Eu gemi.

— Pare de falar. E desligue aquelas luzes malditas.

Ele riu, e até mesmo em meu torpor sonolento, eu amei o som. Eu era viciada nele. Pierre era como meu remédio. E eu simplesmente não conseguia ter o suficiente dele.

— Acorde dorminhoca. — Pierre disse novamente, parecendo se divertir.

— Cale-se.

— Temos planos, cara. A menos que você queira chegar tarde... — ele deixou a frase morrer, sem dúvida, me esperando para acordar.

Abri um olho de novo e olhei para ele.

— Sim. Prefiro dormir.

— Jennifer. — Pierre avisou. — Eu estou acordado há cinco horas agora. Imagine se eu tivesse te acordado junto comigo então.

— Isso é porque você é insone. — eu murmurei. Ele me respondeu com o silêncio. E, de repente, percebi meu erro. Será que eu...? Oh merda! Abri bastante os olhos e olhei para Pierre. Ele tinha um olhar vazio em seu rosto.

— Eu sinto muito, Pierre! — Eu exclamei. — Eu nem percebi o que eu estava dizendo!

Parei quando vi a diversão em seu rosto.

— Isso não me ofende, cara. Eu vivo com isso há dez anos.

O clima alegre e brincalhão que nos rodeava, desapareceu. Inclinei-me para Pierre, beijando-o. Pierre congelou por um minuto, antes de beijar-me de volta. Seus lábios se moviam contra os meus, moldando-se neles.

Todos os pensamentos de sono voaram da minha mente quando Pierre me puxou para ele e me fez montá-lo.

O beijo não era como qualquer coisa que tínhamos feito antes. Era doce e Pierre usou bastante tempo para explorar minha boca. Eu amava como ele fazia isso. E amava seu sabor de café.

— Bom dia. — Ele murmurou suavemente, nossas testas pressionadas juntas.

Eu sorri.

— Bom Dia.

— Você está acordada agora? — Pierre brincou. — Ou desta vez, eu poderia simplesmente jogá-la no chuveiro.

Fiz uma careta.

Resistindo a Ele Onde histórias criam vida. Descubra agora