Capítulo 12 - Batidas e batimentos.

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Capítulo 12 – Batidas e batimentos

O tic-tac do relógio batia.

Um grito forçado, chamava por Amanda.

— Gabriel! - A garota berrava, exausta, com dificuldade. - Me tira daqui!

Ela estava sentindo o peso das correntes em seus pulsos e da coleira em seu pescoço. Seu vestidinho branco estava completamente rasgado e aos trapos. Seu cabelo preto pingava a água suja daquele lugar; misturando-se com o suor que escorria por sua pele morena. Seus olhos castanho-escuros estavam tão fundos de sono que pareciam os de um cadáver.

O homem alto e esguio grita em tom autoritário, dando um tapa na cara da morena.

- Eu vou ter que fazer você calar a boca à força, morena? – Ele segurava o rosto da morena pelas bochechas.

Gabriel, o carcereiro da morena, estava lá; usando como roupa apenas sua calça preta. Sua pele branca e pálida, suja por estar naquele ambiente, fazia-o parecer que havia rolado em um chão bem empoeirado.

O tic-tac do relógio batia.

- Amanda! – O loiro, exausto, gritava do lado de fora.

Gabriel conteve-se, respirou fundo e voltou a seu tom calmo e sereno de sempre. Ele se aproxima do rosto da jovem, encostando sua testa na da mesma.

— Você vai ficar aqui até eu dizer chega, você está entendendo? – Ele empurra bruscamente o rosto da garota, soltando-a.

A morena, em um movimento rápido, cuspiu em Gabriel, acertando seu rosto.

- Demônio infernal... – Ela olhava com ódio, com os olhos cerrados e objetivos, deixando clara a vontade de matá-lo ali mesmo.

O tic-tac do relógio batia.

O suor da morena começara incomodar, fazendo seus cabelos começarem a grudar nos lençóis.

Seus pesadelos estavam ficando piores e cada vez mais macabros; o segundo sonho que teve envolvendo Gabriel. O quarto, escuro, estava quase em silêncio absoluto, com o único e ecoante som de "tic-tac" do relógio que ressoava por todo seu quarto.

Amanda ouviu um estrondo no andar de baixo, o que fez com que ela pulasse da cama e fosse correndo para as escadas.

- Por favor, que não tenha sido algo caro. Por favor, que não tenha sido algo caro. – Amanda repetia ligeiramente como mantra enquanto corria tão rápido quanto.

Chegando à metade das escadas, ela já desacelerou; boquiaberta com a cena.

A porta de carvalho estava no chão, arrancada completamente da parede. André, ao lado da mesma, se rastejava em direção as escadas.

- André!... – Amanda correu para ajudar o loiro que estava seminu no chão de sua casa.

O loiro estava completamente empoeirado, como quem acabara de carregar sacos e sacos de cimento. Sua calça já estava tão destroçada que não escondia sua cueca box que estava no mesmo estado.

O que Amanda não conseguia parar de reparar era no físico do mesmo; seu torso que, antes era quase esquelético, estava bem trabalhado e definido. Seus braços estavam mais musculosos do que estavam há alguns dias atrás onde qualquer um podia os julgar finos e quase quebráveis.

- Me ajuda... – Ele dificilmente conseguiu falar dentre os baixos gemidos de dor e desconforto.

***

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