Meu Companheiro

Senti Sua Falta

Rose Narrando
-Vocês demoraram. -Ian fala assustando eu e Poliana assim que entramos em nosso quarto.

Acabamos de chegar no colégio e a primeira coisa que fizemos foi vir direto para nosso quarto.

Olho para Ian sentando em minha cama e Hugo sentado na cama de Poliana.

-Tá fazendo o que na minha cama vampiro idiota? -Pergunto irritada e ele apenas sorri ignorando meu mau humor como de costume.

-O que perdemos enquanto estávamos fora? -Hugo perguntando de forma atenciosa de sempre.

-Poliana está noiva. -Falo sentando na minha cama obrigando Ian a me dar um espaço e Poliana me olha brava. -E eu encontrei meu ex e tive que almoçar com ele na minha casa junto de minha ex cunhada e fingir que não estava ocorrendo nada de mais. -Conto tudo de uma vez e tiro meu coturno.

-Ual, tudo isso em um final de semana? -Ian pergunta em um tom sério. -Poliana sua estranha, quando ia nos contar que está noiva? -Ian pergunta em um tom irônico para Poliana.

-Longa história, não sei se sabe mas bruxos também tem suas tradições. -Poliana fala seria tirando seu coturno e deita na sua cama sem se importa com Hugo estar sentado na beira de sua cama.

Ian me olha sério.

-O que foi? -Pergunto irritada.

-Não sabia que era namoradeira. -Ian fala em um tom de brincadeira, mas algo me diz que ele não gostou de saber que já meio que namorei.

-Não foi um namoro, foi quase um namoro. -Digo um pouco sem jeito. -Vamos mudar de assunto por favor. -Peço. -Como foi o final de semana de vocês? -Pergunto curiosa e deito na cama.

-Visitei meus pais e minhas duas tias ruivas malucas. -Ian fala se deitando ao meu lado.

-O que pensa que está fazendo? -Pergunto e tenho empurra-lo de minha cama.

-Está cama tem espaço suficiente para dois. -Afirma ele e decido que não nenhum problema em dividir a cama com ele.

-Se encostar um dedo em mim eu quebro seu pescoço. -O ameaço e ela apenas sorri para mim.

-Ei, minha mãe não é maluca. -Hugo fala e rio com Poliana.

-Não sabia que eram primos. -Poliana fala.

-Não somos primos, mas crescemos juntos e Ian chama minha tia e mãe de tia. -Hugo explica.

Deito de um jeito confortável e olho Ian. Seus cabelos loiros estão sobre meu travesseiro e ele fita Hugo e Poliana.

Aos poucos o sono vai chegando e decido que dormir um pouco não vai haver mau nenhum.

[...]

Abro os olhos ainda sonolenta e vejo que estou sozinha no quarto.

Me espreguiço e levanto da cama.

Decido ir no banheiro para olhar no espelho o estado que deve estar meu rosto.

Ando até o banheiro e quase me assusto com o meu cabelo revoltado ao me olhar no espelho.

Respiro fundo tentando não ficar irritada e faço um coque em meu cabelo. Lavo meu rosto com água e depois o seco com uma toalha.

Saio do banheiro e quase infarto com Ian sentado na minha cara.

-Você ainda vai me matar do coração. -Falo me recompondo. Ele apenas ri.

-Eu sei que sou lindo, mas não precisa ficar assim sempre. -Fala ele em um tom de brincadeira e reviro os olhos.

  -Sabia que este quarto não é seu. -O lembro.

-Poliana e Hugo estão te esperando na biblioteca, fiquei de vir te chamar quando você acordasse. -Ian fala e lembro do meu sono repentino.

O olho. Seus cabelos louros estão  pouco molhados e deduzo que ele tomará um banho recentemente.

-Ok, só vou colocar meu coturno de volta. -Falo ao lembrar que estou descalça.

Sigo até minha cama e pego o coturno que está debaixo da cama. O coloco rapidamente e me levanto.

Lembro que a cerimônia está chegando e que senti o cheiro do meu companheiro.

Pela Lua! Não quero encontrar meu companheiro. -Penso inconformada.

O único jeito de eu ter sentindo o cheiro do meu companheiro é ele estando em sua forma de lobo, e como a cerimônia está próxima não é nenhum segredo que nossos lobos ficam agitados.

-As vezes eu poderia pagar para saber o que tanto pensa. -Ian fala ficando ao meu lado fazendo eu sair de meus devaneios.

Seus olhos verdes acizentados me fitam de um jeito curioso e um pouco sem jeito quebro o contato visual após ficar sem graça.

-Vamos. -Falo e sigo até a porta do quarto. Abro a porta e saio, Ian me acompanha e fecha a porta quando sai de meu quarto.

-Qual fim de semana será que foi pior? -Ian pergunta querendo puxar assunto e o olho.

-Com certeza foi o meu. -Afirmo.

-Tenho minhas dúvidas. -Diz ele e sorrio para ele. -Deveria sorrir mais, fica menos assustadora. -Fala ele em um tom irônico.

Reviro os olhos e lhe mostro o dedo do meio.

-Senti falta de sua educação. -Diz ele e olho com uma sobrancelha arqueada. -Na verdade senti sua falta. -Conta ele e por um momento me perco em seus olhos com esse brilho sobrenatural único. Paro de olhar em seus olhos e volto a atenção para o corredor que da na biblioteca.

-Também senti sua falta. -Assumo, mas logo me arrependo do que falei.

-Sabia que sentiu minha falta. -Diz ele em um tom convencido me olhando de um jeito estranho. O empurro na parede. -Ei. -Resmunga ele e se recompõe.

-Senti sua falta como amiga. -Digo.

-Eu sei que me ama. -Continua ele brincando e reviro os olhos.

-Ian acho que você não vai mudar nunca. -Digo enquanto seguimos até a biblioteca.

Pela Lua! Estou delirando, sou amiga de um vampiro. -Penso.

-Talvez eu mude um dia. -Diz ele em um tom baixo e o olho. Seus olhos verdes estão distante e provavelmente ele está pensando em algo que o atormenta.

-Pelo menos você pode escolher algumas coisas. -Digo ao lembrar que vampiros não tem companheiros definidos como lobos. O único vampiro que tem companheira é o rei dos vampiros Benjamim Augustus, mas fora por causa de uma feiticeira apenas.

-Rose quando você encontrar seu companheiro você irá rejeitá-lo? -Ian pergunta me surpreendendo pela pergunta e o olho sem entender.

Se eu iria rejeitar meu companheiro? Se fosse Alex com certeza eu o rejeitaria, mas entre os lobos o único laço em que somente o companheiro tem poder de rejeição é do supremo alfa. Apenas torço para que meu companheiro não seja ele pois eu não poderia rejeita-lo, somente ele poderia rejeitar-me.

Volto a olhar Ian.

-Ian entre os lobos a diversas leis e pode haver rejeição dos companheiros de ambos os sexos, mas o único laço que somente o companheiro tem o poder de rejeitar é dos supremos alfas. -Conto para ele e vejo seu olhar mudar para algo confuso que não consigo distinguir.

-Então se o supremo alfa encontrar sua companheira ela não poderá rejeita-lo? -Ian pergunta sério.

-Sim, apenas lamento por quem for a companheira daquele babaca. -Falo pouco me importando.

-Eu também. -Diz ele em um sussurro com um olhar distante e lembro o tanto que Ian é bipolar com seu humor.