Capítulo 24

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Depois de uma longa conversa com Lynn, Joyce conseguiu convence-la a falar com Carl, mas quando elas desceram, ele já não estava mais em casa. Carl havia saído. Kevin estava na sala, lendo a sua Bíblia, quando Joyce o interrogou:

–       Onde está o nosso filho?

–       Ele saiu, disse que tinha que tomar um ar. Acho que foi andar na rua…

–       Ah ok…

Kevin tinha muito o que falar com Joyce a respeito da conversa que eles tiveram enquanto ela estava ausente, mas não queria falar com Lynn por perto.

–       Lynn, quer me ajudar a preparar o almoço?

–       Quero sim Joyce…

Lynn ficou a tarde toda com Joyce, e até aprendeu a fazer alguns pratos favoritos de Carl, mas ele não veio almoçar. Ela almoçou com os sogros e foi Lizzy que interrompeu silêncio na mesa…

–       Mamãe, cadê o papai?

–       Ele saiu querida.

–       Vovó, eu vi o papai bejano uma mule…

Lynn não sabia onde colocar a cara, ela sabia que agora teria que explicar como foi que Lizzy viu isso e o que isso significava. Mas Kevin resgatou a situação chata…

–       Foi um beijo inocente querida, seu pai me contou.

–       Ah… pensei que o papai queria arrumá otra mamãe!

–       Não, de jeito nenhum querida, sua mãe nunca poderá ser trocada!

Joyce defendeu Lynn na hora, mas isso não a impediu de se sentir mal por ter levado a sua filha a uma situação tão constrangedora como aquela… foi ela quem colocou na cabeça da filha que o pai havia beijado uma outra mulher, foi ela quem brigou com ele na frente dela e disse horrores…

–       Joyce, eu não estou me sentindo muito bem, queria lhe ajudar a tirar a mesa, mas acho que não vou aguentar.. vou tirar um cochilo…

Lynn mentiu.

–       Claro querida, pode ficar a vontade. Quer tomar um remédio?

–       Não, pode deixar, um cochila resolve…

Lynn saiu da mesa e subiu para o quarto de Lizzy. Ela iria dormir ali mesmo, olhando para aquelas borboletas e pensando no que iria fazer para se resolver com Carl.

Nisso, Kevin aproveitou que estavam a sós, colocou Lizzy para assistir um filminho na sala e conversou com sua esposa…

–       Carl não está nada bem meu amor.

–       Eu sei, mas Lynn também não… temos que ajuda-los…

–       Eu tentei conversar com ele, entender o que estava passando no casamento deles, mas nem ele sabe explicar. Disse que teve uma noite muito boa com Lynn ontem, mas hoje pela manhã, ela já havia anunciado que só estava de passagem… e quando ela foi vê-lo no trabalho, ela o flagrou beijando aquela secretaria, me esqueci o nome dela..

–       A Anna… sei bem quem ela é. Ela tem outras intenções com o nosso filho! Provavelmente armou para cima dele!

–       Ele disse que foi culpa dele, ficou arrasado da Lynn ter visto aquilo…

–       Mas ele já a traiu também?

–       Não, me prometeu que não, sentiu vontade de trair várias vezes, mas se conteve… nosso menino foi muito forte Joyce! O problema é que ela já o traiu…

–       Eu sei, ela me contou.

–       Eu tentei falar a respeito da fé, de como Deus poderia ajuda-lo a superar tudo, mas não sei se conseguiu me ouvir…

–       Vamos orar meu amor, os dois precisam de muita oração…

Lynn ficou a tarde toda no quarto de Lizzy. A noite, deu banho em Lizzy, brincou com ela, mas não desceu para jantar com o resto da família. Carl ainda não havia voltado da rua e seus pais já estavam preocupados com ele… então ligaram…

–       Carl?

–       Oi mãe.

–       Você vai vir para jantar?

–       Não, hoje vou passar a noite fora… amanhã passo por aí para tomar um banho e sair para o trabalho.

–       Meu filho, o que você está fazendo?

–       Mãe, eu preciso de tempo.

–       Onde você está?

–       A gente se fala amanhã…

A casa estava triste. Todos estavam tristes. A única pessoa que ainda não entrara na depressão de todos era Lizzy, que curtia todos os momentos ao lado de sua mãe e naquela noite, depois de tanto tempo, finalmente iria dormir abraçadinha com ela.

Sua cabeça estava a mil, Carl estava sentindo a dor, o tipo de dor que nunca havia sentido antes. Ele não conseguia entender, não fazia nenhum sentido, ele achou que já tinha superado tudo por Lynn, mas isso… isso era demais, talvez o amor que ele tinha por ela não conseguiria sobreviver…

O telefone tocou algumas vezes, fazendo com que desejasse tê-lo esquecido em casa. Olhando, ele viu o nome da Ana e pensou que talvez era hora de partir para outra de verdade.

–       Oi Anna.

–       Carl, eu me sinto horrível pela maneira como eu agi hoje…não era minha intenção que sua esposa nos visse beijando…

–       Tudo bem… olha, você gostaria de sair para jantar comigo agora?

–       Eu adoraria Carl!

Anna não pensou duas vezes. Colocou a roupa mais sexy que tinha no guarda-roupa e foi encontrar o homem de quem tanto havia sonhados nos últimos meses…

Amor em RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora