Capítulo 8

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Ah não, essa brecha de luz no quarto só quer dizer uma coisa, ele está vindo de novo. Ai meu Deus, até quando vou ter que aguentar isso? Vou fingir que estou dormindo, talvez ele me deixe em paz essa noite...

Mas não. A mão grossa e gelada de Jon já estava debaixo das cobertas e já começava a cariciar suas pernas.

– Quietinha menina.

Jon sussurrou no seu ouvido.

O quarto escuro ajudava Lynn a não ter que ver o rosto daquele monstro que a tocava toda noite. Enquanto tudo acontecia, Lynn ficava questionando do porque sua mãe nunca acreditou, dela não se tocar daquele tormento diário que Lynn vivia. Será que ela me ama?

De tanto Jon a machucar, Lynn já não se defendia mais. Ela aceitava o que era feito com ela e fazia o que lhe era mandado. Como um robô.

No dia seguinte, fingia estar bem diante das coleguinhas da escola. Entretanto, ninguém podia mexer com ela. Ela era temida por todos e todas as garotas queriam ser como ela, forte, ousada, autoritária, uma líder nata. Os garotos se apaixonavam e viviam implorando um pouco de sua atenção. Lynn gostava do poder que tinha na escola, porque pelo menos ali, ela era respeitada. Vivia achando coisa para fazer depois das aulas e por isso, era uma das estudantes mais aplicadas do colégio. O orgulho dos professores. Pena que ela não ficava na mesma escola por muito tempo... sua mãe Margaret vivia mudando de cidade, arranjando novos empregos, e Jon a acompanhava sempre, infelizmente.

Em um dos últimos colégios que atendeu, Lynn começou a namorar escondido. O nome do rapaz era Marvin. Ele era o rapaz mais bonito da escola e estava no último ano escolar. Lynn tinha medo de Jon saber de seu relacionamento e prejudica-la ainda mais por isso, então vivia inventando desculpas porque não seria legal Marvin conhecer sua mãe.

Mas, no dia dos namorados, Marvin decidiu lhe fazer uma surpresa e apareceu em sua casa com flores vermelhas. Quando Jon o avistou na porta falando com Lynn, logo o chamou para dentro de casa, para lhe conhecer mais. E naquela noite, Jon tirou a virgindade de Lynn antes que Marvin o fizesse. Lynn tinha apenas 15 anos.

– Lynn! Você está bem?

Era Carl ao lado da cama tentando acorda-la de seu pesadelo.

– Você estava falando umas coisas, parecia estar desesperada, não deu para entender muito bem, mas achei que o sonho não parecia está sendo legal... Carl se explicou.

– Era um pesadelo, estou bem... que horas são?

– 5 horas.

– Você já está pronto para sair? Onde vai?

– Tenho que me preparar para uma reunião agora as 9 horas... hoje devo chegar em casa mais cedo para lhe ajudar com os preparativos da chegada dos meus pais amanhã ok?

– Tá. Eu vou levantar também...

– A Lizzy ainda está dormindo, fica mais um pouco para você descansar...

– Já descansei o bastante.

Carl tentou lhe dar um beijo de despedida, mas Lynn virou o rosto...

– Carl, ainda vou escovar os dentes!

Amor em RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora