Capítulo 7 - Você não é meio jovem demais pra beber?

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Capítulo 7 – Você não é meio jovem demais pra beber?

— E, desde então, eu nunca mais ouvi falar sobre Rafaela... — Paulo com um olhar de conformação, que logo voltou-se ao rapaz de pé.

Puxou o ar para o fundo dos pulmões e o soltou gradativamente.

— Até encontrar você, Pedro.

Pedro e André estavam boquiabertos com aquela história; o loiro o olhava com um olhar mais assustado, o que preocupava Pedro.

– Você é uma antiguidade! — André disse empolgado. - Você tem uns cem anos!

— Tenho 145 anos, pra ser mais exato. — Paulo respondeu com desdém — Mas minha aparência física parou de sofrer qualquer alteração aos 23 anos.

André sentia-se em um zoológico (e como não se sentir?) ao saber que alguém com mais de um século de idade pudesse existir, não envelhecer... Era inacreditável, mas levando em conta as circunstâncias...

— Mas como isso é possível? — André pôs o dedo indicador e polegar em no queixo de Paulo, estudando suas feições — Eu não sou da área de biológicas, mas acho que é impossível um ser humano viver tanto tempo assim...

— Isso é uma longa história... — Paulo fez um rápido movimento com o olhar em direção a André, assustando e fazendo­­ com que ele tirasse a mão de seu rosto.

Pedro demorou a assimilar tudo aquilo, mas logo o fez; não pensou muito após lembrar tudo o que passou com André e a briga que presenciou entre Agatha e Amanda na Capital.

— Não sabemos ao certo qual é o objetivo de Gabriel... — Paulo continuou — Mas sabemos que ele vem matando muitos de nós há muito tempo... Mais do que eu possa contar.

— E precisamos impedir isso... — Pedro completou.

— É claro que precisamos impedir isso! – André respondeu intrigado – Eu não quero morrer fatiado por uma espada ninja.

— A espada é grega — Paulo o corrigiu. — Ou romana... Sei lá.

— Ah, se é grega, não tem problema. — André disse ironicamente — Detestaria ter que dar em mim mesmo o golpe de misericórdia para preservar a minha honra e dignidade ninja.

— Haraquiri. — Pedro deixou escapar o termo ao qual André se referiu, chamando a atenção do mesmo. — Lembro de uma campanha de RPG que fizemos em casa e o seu personagem precisou fazer isso. — Soltou uma risada nostálgica e sutil

— Você lembra. — André mudou de expressão por um segundo, mas foi cortado por Paulo.

— Por décadas, muitos de nós tentamos matar Gabriel... Anos e anos atrás daquele desgraçado. — O olhar de Paulo se entristeceu — Muitos de nós morremos tentando... — Ele respirou profundamente. — Juntar os Sete Pecados é nossa melhor chance de acabar com ele de uma vez por todas.

— Espere — André disse — Se Gabriel é a Ira, como reuniríamos os sete para derrotá-lo?

— A cada sete anos, novos pecados nascem. — Paulo fez uma pausa. —  Nós denominamos esse fenômeno de "Pandora". Pareceu apropriado. — Ele se levantou, estalando os dedos das mãos.

— Vocês e sua amiga são o que podemos chamar de Geração Z. — Ele voltou seu olhar para a janela, pausando sua fala novamente. — Acho que isso é tudo que precisam saber agora.

— Então... — André adentrou com um tom de voz brincalhão. — Vamos arregaçar esse cretino.

Paulo riu com ânimo.

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