Capítulo 13 - Meios indiretos

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Capítulo 13 - Meios indiretos

- E essa viagem duraria quanto tempo, Paulo? - A mãe de Pedro perguntava animada.

Tomavam café na mesa da cozinha; Carla em uma linda e decorada caneca preta com alguns detalhados raios azuis que desenhavam "Mãe Mais Legal do Mundo" nela. Paulo tomava café numa xícara comum que ficava pequena demais em suas mãos. Conversava com a mãe de Pedro como se fossem íntimos de longa data; Paulo era muito bom em persuadir as pessoas.

- Faz tanto tempo que Pedro não viaja que me sinto empolgada por ele! - Ela dizia com um sorriso alegre no rosto, se mexendo tanto que o café em sua caneca ameaçava ir diretamente para o chão, o que fazia com que ela segurasse-a com as duas.

- Você fala como se eu fosse um isolado anti-social. - Pedro interveio na conversa dos dois, ainda lavando o resto de louça que estava na pia.

- Continue lavando. - Ambos disseram simultaneamente, nem se dando ao trabalho de olhar para o lado.

- Ele estará em boas mãos comigo, Dona Carla. - Paulo sorriu simpaticamente, pondo sua mão desocupada na mão de Carla. - Pode ficar tranquila.

- Ora, meu anjo, pode me chamar só de Carla.- Ela dizia simpática; a cada palavra, Pedro serrava os dentes.

Pegando na mão da mãe, Paulo levou sorrateiramente seu olhar para o de Pedro, levantando a sobrancelha seguidamente de um sorriso provocativo.

- Olha... - A mãe do moreno pôs a mão por cima da de Paulo, que segurava a sua, envolvendo-a enquanto seu sorriso só fazia alargar. - Fico muito feliz que o Pedro finalmente tenha arranjado um namorado tão bom quanto você.

- 'Pera aí. O quê? - Paulo e Pedro disseram uníssono; tendo Paulo um sorriso no rosto e Pedro, indignação.

- Oh, sim! - Ela continuava no mesmo tom. - O último namorado dele era muito problemático e esquisito; completamente diferente de você, que é tão educado e simpático!

- Namorado?

- Educado e Simpático?

- Não é isso!... - Antes que Pedro pudesse completar, Paulo tomou sua frente.

- Não é isso que devemos colocar em ênfase, Sogrinha. - O mais alto completou a frase à sua maneira. - Não estou aqui por ser ou não ser um homem melhor. - Ele virou seu olhar provocativo para Pedro. - Estou aqui porque ele me faz um homem melhor.

- Eu fico tão feliz que por Pedro ter conhecido alguém como você!

Paulo deu um sorriso provocativo a Pedro, que gesticulava rudemente um palavrão.

- Concordo plenamente, irmã. - Paulo sentia sua mandíbula doer de tanto sorrir para a loira.

- Um retiro da Igreja vai ser ótimo pra você! - A mãe de André arrumava a gravata do loiro. - Ele tem andado muito estranho ultimamente, sabe? - Ela dizia ao Missionário.

André mantinha-se parado em frente à porta de sua casa vestindo camisa e calça sociais, tendo em seu pescoço uma gravata que ficava cada vez mais apertada em seu pescoço graças à sua mãe, fazendo-o questionar se ela estava tentando ajeitar sua gravata ou cometer filicídio.

- As pessoas na Igreja estão muito preocupadas com a saúde mental dos nossos jovens, irmã. - Paulo dizia serenamente, abraçado à Bíblia. - Você sabe como estão as coisas hoje em dia.

- Com certeza, irmão. - Ela deu uma última puxada na gravata do loiro, o que o fez engolir em seco. - Eu espero que ele volte iluminado, sabe?

- O objetivo é esse! - Amanda argumentava ao telefone.

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