Capítulo 1

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Para alguns a vida começa a partir do momento em que nasce, para outros ela termina sem nem ao menos ter começado, mas posso afirmar que a minha vida começou no dia em que eu o conheci.

...


"Louis." bato na porta do quarto e abro quando não ouço resposta.

Observo a bagunça família do quarto dele e ando por entre os CDs e as roupas que estão jogadas no chão e me sento na cama dele.

"To no banheiro!" ele grita.

"Eu percebi. Aqui tá fedendo." digo com um sorriso na voz.

"Veio fazer o que aqui? Já falei que não vou pra aquela escola de merda com você. Se mudou porque quis." ele resmunga lá de dentro

"Você pode parar de ser um babaca e pelo menos pensar na ideia?"

"Eu já pensei." ele diz e sai do banheiro. "E eu não vou, a vadia da sua prima tá lá, ela pode tomar conta de você além disso você já viu os amigos dela?"

Ele anda pelo quarto e começa a borrifar perfume por todo o lugar.

"Para com isso Louis."

"Eu não quero alguém pra tomar contar de mim e ela não é uma vadia. Eu só quero que você pense em ir comigo. Nós somos amigos e vai ser legal."

Pucho a pele que está em volta das minha unhas e olho para ele de soslaio esperando pela sua resposta.

"Você sabe que ela é uma vadia e sim você precisa de alguém na sua cola pra te proteger. Eu já disse que não vou."

Ele senta no sofá e pega o controle remoto do PlayStation e coloca os pés sobre a cama perto de mim.

"Não sou criança Louis! Eu não preciso de proteção." coloco ênfase na última palavra.

"Ah tá." ele diz sem olhar pra mim e levanta as sobrancelhas.

"Não vai mesmo pensar sobre isso?" belisco seus dedos para chamar sua atenção.

"Eu já disse que não porra, Candice!" ele me olha com raiva e eu desvio o olhar para as minha mãos.

"Eu só não queria me separar de você."

"Cara, relaxa, eu não vou mudar de cidade é só sua escola de merda nova... Dá pra relaxar um pouco. Tenta, sei lá, ser otimista e toda essa merda que você sempre diz pra eu ser."

"Tudo bem... Merda!" digo e arrumo as miniaturas de super herói da mesinha dele dele. "Eu vou indo então. Obrigada por ser um amigo tão incrível."

"Beleza, tchau." ele diz apertando o botão do controle pra matar alguém do jogo.

"Louis." choramingo e paro na soleira da porta.

Ele revira os olhos e me dá um sorriso fraco.

"Eu vou estar sempre aqui por você, ok. Agora me deixa jogar."

Suspiro e fecho a porta do quarto.


[...]


Os primeiros dias de aula sempre me dão um frio na barriga, mas os primeiros dias em uma nova escola estão sendo os piores possível. As vezes tenho a sensação de que estou aqui a muito tempo, mas faz pouco mais de um mês que as aulas começaram e eu ainda não consegui me acostumar com tudo isso. Provavelmente pelas péssimas experiências que eu venho tendo desde o momento em que cheguei aqui. Para mim era como ter o meu inferno particular.

After Midnight Onde histórias criam vida. Descubra agora