Capítulo 5

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Sara chegou a casa às cinco horas da tarde, viu a Ferrari de Nick estacionada. Abriu a porta e seguiu para a sala. Ele estava de pé olhando a janela com um uísque entre as mãos, virou-se para vê-la quando a ouviu. Vestia um terno preto, e camisa branca. A gravata vermelha estava ligeiramente afrouxada no colarinho. Sara com passos decididos se aproximou para abraçar o marido. Mas o gelo da voz dele a fez parar no meio do caminho.

— Onde você foi Sara? 

Sara sustentou-lhe o olhar. Levantou mais a cabeça, fazendo os longos cabelos ondularem sobre seus ombros nus, deixados pelo vestido tomara que caia. Ela sentiu o sangue esquentar.

— Não vai me dizer oi primeiro? 

Nick a olhou por um momento. E disse seco.

— Oi — respondeu ele, exibindo o costumeiro brilho perigoso no olhar. — Você não respondeu minha pergunta.

— Na casa da minha mãe. Você pergunta de um jeito que parece que eu cometi um crime. 

— Eu gostaria de chegar do trabalho e ter minha esposa me esperando em casa. 

— Primeiro: isso é um absurdo! Segundo: Eu não fiz de propósito. Eu me atrasei.

Nick estudou Sara como se quisesse ler sua alma. 

— Você viu Jake? Sara levantou as sobrancelhas surpresa.

 — Sim ele estava lá, mas como você sabe?

Ele ignorou a pergunta dela e ela se sentiu como uma presa e ele o predador, quando ele com passadas largas a alcançou e segurou com força seu braço. 

— Eu não quero que você o veja mais. Quero que você o evite.

 — Nick, ele é apenas um amigo. 

— Sara pelo bem da minha sanidade mental eu te proíbo de vê-lo.

— Sou prisioneira por acaso? Nick a olhou seriamente. Para seu próprio espanto, a voz saiu trêmula, como se as palavras dela o houvessem afetado de alguma maneira. 

— Não, não é. Infelizmente — Dizendo isso bateu o copo na mesinha de centro da sala e saiu.

Sara ficou ali estática. Sem saber o que fazer. Antonia nessa hora apareceu. 

— Sirvo o jantar? 

— Pergunta para o meu marido. Eu acho que não vou comer nada.

Sara se dirigiu a biblioteca e fechou os olhos e ficou lá por um tempo. Reunindo toda a coragem que lhe restava foi até o quarto e viu Nick deitado na cama com o braço direito cobrindo os olhos. Ele já havia tomado banho, colocado um agasalho preto. Sara teve o ímpeto de ir abraçá-lo, mas não conseguiu, foi até a cômoda e procurou sua camisola. Resolveu deitar-se cedo.

Quando estava fechando a cômoda, sentiu os braços do marido abraçá-la por trás. Ela ficou dura, ele a virou e ela ao olhar para ele, percebeu quais eram as intenções dele. Sua primeira ideia foi correr para o banheiro e trancar a porta. Mas era tarde demais, pois ele já a segurava num abraço apertado. 

— Não!

Mas Nick calou os protestos dela com um beijo. E abraçou-a com mais força, enquanto seus lábios quentes e úmidos roçavam o contorno da boca de Sara, numa mistura de ternura e paixão. Ela ainda tentou afastá-lo, mas foi inútil, quanto mais lutava contra Nick, mais sentia o calor do corpo dele junto ao seu. Isso fez com que Sara fechasse os olhos e se entregasse ao ardor do beijo de Nick.

Ele começou a acariciar o corpo dela com desejo e suavidade; pediu-lhe, então, numa voz ofegante: 

— Toque-me, Sara. Pelo amor de Deus... preciso sentir o seu carinho... 

Foi então que Sara percebeu o que estava para acontecer. Não ele a tinha ofendido. Num gesto desesperado, abriu os olhos e afastou-se dele. Foi até o banheiro e fechou a porta com chave.

Resolveu demorar-se o máximo lá. Encheu a banheira e tirou o vestido. Deitou-se na água morna e relaxou. Ficou lá até seus dedos ficarem enrugados e a água esfriar. Saiu e se secou, colocou a camisola e de frente ao espelho escovou os seus cabelos negros. Observou a seu rosto pálido e suspirou. Quando abriu a porta viu o quarto escuro, a luz do banheiro iluminava a cama. Nick tinha saído. Foi até o abajur e o ligou. Apagou a luz do banheiro e se enfiou embaixo dos lençóis, esticou o braço e apagou o abajur. Estava dormindo profundamente quando sentiu a cama afundar, olhou o radio relógio do seu lado e viu que eram duas da manhã. Ficou quieta, tensa esperando o marido dormir e depois de um tempo ouviu-o ressonar pesado e ela aliviada dormiu.

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