Resolvi postar de surpresa dois capítulos seguidos, dedicados especialmente a @laylacravo que tem se mostrado uma leitora tão ávida e tanto interesse por essa história linda. E, por conta disso, resolvi começar a postar dois caítulos por semana. Um na quarta e outro no domingo. Beijos, e espero que gostem! <3 <3 <3
Era já dia alto quando Carlos foi despertado pela voz de Inácio.
- Dom Carlos, acorde. Já se faz tarde e Dom Fernando o chama.
Mal-humorado, Carlos resmungou:
- Para quê? Nós nos falamos ontem, já esmiucei tudo quanto ele quis saber. Agora deixe-me em paz.
- Sabe que ele manda e exige. Foi categórico. Ele o espera em seu gabinete. Depois, o Sol já está quase a pôr-se.
- Está bem. Está bem. Diga-lhe que já vou.
- Deixe-me ajudá-lo.
Carlos não teve remédio senão levantar-se. Seu pai o esperava com a fisionomia mais austera do que de costume.
- Deus o salve, pai.
- Amém. E a você que o bendiga. Agora sente-se. Precisamos conversar. -vendo-o acomodado, continuou: - Já é homem feito. Acredito que essa viagem desastrosa o tenha amadurecido o bastante para que possa pensar com mais seriedade em suas responsabilidades como único herdeiro de nossa casa e de nosso nome de família. Sabe que o marido de minha irmã Leonor, homem sem caráter, dissoluto e irresponsável, deseja a todo custo tomar posse dos nossos bens. Sei até que, tendo dissipado a parte do dote de Leonor, pretende pôr as mãos em nossos haveres e já organiza um contingente de homens armados com os quais pretende tomar este castelo pela força. Meus informantes descobriram que ele conta com elementos dentro de nossa casa e não vai titubear em me destruir. Por tudo isso, tenho um servo que prova nossa comida, que pode estar envenenada.
Carlos ouvia assustado. Uma sensação desagradável o envolveu.
- Que audácia de Dom Fabrício!
Indignado, ouvia ao pai esclarecer:
- Tenho procurado defender nossa casa. Temos homens bem armados e treinados em vigilância constante, mas, se algo me acontecer, quero que esteja a par de tudo para que se defenda e defenda os nossos desse patife. É meu único filho. Meu herdeiro. Quero que assuma já a posição que lhe compete. De amanhã em diante, sairá comigo para aprender tudo e estar preparado para enfrentar essa luta caso me aconteça algo. Até agora se recusou a assumir sua posição. Era um menino e eu queria que amadurecesse. Mas não posso mais esperar. Por tudo isso, agora mesmo, vou depositar em suas mãos nossos haveres e conhecerá nossos negócios.
Carlos estava emocionado. Pela primeira vez o pai o tratava como um adulto. Sua confiança o honrava e ele de repente começou a amar seu castelo, sua gente, seu nome, a dignidade de sua família honrada e laboriosa. Foi em tom solene e sincero que respondeu:
- Sou grato por sua confiança. Farei o possível para corresponder.
Pela fisionomia de Dom Fernando passou um rasgo de emoção que ele tratou de controlar para não parecer fraco.
- Espero que seja assim. Lembre-se que o dever exige muito de nós às vezes, mas a honra deve vir em primeiro lugar. Antes morrer com honra do que viver desonrado! Esse é o lema de nossos antepassados.
Carlos não se deteve para pensar. Estava empolgado. Respondeu com entusiasmo:
- Pode contar comigo.
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Esmeralda - Zibia Gasparetto pelo espírito Lucius
SpiritualeEsmeralda era orgulhosa e absoluta. O mistério maravilhoso de sua dança arrancava olés e aplausos acalorados. Sempre desejada, despertava grandes paixões. Mas não amava ninguém, nem se importava com a dor dos seus apaixonados. Um dia, porém, Esmeral...