- Com certeza deve haver algo por aqui. - Agatha concentrava-se arduamente, quase em meditação em cima daquele rochedo.
- Aqui é muito afastado para que aquele atirador aparecesse tão de repente. - Carlos dizia enquanto procurava por abrigo do ponto mais alto daquelas pedras. - Continua procurando...
Pedro e Amanda cuidavam de Paulo, protegendo-se daquela chuva pesada embaixo das árvores da estrada. Estava frio, úmido e muito escuro para não ficar em alerta e descansar.
- Será que o André vai dar sorte? - Amanda falava enquanto limpava o sangue do rosto de Paulo.
- Eu espero que ele fiquem a salvo... - Pedro disse enquanto abraçava seus joelhos contra o peito. - Espero que os dois fiquem... - Ele olhou para o moreno que estava deitado no colo de Amanda.
- Ele vai melhorar. - Fernando respondeu a alguns metros de distância, revirando os destroços do carro. - Eu não sei fazer feitiços curativos, só paliativos. O suficiente pra ele não morrer.
Amanda apenas olhava pra chuva, pensando em cada passo que deu para chegar até ali. Conhecer Pedro quando criança, caçoar de André no Fundamental, ter pais ausentes...
- Nanda. - Pedro chamou a morena pelo apelido, tirando-a de seus pensamentos.
- Oi, Pato. - Ela respondeu da mesma forma.
- O que você faz quando a pessoa, que você gosta, gosta de outra pessoa?
Amanda deixou escapar um riso abafado de sua boca, que logo se desfez em compreensão.
- Você tem duas opções... - Pensou um pouco antes de falar. - Você pode tentar competir; conquistar essa pessoa.
- E quando você não tem chance de ganhar essa competição? - Pedto retrucou curioso e sutilmente apreensivo.
- Você parte pra outra. - Amanda fitou a chuva por um instante. - É prático.
- Achei! - André chegou arfante, falando alto enquanto saia de dentro do matagal. - Tem uma estrada mais estreita aqui ao lado... Com casas bem isoladas.
- Ótimo. - Agatha aterrissava próximo aos quatro. - Deve ser um sítio ou algum chalé.
- Vai sujar meu estilo dormir em um sítio, mas tudo bem. - Fernando tentava se conformar.
***
Após pularem o muro azul que cercava o chalé, tratou cada um, devidamente, de se acomodar na casa que com certeza era propriedade de alguém. A ideia de invasão de domicílio deixou André desconfortável.
- Aquele Pecador com certeza estava usando essa casa. - Carlos dizia enquanto olhava os arredores da sala.
As paredes de madeira e a traseira envidraçada deixavam a sala bem rústica, mesmo que os três sofás fossem aparentemente novos. Poucos quadros de paisagens nas paredes e um lustre discreto chegava quase até o meio da sala, acima da pequena mesa de cento.
Amanda e Agatha dormiam ali, ocupando os dois sofás, deixando apenas o de dois lugares para André e Carlos, que se recusava a dividir o sofá com o loiro.
- Pode deitar ai. Não vou conseguir dormir. - Disse Carlos testando o peso de um pequeno vaso de flores, admirando-o sem pressa.
- Eu também não vou conseguir dormir assim. - André disse sentado no sofá enquanto via Amanda babar até às almofadas, com uma perna das pernas apoiadas na parte de cima do sofá.
- Por que não vai lá fora fazer companhia pro Fernando? - Carlos sugeriu desinteressadamente. - Ele pode ser meio excêntrico, mas é um cara bacana.
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Sete [EM REVISÃO]
ParanormalApós uma noite pouco lúdica, Pedro acorda com um número tatuado em seu ombro e um mundo novo surge diante de seus olhos, mudando completamente o rumo de sua vida. Sete é uma história fatídica sobre um mundo visto aos olhos de quem não tem medo do es...