Capítulo 9 - Demônios

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Capítulo 9 – Demônios

– Vocês ganharam um aliado - Fernando dizia conformado com suas palavras. - Ajudarei vocês nessa história de Gabriel... Se bem que eu já estava estranhando... - Fernando pôs a mão no queixo, não completando a frase.

– Estranhando o que? - Pedro perguntou curioso.

Fernando bufou insatisfeito consigo mesmo.

– Muitos dos demônios e criaturas das trevas têm desaparecido... - Fernando disse com ar cansado. - Ouço alguns relatos de sumiço, captura...

– Será que Gabriel está envolvido com isso? – Paulo perguntou intrigado.

– Não sei... – O platinado o olhou nos olhos. - É bem provável...

– Temos que ir. - Paulo disse fugindo do olhar de Fernando. - Agatha e Carlos precisam saber disso. - Ele puxou as chaves do carro de seu bolso.

– E eu não ganho nem um beijinho de despedida? - Fernando bota uma mecha do cabelo para trás da orelha.

– Vai se danar... - Paulo desvia o olhar e vai em direção ao carro, causando o riso de Fernando.

Coisinha, venha cá - Fernando estala os dedos, dirigindo-se a Pedro.

– Temos que ir - André disse o apressando-o.

– Serei breve. - Fernando respondeu com um sorriso de conformação. - Podem ir na frente.

André segue o passo apressado de Paulo, afastando-se dos dois.

– Você não pegou leve comigo... – Pedro disse incomodado, mexendo levemente os ombros.

– Eu vou ser breve. - Fernando abaixa a cabeça em cansaço, mas logo se recompõe. – Eu não sou tão burro quanto pareço. Vi o jeito que Paulo olha pra você. - Ele cruza os braços, tomando uma postura mais séria. - Ele tem dono.

– O Paulo me olhando? - Pedro riu constrangido. - Você deve estar confundindo as coisas; eu não curto...

– Não me importa. - Fernando o interrompe. – Vá. Estão à sua espera.

Pedro assente e vai em direção ao carro, seguindo os passos dos dois.

– Volte logo! - Fernando sorriu, acenando para o moreno. - Adorei você!

***

O silêncio no carro era gritante.

André dormiu devido ao horário; já eram 23h09min, muito tarde para um menino culto como André. Paulo não tinha coragem de olhar para Pedro, o que era algo mútuo depois do que Fernando havia dito ao mais novo.

O céu estava escuro; logo iria chover.

A noite estava fria; o que fazia Pedro encolher-se envolto em seus próprios braços tentando manter o pouco calor de seu corpo. Paulo dirigia sem problema, incomodo, ou reação alguma; focando seus olhos apenas na estrada, disfarçando as sutis fitadas que dava a Pedro quando percebia que o mesmo não estava observando.

- Toma. - Paulo esticou o braço em direção a Pedro.

Ele estava com sua jaqueta em mãos, oferecendo-a para Pedro.

- Não precisa. – O encolhido sorriu em agradecimento. – Estou bem.

- Você não morreu para Fernando, mas vai morrer de Frio? – Assim que terminou a frase, arregalou os olhos em contentamento, como se acabasse de citar um tabu.

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