Capítulo 14

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Na volta Nick dirigia em silêncio, Sara ficou o tempo todo olhando para a janela, evitando olhar o marido. Depois de um tempo Nick desceu do carro e abriu os portões da casa, voltou ao volante e dirigiu até a entrada. Sara empalideceu ao ver o carro de Jake estacionado lá. Ela olhou rapidamente para o marido e se assustou de ver a fúria estampada no rosto dele ao ver o carro de Jake.

Sara fechou os olhos e fez uma prece: "Meu Deus me ajude"

Nick desligou o carro e Sara via a camisa dele subir e descer, os dedos dele apertavam o volante com toda força. Ela procurou os olhos dele, mas ele nem olhava para ela, e fixamente olhava o carro.

Nick ia abrir a porta do carro. Sara pegou-lhe a manga e disse-lhe rápido.

— Nick eu volto com você. —Nick voltou-se para ela e a fitou nos olhos.

— Não entendi. 

A fúria estampada no rosto dele deixou-a sem palavras por um momento. Por fim, ela conseguiu dizer: 

— Eu faço minhas malas e volto com você. Nick a olhou com os olhos vidrados. 

— Você o ama mesmo não é? Você é capaz de se sacrificar por causa de seu amante. Sara o olhou horrorizada. Lágrimas saltavam-lhe dos olhos. 

— Jake nunca foi e nunca será meu amante. Eu não te reconheço mais Nick.

Nick a olhou por um tempo e saiu do carro com passos rápidos e firmes entrou na casa. Sara saiu rápido, sentiu uma tontura e prosseguiu. Abriu a porta de entrada e entrou no hall. De lá ela já ouvia a voz alterada do marido.

 —Você é um canalha mesmo! Deixe minha esposa em paz! Ou eu te arrebento. Aquele dia eu não te bati o suficiente? 

— Cretino é você, que não tem cuidado bem de Sara. Sara pálida nessa hora entrou na sala e viu a cena. Sua mãe acuada no sofá. Jake e Nick em pé no meio da sala, com os punhos fechados, duelando-se com olhares de ódio a poucos metros um do outro.

Jake a viu e demonstrou preocupação no olhar. Nick olhou para trás na direção dos olhos de Jake e viu a esposa pálida. Imediatamente a expressão de raiva se dissipou e ele a olhou atormentado, com passos decididos a pegou pela cintura.

— Vem Sara. Eu vou te levar para o quarto. — E olhando para Jake cuspiu as palavras — E você, é melhor você tomar o caminho da rua, se eu te encontrar novamente eu não me responsabilizo pelas consequências.

Sara se apoiou fracamente em Nick apertou os lábios, e ele percebeu o grande esforço que ela estava fazendo para manter o autocontrole e não chorar. Sara tremia tanto que mal se sustentava de pé. Ele no meio do caminho a pegou no colo e a carregou até o quarto onde a depositou delicadamente na cama. Sara fechou os olhos evitando olhá-lo.

— Sara, eu sei que você condena minha atitude. — Eu não tenho sangue de barata. É exigir demais de mim, vê-lo aqui te rodeando e não fazer nada a respeito. — Desculpe-me, mas eu não consigo.

Sara o olhou infeliz. Sentou-se na cama e o olhou com amargura nos olhos.

— Você percebeu que eu me ofereci para voltar com você para a nossa casa e você só conseguiu pensar no seu ódio por Jake?— O coração de Sara batia fracamente. — Você me acusou de ser amante dele. 

Nick fechou os olhos e os abriu novamente. 

— Não é o que penso de você, na hora da raiva falamos coisas que não pensamos.

— Mas que está no seu coração—Ela corrigiu.

 Nick a olhou frustrado. 

— Sara eu preciso de você. Tenho sofrido muito, não consigo dormir, não consigo comer, não consigo me concentrar no trabalho.

 Dizendo isso Nick a tomou nos braços e procurou seus lábios com urgência, não foi fácil para ela resistir a ele. Logo estava mole, com o coração batendo descompassado e correspondendo o beijo dele.

Ela o amava. 

