Capítulo 8

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Sara despertou antes do marido, tomou um banho e vestiu um vestido de verão vermelho. Saiu do banheiro e viu o marido dormir tranquilo. Olhou o relógio e viu que já eram nove horas. Ia deixá-lo dormir afinal hoje era Sábado. Sentia-se bem melhor. Só sua garganta a incomodava um pouco. Sara já estava na sala quando O telefone tocou, Antonia apareceu para atender, mas Sara sorrindo para ela atendeu.

—Alo. 

—Sara, é Jake. 

— Jake?

 —Você está melhor? Sara ficou emudecida. 

— Sim eu estou. Como você ficou sabendo que eu passei mal? Fez-se silêncio do outro lado da linha.

— Nick não te falou que eu fui aí? Sara emudeceu.

— Não.

Sara levantou os olhos e viu Nick observá-la. Há quanto tempo ele estaria ali? 

—Jake, obrigada por ter ligado, agora preciso desligar, bye. 

Sara colocou o fone no gancho e levantou o rosto para olhar o marido. O olhar dele era frio. 

— Sara o que esse cara ainda quer com você? Sara o olhou por um momento. 

— Nada, como nunca quis. O corpo de Nick tornou-se tenso, como se o comentário houvesse surtido o efeito de um soco. Sara percebeu que cometera um grave erro. Nick se aproximou como um felino. Pegou-a pelo braço. E a apertou, sacudindo-a como se fosse uma boneca de pano.

— Por quê? Se ele quisesse você teria se entregado a ele, não é? 

— Nunca mais repita isso! — ela disse alterada. —Pare Nick, eu te amo. Não é o suficiente? Nick a soltou e a olhou atormentado pela dúvida. 

— A impressão que eu tenho é que se ele te quiser você me deixa, num estalar de dedos. Sara tentou se aproximar dele, mas ela deu um passo para trás e mostrou as palmas das mãos numa posição de defesa.

— Não Sara não me toque. Eu estou fora de mim agora. Não me leve a falar coisas que não quero. Eu preciso pensar.

— Nick não há nada para pensar. 

— Como não há? Ele está te cercando. Seu pai morreu. Não há mais nada que o impeça de se aproximar de você. Antes ele não fazia isso por respeito ao amigo moribundo. 

— Pare com isso!— gritou— Nick eu te amo, meu coração é seu, meus pensamentos são seus. Pare!

 Ele deu-lhe as costas e Sara ficou ali no meio da sala parada. Sentou-se no sofá e desabou em lágrimas. Minutos depois Nick passou pela sala e se dirigiu a porta, estava vestido com jeans e um blazer marrom. Sara se levantou rápido e pegou-o pela manga. 

— Aonde você vai? 

—Sair. —E com um puxão no braço saiu.

Sara ficou a olhar para a porta confusa e perdida. Ouviu o ronco do motor, e a Ferrari sair em alta velocidade. Antonia apareceu e a olhou sem entender. Sara a tranquilizou com um sorriso. Numa tranquilidade que estava longe de sentir. Desolada foi para o quarto e se deitou na cama. Foi até o travesseiro dele e aspirou-lhe o perfume. Abraçada ao travesseiro chorou em silêncio, convulsionada pela dor que sentia. Muito tempo depois se sentiu mais aliviada. Mas ainda não conseguia se libertar de uma estranha sensação de depressão e torpor. depois de um tempo dormiu perdida em pensamentos confusos que desembocaram em sonhos estranhos e perturbadores.


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