Kallissa 9

47 0 0
                                    

Kallissa 9

A jovem hiena batia com sua cabeça na parede, deixando em seus muros o purpura das chamas e o vermelho de seu sangue.

Por favor sonhador deixa ele morrer de uma vez, acaba com isso. – Kalli pensou enquanto assistia horrorizada a Hiena se contorcer e cair de joelhos em sua cama de palha.  Quando as chamas tocaram a palha o fogo se espalhou cobrindo metade da cela tal qual uma muralha de fogo. Ela ainda podia ver as sombras da Hiena, ele finalmente tinha encontrado paz e parecia estar dormindo em meio as chamas.

– Eu nunca vi algo tão magnifico. – Azberro falou com lagrimas em seus olhos e um sorriso em sua boca, o mesmo sorriso de ternura que uma mãe daria a seu recém-nascido. – Eu sou um doador, eu sempre fui um doador.

– O que você fez? – Perguntou Kalli horrorizada.

O gorila falou sem se desviar os olhos das chamas.

– Eu roubei minha liberdade de volta.

O fogo se alastrou pelas paredes subindo ate o teto indo na direção da segunda cela onde ficavam as Hienas. Não haviam mais risos, eles estavam apavorados, encolhidos uns nos outros, enquanto que as chamas os cercavam.

As hienas lutavam entre si pelo lugar mais distante do fogo, a Hiena fêmea tinha suas costas contra a parede, ela era a única que não estava apavorada, ela olhava ao seu redor em busca de uma saída, mas todo o redor ardia em chamas.

Ela cravou suas unhas de uma de suas mãos na parede, e com a outra rasgava a pele de seus irmãos que tentavam tomar seu lugar.

O fogo se aproximava de todos, Kalli não se afastou, ela não ia correr novamente, se o fogo a queria, aqui ela estava, pronta para encontrar seus pais no mesmo abraçar purpura.

Mas antes que as chamas a tocassem, ela ouviu um estrondo e a parte de traz das duas celas caiu, e do outro lado à luz da lua branca iluminou a todos.

Kalli viu pela primeira vez onde ela estava. As marcas das rodas e as pegadas das montarias maculavam o branco da neve que cobria todo que seus olhos avistavam. Ela por um segundo pensou que talvez estivesse de volta as suas terras frias, mas não existiam arvores com espinhos em Chatallary, e onde quer que ela estivesse agora, haviam diversas arvores contorcidas coberta em espinhos.

Tallis subiu na placa de madeira que servia de rampa agora que parede tinha descido. As hienas se atiravam em direção à saída, mas suas correntes as mantinham presas umas as outras.

– Solta os dois. – Falou Tallis para o belo guarda que sempre a acompanhava. Outros guardas também se aproximavam.

– E as Hienas? – Perguntou o belo guarda.

– Elas ficam.

Ele puxou uma alavanca próximo a saída das celas e as correntes que prendiam o Gorila caíram ao chão.

Uma das hienas então começou a debater violentamente, o fogo tinha alcançado suas pernas e subia pelas suas coxas, ela usava as mãos para tentar sufocar as chamas, mas em segundos seus braços também queimavam. Ela se atirou em seus irmãos em busca de conforto, se abraçando no primeiro que encontrou, compartilhando as chamas e os gritos de dor. Ambos foram então estrangulados pelas outras Hienas usando as mesmas correntes que os prendiam juntos.

Todos os guardas observavam com horror o que parecia ser o inevitável e cruel destino reservado para as Hienas. Apenas Kalli notou que Azberro andava em direção a Tallis, não de sua maneira atual de falsa submissão, ele andava de cabeça erguida.

– Cuidado. – Kalli girou para Tallis.

Tallis olhou para o Gorila sem o reconhecer, seu tamanho, seus músculos, seus olhos cheios, como que ela não tinha visto o que agora era tão claro, um frio correu sua espinha e suas pernas pareciam não ter forcas para sustentar seu corpo, quando o Gorila levantou seu braço ela fechou os olhos, ela não queria ser testemunha de sua morte.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Dec 14, 2013 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Rainha do GeloWhere stories live. Discover now