32. - Fim

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-Nem acredito que já vais para a universidade.

-Assim como tu, parva. - Gargalho. - E ainda bem que assim é, significa que ambas entrámos no que queríamos. - Ela assente e sentamo-nos no sofá da sua sala de estar.

-Promete que vais mandando notícias. - Finjo uma cara ofendida.

-Eu iria lá agora deixar de chatear a minha prima favorita com os meus dilemas de vida universitária. - Ela ri e rola os olhos. - Mas é claro que mando notícias. Até parece que vou para a outra ponta do mundo.

-Na verdade vais. - Fico em silêncio. Mundo, penso. Mas o que era o mundo se não um território imenso que une pessoas e culturas? Um mundo que eu desejava poder visitar e fotografar cada local. 

E era nesse mesmo mundo que Ashton se encontrava. Um mundo que ao mesmo tempo é algo tão grande mas tão pequeno por unir dois corações proibidos. Dois corações que não estavam destinados a ser um. Talvez por serem de dois mundos diferentes e distantes, muito distantes...

-Emma? - Ela acena a sua mão em frente à minha cara.

-Hm... Ah, sim, diz. Desculpa.

-Estavas a pensar nele?

-Nele? Não. - Minto. - Porquê? Tu pensas no Luke ainda?

-A toda a hora. - Ela baixa a cabeça.

-Ao menos vocês ainda falam e são amigos.

-Sim... Eles têm perguntado por ti.

-O Ashton?

-Não, mas o Calum sim.

-Hm, entendo...

-Porque não continuaste a falar com eles?

-Preferi simplesmente esquecer.

-E esqueces-te?

-Isso não interessa. - Ambas ficámos caladas porque na verdade não sabíamos o que responder uma à outra. - Então... Acho que vou embora. - Levanto-me e ela imita o meu gesto, possibilitando que a abrace.

-Vou ter saudades tuas, Emma. - Diz abraçada ao meu pescoço.

-E eu tuas, Duda. Visita-me quando quiseres. - Ela assente. - Adoro-te muito! - Beijo a sua face, tentando ao máximo ignorar as lágrimas que teimavam em cair.

(...)

O meu corpo cai sobre a cama. A cama que amanhã já não será minha, assim como todos os outros objetos que fazem parte de um quarto que em breve deixará de ser meu.

Sinto algo vibrar em baixo de mim e logo constato de que se trata do meu telemóvel. Não reconheço o número porém atendo a chamada.

-Sim? - Em vez de uma resposta da outra parte, recebo uma respiração pesada. - Está aí alguém? - Insisto.

-Emma? - Uma voz muito fraca fala, impossibilitando a audição.

-Sim, sou eu mesma. O que deseja? - Ouço uma gargalhada inaudível e pondero em desligar a chamada por se tratar de uma brincadeira.

-Pergunto-me se estás mais alta... - O meu coração congela. - Se o teu cabelo cresceu. Se a tua gargalhada continua como um raio de sol quando entra no quarto pela manhã. - O peito acelera e a voz cerra-se. - Se ainda olhas o céu enquanto procuras forma de explicar o que sentes. Pergunto-me se o teu sorriso permanece sereno mas lindo. Tenho-me perguntado por muita coisa. Mas principalmente se ainda me amas...

-Ash... Asht...on? - Gaguejo.

-Alguém um dia me apelidou de Fletcher. - Ele ri e uma lágrima escorre pela minha face com demasiada rapidez para que eu pudesse impedi-la.

-Porque me telefonas?

-Falei com a tua avó. Ela disse-me que estavas a caminho de Sydney para iniciar a universidade aqui com...

-Não, porquê agora? - Interrompo-o frustrada. - Porquê passado tanto tempo? - Procurei ignorar o facto de a minha voz soar demasiado desesperada.

-Porquê? Porque provavelmente não tive coragem de o fazer mais cedo. Por saber que tinha feito asneira com a pessoa mais importante da minha vida. - Rio ironicamente.

-Era só?

-Não... Quer dizer... Eu pensei que pudéssemos ir tomar café, eu queria saber como estás.

-Estou bem, obrigada por te preocupares tanto tempo depois.

-Queria ver-te. - Fico em silêncio. - Por favor, Emma. - A sua voz ainda soa ao mesmo. Serena, tão certa, tão verdadeira. Um arrepio percorreu a minha espinha. - Emma? Que me dizes?

-Não sei.

-Como assim "não sei"?

-Conheço uma música que diz "Mas eu dei-te esta rosa e eu preciso de saber. Vais deixá-la morrer ou crescer?". E sabes? Tu deixaste-a morrer, Ashton. E não há retorno possível para a vida dessa rosa.

-Eu sei que não posso trazer de volta essa rosa, mas sei também que existe em nós o que é preciso para uma nova rosa florescer. Entendes?

-Os momentos são agora demasiado incertos para que eu possa ter certeza de algo ou perceber seja o que for. A própria vida é cheia de dúvidas e eu não quero nem vou impedir a vida de ser o que ela é, imprevisível. 

-Por mais que a vida possa ser incerta, uma coisa eu sei. Tu gostas de café, disso eu tenho a certeza. - Gargalho suave com toda a convicção na sua voz. - Talvez, se por acaso a vida assim o quiser, nós possamos tomar café juntos.

-Talvez... só talvez, Fletcher.

Holly shit, não me acredito que este é o último capítulo... ouch, i'm hurted.

Como disse desde o início, nunca quis que esta história fosse clichê e repetitiva como tenho lido muitas dentro das fanfictions de Twitter.

Tentei ao máximo tornar esta história autêntica e verdadeira, e dei muito de mim em cada capítulo. Aliás, esta história faz e sempre fará parte de mim, por mais que, atualmente, já não me identifique com este tipo de histórias.

Não há muita gente a que eu possa agradecer, se não a toda a gente que leu e sempre perdeu um pouco do seu tempo para comentar seja o que for e me fazer crescer como escritora. Obrigada também às pessoas que sempre me aconselharam e me ajudaram em tudo o que eu precisei na escrita dos capítulos (elas sabem quem são) e obrigada ao Ashton (isto vai soar estúpido) por me dar toda a imaginação que eu sempre necessitei. Se não fosse por ele, esta história não existiria.

Não posso prometer-vos que continuarei a escrever fanfictons porque como disse já não me identifico com esse género literário, mas uma coisa posso prometer-vos, escreverei algo em breve, seja de que género for, e vocês podem sempre vê-lo no meu perfil.

Obrigada mais uma vez por tudo e fiquem bem xx

Lots of love, Dani

Twitter | Ashton IrwinOnde histórias criam vida. Descubra agora