Festa na praia

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O celular começou a tocar, me trazendo a realidade na melhor parte do sonho, bem na hora que o Tom Ellis iria me beijar. Suspirei frustrada, pronta para soltar o verbo com quem me acordou, mas, por incrível que pareça, não era ninguém realmente me ligando, mas sim o alarme.

Item número 56: entrar de penetra em uma festa na praia.

Piscava em grandes letras no meu celular.
Levantei-me ainda meio desorientada, encaminhei-me para o banheiro e tomei um longo banho quente. Saí do banho, sentei-me na cama e peguei a pequena agenda que carregava, vi que dentro dela tinha uma xerox tirada antes de ter largado minha "estável" vida para viver minhas metas. Era um convite de casamento que tinha feito para uma cliente, a data combinava com o dia, tinha o casamento certo para ir.

  Arrumei-me como a ocasião pede: vestido amarelinho solto, mais ao mesmo tempo social, aquilo o classificava como a vestimenta ideal. Prendi o cabelo em uma trança e voilà, estava perfeita.

  Pulei o café e o almoço, pois já eram 16:00pm, não me lembro o dia em que eu dormi tanto. Peguei um táxi e fomos em direção à praia e, de imensa velocidade que o carro foi, cheguei em menos de dois minutos.

  Estava uma tarde agradável, sem muito sol. Tinha um pequeno altar na praia, algumas cadeiras em frente dele e um extenso tapete vermelho que percorria sobre a areia.
  
  As duas cadeiras ao fundo estavam vagas, sentei-me em uma delas e observei um rapaz sentar ao meu lado, virei-me em sua direção. Ele não parecia ter mais de vinte e cinco anos, era alto, tinha os olhos de um castanho tão escuros que dava para se perder neles, tinha os cabelos pretos, seus fios cacheados estavam bagunçados de um jeito sexy, sua pele parecia ter sido beijada pelo sol, acho que o encarei tempo demais porque ele virou para mim e falou:

— Está tudo bem? Você parece nervosa, a deixei assim? — Falou de um jeito convencido, acho que já descrushei.

— Sim, está tudo bem, acho que é o calor.  — Respondi me abanando com a mão de um jeito teatral.

— A tá, aliás, meu nome é Henrique, sou primo da noiva. — Falou estendendo a mão.
Se acalme, Tina, não pira, você está de frente pro primo da noiva, você não pode falhar.

— Valentina, sou amiga da noiva. — Respondi apertando sua mão e sorrindo.

— Desculpe-me se estou sendo precipitado mas, a senhorita está bellisíma — Falou.

— Obrigada, deixe-me falar que você também não é de se jogar fora. —Respondi.
Nossa conversa foi cortada pela marcha nupcial seguida da entrada da noiva, foi uma das coisas mais lindas que eu já vi. Seu vestido era leve e branco, o sol se pondo refletindo nas claras águas do mar fez um cenário perfeito, o casório em si foi rápido, ambos os noivs disseram apaixonadamente o Sim.

Depois do casamento, tinha uma pequena recepção para os convidados após o altar. Fizeram uma belíssima mesa de buffet, tinha algumas velas espalhadas pelas areias e tudo acompanhado de uma música animada. Dancei como nunca tinha dançado antes, o buffet estava uma maravilha, a comida estava deliciosa, eu não esperava o que vinha a seguir.
   
Após a valsa dos noivos, todos foram comprimenta-los. Eu me afastei, foi quando eu ouvi o grito:

— Ei! Você aí de amarelo, quem é você? Não conheço você. Ei, volta aqui! — Exclamou o noivo, vindo na minha direção

Minha única reação foi tirar os saltos e correr como se não houvesse amanhã. Quando vi que não tinha mais ninguém me perseguindo, sentei-me na areia e comecei a rir, não que a situação fosse menos engraçada,  mas até ontem eu era uma simples secretária de uma firma de advogados que andava de um lado para o outro tirando xerox , arquivado documentos e rindo de piadas sem graça, e, agora estava sentada na areia com apenas um dos meus saltos na mão, não tinha como ficar pior, foi quando eu ouvi alguém gritando:

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