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Emma dirigi tranquilamente e balança a cabeça no ritmo da uma música que eu não conheço. Ela passou praticamente todo o caminho fazendo todo tipo de pergunta sobre Kile, quanto eu digo tudo é tudo mesmo além de ter apelidado o garoto de baby boy. Ela parece uma metralhadora de palavras e me faz rir a todo instante. Quando olho para ela só imagino o quanto senti sua falta nos últimos dias. Odeio a maneira como nos afastamos desde que eu me mudei para a escola dela. Nós estávamos sempre juntas mesmo que meu pai odeie isso, mas ela sempre dormia escondida da minha casa ou eu fugia pra a casa dela depois da escola como eu estou fazendo hoje. Passávamos as tardes fazendo coisas de garotas e na piscina de sua casa, mas de uns meses pra cá eu vejo que ela só tem tempo para o seu namorado e para a vaca da Dana com que ela passa a maior parte do seu tempo agora. Odeio todas as vezes que nos cruzamos pelos corredores da escola e agimos como se fossemos completas desconhecidas, como se não tivéssemos sido criadas juntas. Às vezes ela faz isso de propósito, principalmente quando está entre as suas amigas irritantes ou as vezes ela apenas não se dá conta da minha presença.

Assim que paramos em frente à sua casa memórias antigas explodem na minha cabeça fazendo a ferida guardada dentro do meu peito sangrarem. Imagem da minha mãe correndo atrás de mim e de Emma pelo quintal, dos nossos piqueniques nos finais de semana, das festas do pijama... Afasto as memórias e saio do carro antes que isso comece a afetar o meu emocional.

Meu pai nunca me deixou sair muito de casa, ainda mais se fosse para vir para casa da Emma, quem ele sempre considerou ser uma má influência para mim. Eu sempre achei um exagero da parte dele porque eles sinceramente não deveria querer me afastar das únicas pessoas que restam da minha família. Depois do acidente da minha mãe eu comecei a vir cada vez menos aqui e a ficar cada vez mais sozinha comigo e com meus pensamentos.

"Eu tô morta, preciso de um banho!" ela diz correndo pelos degraus e eu a sigo. "Eu te levo pra casa mais tarde okay? Okay."

"Aham okay, a sua mãe está em casa?"

"Acho que sim." ela fala e destranca a porta me dando passagem pra entrar. "Ela deve estar na cozinha, mas vem logo pro quarto." ela diz com uma voz mandona.

"Eu só vou dar oi pra ela."

"Okay." Ela sobre as escadas correndo sumindo do meu campo de visão e eu observo o lugar familiar. Coloco minha mochila em cima de uma mesa de centro redonda e vou para a cozinha. Apesar de ser uma casa enorme, ela não era cheia de detalhes que parecem custar uma fortuna. É uma casa clara ampla e aconchegante repleta de detalhes delicados, vasos de flores, quadros e mais flores, muitas flores.

Ando até os fundos da casa e observo o quintal onde agora está uma grande estufa de vidro está no meio do jardim, não estava aqui da última vez.

"Tia May." Chamo mas ela não está aqui.

Entro novamente na cozinha quando e logo ouço os passos dela no deck de madeira.

"Candice?" ouço a voz dela vindo dos fundo antes dela aparecer na cozinha com um cesto de roupas nos braços. Sorrio e apresso indo na direção dela.

"Que saudade eu estava de você! Vem cá me dá um abraço." ela apoia o cesto no balcão e eu abraço sua cintura com força. Ela cheira a amaciante de roupas. "Humm que saudades!"

"Você está tão linda." Ela segura meu rosto para olhar melhor e aperta as minhas bochechas.

"Obrigada." dou uma risada tímida.

Tia May é um pouco mais alta que eu, seus olhos são azuis cristais como os da minha mãe, assim como sua pele que é pálida e rosto seu rosto é anguloso. Os cabelos castanhos escuro são lisos e correm até o fim de sua cintura fina.

After Midnight Onde histórias criam vida. Descubra agora