Quando Nick a afastou ela soltou um soluço. Deixou que ele a abraçasse enquanto o choro sacudia seu corpo. Nick a apertava nos braços enquanto lhe afagava os cabelos. Laura entrou no quarto e viu a cena. Nick viu a sogra e ela o olhou com frustração.

— Pelo amor de Deus Nick, Sara não pode se estressar. Desse jeito ela vai perder a criança. 

Nick, que olhava a sogra, ficou pálido. 

— Sara está grávida?

Laura assentiu. Com um suspiro alto saiu do quarto.

 Nick afastou Sara e a olhou com angustia. Sara limpava as lágrimas com as mãos. Ela abriu os olhos e viu seu olhar angustiado.

— Por que você não me falou? — perguntou ele aflito. Sara o olhou por um momento. 

— Eu ia te contar. 

— Quando?

 — Logo.

Nick levantou-se e lhe deu as costas sua respiração era irregular. Sara olhava as costas tensas do marido. Ele andou pelo quarto de um lado para o outro. Respirou fundo e sentou-se na cama. Ele a fitou por um momento, então ele perdeu o autocontrole e alterou a voz.

— Sara como você quer que eu confie em você? Você não me participou de um momento tão importante que diz respeito a nós. — Hoje eu ainda te perguntei quando você passou mal e você Mentiu— Frisou bem as palavras —Mentiu dizendo que era o calor. Ele se levantou e saiu como um foguete pela porta.

Sara mordeu o lábio, com uma sensação angustiante de perda, tentando afastá-lo de seus pensamentos e odiando-se por estar ainda tão fixada na imagem daquele homem, por quem sofria tanto.

Laura entrou no quarto. Sara olhou-a desanimada. E perguntou-lhe;

— O que Jake estava fazendo aqui? 

— Ele veio para te ver. 

— Mamãe você não o avisou á respeito de Nick? Você não ia impedi-lo de vir aqui? 

Laura assentiu. 

— Sim. Mas hoje ele me surpreendeu, quando eu o vi, ele já estava na sala perguntando de você. Sara olhou-a desanimada, fechou os olhos, Laura a beijou na testa.

— Sara lembre-se o que o médico disse. Você vai acabar perdendo seu bebê. Descansa. Ficou tudo mais calmo agora. — Jake foi embora logo que Nick te trouxe para o quarto. — Seu marido saiu daqui muito transtornado — Vitor ficou preocupado com Nick e saiu com ele.

Laura saiu do quarto, Antonia entrou com uma vitamina de frutas e fez Sara tomar. Sara tomou fazendo careta. Antonia lhe sorriu.

— Boa menina. 

Quando Antonia saiu os olhos de Sara encheram–se de lágrimas. A imagem da fúria nos olhos de Nick a perseguia. Lembrou-se de suas palavras "Você o ama mesmo não é? Você é capaz de se sacrificar por causa de seu amante".

Sara acordou com mal estar. Correu ao banheiro e vomitou. Saiu pálida. Respirou fundo. Trocou sua camisola por um vestido preto, da cor do seu humor. Se sentia viúva de marido vivo. Foi até a sala. A casa estava silenciosa, viu no relógio que era muito cedo. Sentou-se no sofá e fechou os olhos. Sentiu um toque no ombro e viu Vitor a olhando preocupado. Sara lhe sorriu, um sorriso fraco, queria tirar a preocupação do rosto do irmão.

— Ontem tive uma conversa séria com seu marido. 

Sara arqueou as sobrancelhas de ver a cara brava do irmão. O irmão era tão calmo, alegre e ela o olhou surpresa de ver ele daquele jeito. 

— Sara eu tentei mostrar para ele que você nunca se casaria com ele se você não o amasse de verdade. E que ele era um cabeça dura de ver coisas que não existem. E mesmo que Jake tivesse algum interesse por você, você jamais se envolveria com ele. 

— E ele? Vitor a olhou desanimado. 

— Eu parecia invisível. A impressão que ele me deu é que ele não ouviu nada do eu que disse.

PROVAS DE UM CASAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora