Lar

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Rose Narrando
Nesse momento estou sentada no banco traseiro do carro do beta da alcateia de meu pai. Ele me buscou no colégio seguindo o pedido de minha mãe.
Sabe aquela famosa frase: Lar doce lar?
No meu lar não tem nada de doce.
Eu sei que eu deveria ficar ansiosa para visitar todos, mas infelizmente não estou.
Confesso que estou com saudades, não vou negar, mas minha mãe é complicada.
Olho pela janela entediada, infelizmente Poliana não pode vir comigo pois segundo ela sua mãe parecia precisar dela naquele instante em que saímos do colégio interno, mas me prometerá que iria chegar na alcateia antes de eu sair para escolher meu vestido.
Respiro fundo me preparando para enfrentar minha mãe.
Digamos que minha mãe é muito complicada, acho que as vezes ela esquece que já tenho meus dezessete anos e que em dois meses farei 18 anos.
Olho para minhas unhas pintadas de preto e por um momento sinto saudade de Poliana e seu mau humor, de Ian o vampiro idiota e de Hugo que é um lobo muito diferente eu diria ou seja ele é um fofo e a menina que for companheira dela terá muita sorte.
Pela Lua!
Estou ficando mais sentimental do que o normal!
Isso está estranho. Estou com saudade do vampiro idiota. Devo estar delirando.
-Provavelmente deve estar com saudade de casa Rose. -Alex, o beta do meu pai fala querendo puxar assunto enquanto dirige com a atenção voltada para a estrada. Alex tem por volta de 50 anos, mas aparenta ter 40. Ele tem cabelos castanhos claros e olhos castanhos.
-Sim claro. -Minto e dou um sorriso amarelo tentando soar convincente enquanto o mesmo olha rapidamente pelo retro visor.
Não me julguem mau, mas às vezes eu preferiria ficar no internato do que aturar minha mãe.
-O colégio parece ser bom, já se adaptou lá? -Pergunta ele de forma simpática tentando dialogar comigo.
-Sim, depois de 3 anos a gente acostuma. -Respondo torcendo para ele não continuar com mais perguntas. Alex me conhece e sabe que quando sou muito direta com respostas é porque quero silêncio.
Alex permanece em silêncio o resto do caminho e eu diria que o silêncio é perfeito em certos momentos.
Após um tempo chegamos a alcateia do meu pai. As casas em geral não são muito luxuosas, apenas alguns lobos que gostam de luxo, outros já preferem casas mais simples.
Saio do carro assim que Alex estaciona de frente a minha casa.
Pego minha mochila preta e a coloco nos ombros.

 Fico em frente a grande porta da frente

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Fico em frente a grande porta da frente. Olho para trás e percebo que nada mudou.
Vejo algumas pessoas que estavam andando nas ruas me olharam surpresas e ao mesmo tempo curiosa.
Volto a atenção para a porta branca. Sigo até ela e a abro. Assim que boto meus pés na casa uma criatura corre de forma sobrenatural até eu e me abraça.
Sinto o cheiro de Rafael.
Sorrio e retribuo o abraço. Estava com saudade dele.
-Você está me esmagando. -Digo entre o abraço brincando.
Ele me solta e me olha preocupado. Após perceber que estava apenas brincando ele sorri.
-Tava com saudades. -Fala ele e me abraça novamente e me tira do chão.
-Eu também. -Assumo entre o novo abraço.
Assim que ele me solta vejo minha mãe vindo até nos.
Ela continua a mesma desde a última vez que a vi. Os cabelos castanho estão sobre os ombros e os olhos mel continuam os mesmos. Ela está usando um vestido tubinho azul marinho e um salto alto preto.
Olho para Rafael numa súplica de socorro, mas o mesmo apenas da de ombros e sorri.
-Lembrou que tem família? -Pergunta minha mãe brincando e após se aproxima o suficiente me abraça forte fazendo eu sentir o cheiro de seu perfume importado mais do que o necessário. Retribuo o abraço e vejo Rafael segurando o riso. Minha mãe me solta e passa a mão nos meus cabelos um pouco cacheados. -Você está linda. -Fala ela emocionada a me ver. -Mas precisa cuidar desse cabelo, seu cabelo precisa de uma cabeleleira urgentemente. -Fala ela de seu jeito normal e me analisa.
Respiro fundo me preparando.
-Mãe... -Começo a falar mas a mesma me interrompe.
-Já sei o que precisa! -Fala ela. -Um dia no Spa! -Conclui ela.
-Nada de Spa, ela acabara de chegar e já quer levá-la sem eu ter um tempo com nossa filha. -Uma voz familiar fala adentrando o hall de recepção fazendo minha mãe ficar quieta.
A única pessoa que consegue controlar minha mãe é meu pai.
Sigo até meu pai e o abraço. Mesmo que eu ainda esteja brava com ele por ele ter me mandado para aquele colégio interno eu estava com saudades.
-Obrigada. -Agradeço num sussurro por meu pai ter me salvado das loucuras de minha mãe por enquanto.
-De nada. -Sussurra ele e me solta. -Agora vamos almoçar, deve estar faminta. -Fala ele.

Meu CompanheiroOnde histórias criam vida. Descubra agora