Capítulo 11 – Sonho ruim
A morena rasgava o último cadáver vorazmente, abrindo a carne como se quisesse achar algo dentro do corpo morto. A faca de açougueiro não estava mais trabalhando tão bem quanto horas atrás.
Ela já não respondia por si, ficando pior a cada homicídio. Seu vestidinho branco, agora, não passava de trapos sujos de sangue e lama. Após estraçalhar o cadáver, o jogou na menor pilha ao lado do portão de ferro que a segurava lá dentro.
- Cento e quarenta e cinco... - Ela parou de se movimentar e sussurrou. - Cento e quarenta e cinco...
Ela já não respondia por si, ficando pior a cada homicídio. Seu vestidinho branco, agora, não passava de trapos sujos de sangue e lama. Após estraçalhar o cadáver, o jogou na menor pilha ao lado do portão de ferro que a segurava lá dentro.
- Cento e quarenta e cinco... - Ela parou de se movimentar e sussurrou. - Cento e quarenta e cinco...
Ela fincou a faca num corpo à sua esquerda, apoiou em seus joelhos e levantou-se.
- Você quer me enlouquecer, não é? - Ela estendeu os braços e começou a gritar na sala vazia.
Ela esfregou a mão no rosto, deixando escapar uma risada espontânea.
- Você conseguiu.
***
Paulo sentou-se no sofá, já alimentado, e fitou o mais baixo; o mesmo sabia que estava sendo observado, mas distraiu-se mexendo em seu colar, não retribuindo o olhar.
– Porque você insiste em dizer "Não"? - Paulo disse.
– Como assim "Não"? – Pedro sorriu educadamente.
- Pra mim. – Paulo se recosta no sofá, pondo as pernas mais a frente e os braços pra trás do mesmo. – Eu sou muito gato, sabia?
Pedro riu.
– Você não me pediu nada em relação a isso.
- E nem preciso! – Paulo se pôs em postura novamente. – Seu corpo está me dizendo que não.
Pedro gargalhou.
- Sua boca diz não! - Pedro começou a cantar. - Mas seu corpo diz sim!
Paulo deu uma risada de leve.
- Falo sério. – Paulo retrucou a brincadeira. – Não sabe o que é linguagem corporal?
- Acho que tenho uma leve noção do que seja... – Pedro comentou baixo, seguido de um bocejo.
- Está cansado? – Paulo disse preocupado
– Eu preciso dormir... - Ele balbuciou entre outro bocejo.
– Tudo bem. – Paulo se espreguiçou enquanto ia em direção as escadas. – Suba. Vou arrumar um canto pra você se deitar.
***
- Eu não sei onde eu coloquei aquele colchão... – Paulo revirava o armário.
Já fazia algum tempo que os dois estavam procurando um colchão inflável que Paulo dizia ter em algum canto da casa. Todos os quartos em que eles viram estavam ocupados com coisas completamente desnecessárias e que apenas faziam ocupar o espaço; roupas, móveis, até mesmo plantas. Pedro estava com os olhos quase fechando de sono, desistindo de procurar seu colchão.
- Você tem uma casa de quatro quartos. – Pedro falava com a cara fechada. – E o único que não está tão imundo é o que você dorme? – Ele arqueou a sobrancelha.
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Sete [EM REVISÃO]
ParanormalApós uma noite pouco lúdica, Pedro acorda com um número tatuado em seu ombro e um mundo novo surge diante de seus olhos, mudando completamente o rumo de sua vida. Sete é uma história fatídica sobre um mundo visto aos olhos de quem não tem medo do es...