Relíquias Celestes: Cidade das Sombras

Capítulo 10: Passado Desenterrado

Eduardo se encontrava num beco escuro, uma moça lutava ferozmente contra um pequeno grupo de lobisomens, nas paredes do beco sangue escorria, Eduardo se aproximou e logo viu que era a moça da foto, ela estava sozinha empunhando uma lâmina serafim cujo a lâmina brilhava mais que o normal, a sua expressão era de raiva e ao mesmo tempo de tristeza. Os corpos mutilados no chão mostraram que era Caçadores.

  - Olha só rapazes, ela está afrita.

Disse um dos licantropos voltando para a sua forma humana.

  - Seus imundos, como ousam derramar sangue Nephilim!!! - Gritou a Keila.

  - Sua espécie tirou muitas vidas naquela luta tola contra Jhonata Morgenstern!

  - Não sei quem está sendo tolo aqui.

Um dos licantropos atacaram novamente Keila mas dessa vez o ataque a atingira de tal modo que a deixou com poucos movimento, pegou sua estela para criar runas de cura mas um dos licantropos a tiraram dela.

  - Se vocês tivessem aceitado os termos do filho de Valentim talvez muitas vidas seriam poupadas.

  - Se nós tivéssemos aceitado os termos hoje seríamos escravos...

  - Isso não importa.

  - Talvez para vocês não, estão acostumados a usarem coleiras que nem sabem mais o sinônimo de liberdade.

Keila já não podia lutar, estava ferida demais para tentar alguma coisa, Eduardo tentou interferir com um golpe certeiro no licantropo que estava perto mas foi em vão, não havia como impedir, tudo não passava de lembranças. Quando Keila estava pronta para receber o golpe que a mataria um homem reluzente surgiu chamando a atenção de todos os licantropos.

  - Uziel...

Keila falou com dificuldade por causa dos hematomas, o olhar do Uziel passou de Keila para os licantropos que o encarava, uma espada cujo a lâmina era tomada por fogo surgiu na mão de Uziel.

Eduardo prestava atenção e realmente o Uziel se parecia com ele, quando um confronto estava prestes a acontecer tudo mudou, agora Eduardo se encontrava atrás de Uziel e Keila, ambos estavam num hospital e olhava por uma parede de vidro uma criança diferente das outras, pequenas luzes a envolvia em forma de asas.

  - Olha só para ele como é forte. - Disse Keila abraçada em Uziel.

  - Herdou as características da mãe.

  - E a beleza do pai. - Keila completou.

  - Nada mais bonito que um casal apaixonado,- Disse um dos médicos se aproximando para ver o bebê - já pensaram num nome?

  - Se chamará Eduardo Ashdown.

O médico olhou para Uziel que fazia uma careta.

  - A mãe que escolheu o nome? - Uziel apenas acentiu, o médico apenas demostrou um pequeno sorriso - Amanhã poderá e vir buscá-lo, só precisaremos fazer os últimos exames para saber sobre a saúde e pronto.

Eduardo que apenas ouvia estava sem palavras ao descobrir que o casal a sua frente era seus pais, a cena logo mudou mas dessa vez se encontravam na floresta, todos sentavam para um piquenique. A criança brincava enquanto seus pais riam alegremente, o pequeno Eduardo corria em direção a um lago.

  - Eduardo, não vá muito longe filho. -Disse Keila sendo abraçada por Uziel.

  - Deixe ele sentir o vento sobre sua frágil pele correndo livremente.

  - E você não está nem um pouco preocupado não é meu anjo?

Eduardo chorava ao ver aquele momento, seu último momento com seus pais, em meio aquele choro algo o chamou a atenção, o mesmo homem que esteve no instituto surgiu das sombras e percebeu que Uziel logo se alertou, era como se a felicidade que sentia se desfez ao vê-lo ali. Novamente a cena se desfez passando para uma outra, Eduardo começou a sentir pequenas pontadas de dor de cabeça. Agora se via em uma cela escura, um homem estava acorrentado e todo ferido, pelo chão sangue e alguns objetos de torturas algumas enferrujadas e outras sujas. Quando Eduardo se aproximou para ver o rosto do sujeito percebera que se tratava de Uziel, seu pai que estava preso. A porta da cela logo se abriu e por ele Sirith adentrara demostrando o mais ridículo riso.

  - Olá irmão, você não vai acreditar quem eu vi.

Uziel criou forças para erguer a cabeça e olhar para o demônio que o aprisionara na cela, mas nada disse.

  - Eduardo agora está brincando de Caçador de Sombras, mesmo ele sendo um Nephilim original não irá deter meus planos, mas mudando de assunto, me diga onde está.

  - Não direi nada. - Disse Uziel com a voz falhando.

  - Para com isso Uziel! Se Miguel e os outros anjos se importasse mesmo já teria te tirado daqui a muito tempo, eles apenas nos usam para seus objetivos e depois nos jogam no esquecimento!

  - Não... é bem... assim.

  - Claro que é meu irmão, e você sabe que estou certo, mas se eu fosse você, onde esconderia a Chama Sagrada?

  - Você nunca encontrará Sirith.

Sirith observou bem Uziel, demostrou estar pensando em algo, um sorriso se formou  em sua face, não um sorriso qualquer e sim vitorioso.

  - Admito que nunca pensaria nisso, a Chama Sagrada não está em um lugar específico e sim com uma pessoa.

Eduardo logo colocou a mão no colar, não sabia o que estava acontecendo mas logo aquela cena se desfez, ao abrir os olhos Eduardo estava caído no chão, ao seu lado um dos irmãos do Silêncio e Drianna o observara curioso sobre o que havia acabado de acontecer pois nada tinham visto como isso antes.

   Eduardo Ashdown, filho da Caçadora de Sombras Keila Ashdown, sua mãe foi uma grande guerreira.

A voz do irmão do silêncio ecoou nas mentes de Eduardo e Drianna que logo se voltaram o olhar a ele.

  - Você conheceu minha mãe? - Perguntou Eduardo.

  Sim...