Capítulo 14

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-Oi.

Lynn falou no telefone. Sua voz estava diferente, menos irritada que antes, quando ela ainda estava em sua vida.

-Oi Lynn. Como você está?

-Eu estou indo... não vou lhe dizer que estou feliz, porque não estou, mas pelo menos não estou lhe fazendo infeliz também.

-Você não me fazia infeliz Lynn...

Ela o cortou...

-Você pode dizer isso quantas vezes quiser Carl, eu sei quem eu me tornei ao seu lado. E tive que lhe deixar porque era o melhor para você e para mim.

-E a Lizzy? Foi melhor para ela também?

-Claro que foi! Assim como lhe fazia infeliz, eu também estava fazendo a nossa filha infeliz...

-Você precisa de ajuda Lynn, não pode ficar fugindo de suas responsabilidades.

-Eu não fugi, eu as libertei de mim mesma.

O silêncio nesse momento revelava o quanto não adiantava falar, Lynn ainda estava endurecida.

-O que você quer então?

-Eu quero falar com a Lizzy, posso?

-Porque? Para deixa-la com mais saudades? Fazem quase seis meses Lynn!

Carl tentou mas não aguentou, ele alterou a sua voz.

-Eu sei Carl, mas eu ainda tenho direito de falar com ela!

-Se você quer falar com a Lizzy, então que venha aqui falar com ela pessoalmente.

-Eu não estou em Houston mais.

-Problema é seu.

Lynn respira fundo.

-Então deixa pra lá. Tchau!

Ela desliga o celular e com raiva, o joga no chão. Senta na frente do computador e abre na sua página favorita e mais acessada na Internet: a página do Carl no Facebook.

Será que ele está saindo com alguém?

Ela sabia que a página está do mesmo jeito que estava a 1 ano atrás mas era a única maneira de não se esquecer do seu rosto. Ela o amava muito e parecia estar ainda mais apaixonada agora, depois de o ter feito sofrer.

Josh ainda saia com ela de vez em quando, principalmente depois que ele lhe ofereceu um emprego em sua firma. Lynn sentia-se obrigada em manter aquela "amizade". Mas toda vez que eles estavam juntos, era no Carl que ela pensava.

Uma lágrima rolou e Lynn rapidamente enxugou seu rosto e se levantou. Ela estava determinada, iria dar um jeito de vê-los de novo, mesmo que só por algumas horas.

Primeiro, ela iria passar no cabelereiro, mudar o seu visual, para quem sabe se sentir melhor antes de ir vê-los...

Enquanto isso, Carl tomava o seu banho. Era cedo ainda, fazia tempo que ele passava em casa aquela hora. Estava normalmente num bar, boate, ou numa festa qualquer com os colegas do hospital. Ele sentia falta de passar a noite ao lado de uma mulher e tinha até contemplado ter sido essa a noite que passaria com Anna, mas a ligação de Lynn o tirou do sério.

Que mulherzinha irritante! Ele pensava.

Sua vontade era de dar entrada nos papéis do divórcio de vez e nunca mais olhar na cara dela. Mas o que seria dele no dia em que Lizzy estivesse maior e o perguntasse sobre o que aconteceu com eles? Teria que falar a verdade já que odiava a mentira e a verdade doeria. Ele havia desistido de sua mãe. Não... não seria ele o fraco dessa relação!

Se ela quer sair, que ela saia. Eu não vou ser o culpado por algo que não foi minha culpa!

Ele saiu do chuveiro, se arrumou e desceu para jantar. Fazia tempo que ele não jantava com os seus pais.

-Que bom tê-lo conosco hoje Carl!

Joyce lhe deu um sorriso mas ele não a olhou nos olhos. Ele sabia que sua mãe enxergaria a frustração de longe e ele teria que falar do telefonema de Lynn.

-Tudo bem com você meu filho?

-Tudo mãe. Estou cansado.

-Se você precisar de alguma coisa me querido, pode falar. Eu e seu pai queremos lhe ajudar.

-Eu sei.

Kevin, seu pai, olhou para Joyce e fez sinal para que ela parasse de cutuca-lo.

Eles jantaram no silêncio até que Joyce tentou mais uma vez eliminar o vazio daquele ambiente...

-Hoje Lizzy fez uma nova amizade no parquinho. A menininha é uma gracinha e Lizzy até chorou quando era hora de voltar para casa... vou ver se ela passa umas horinhas aqui com ela semana que vem.

Carl continuou comendo, parecia não ter ouvido o que ela tinha acabado de dizer.

Amor em RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora