Capítulo 12 - re-revisado

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ÀS QUARTAS-FEIRAS eu trabalhava como voluntária no Retiro dos Cantores e Músicos Idosos Esther Edelweiss em Pasadena. E foi para lá que eu fui, um pouco atrasada, depois daquela conversinha agradável com o meu querido marido. Como Pasadena não ficava longe, optei por pegar as vias internas que são menos movimentadas a esta hora da manhã. Eu dirigia a menos de 60km refletindo sobre a nossa conversa.

"Ainda bem que não temos filhos". Aquela frase ficou martelando em minha cabeça. O que será que ele quis dizer com aquilo? Ele gostava de crianças, nem precisava ele me dizer isto. Bastava observar como ele brincava com os nossos sobrinhos e do jeito que ele fazia questão de segurar um bebê no colo. Aquela frase que ele disse foi muito intrigante e, quem sabe, ele não completou em pensamento dizendo "...assim fica mais fácil para nos separarmos." ou "... assim eles não vão sofrer quando nos separarmos." ou deixo uma linha aqui para vocês completarem "... _________________________." Meus devaneios foram interrompidos pelo toque do celular. Atendi Sue no viva voz.

— Estou dirigindo. – fui logo dizendo.

— Querida, para onde vai a esta hora?

— Para o retiro dos idosos. – respondi pela milionésima vez. Já tinha perdido o número de vezes que já disse a Sue que às segundas e às quartas faço serviço voluntário. Do nosso grupo, Sue era a que era a mais frívola de todas.

— Não marque nada para sexta à noite.

— Qual a ocasião?

— Vai ser o meu bota-fora. – ela disse animada.

— Já? Você não vai só daqui a três semanas?

— Mudança de planos. Esqueci do aniversário do pequeno Peter e quero estar presente daqui a um mês.

— Mas que mãe conscienciosa! – eu disse num exagerado tom irônico.

— Ah, não enche! Eu apenas verifiquei que tinha calculado errado a data da volta, para coincidir com a semana do aniversário dele...

— E onde vai ser a sua festa de despedida? Parece até que você não volta mais.

— Aqui em casa mesmo. Vai ser apenas um jantarzinho para nós mesmas. As meninas estão combinando para me levar ao aeroporto no sábado à tarde.

— Hum.. quanto a isto, não posso me comprometer. Tenho de ver com Shawn se ele não tem nada planejado, mas é bem provável que não tenha.

— Bem, meu convite para me acompanhar à Europa ainda está de pé... Ainda dá tempo de fazer as reservas...

— Vou ficar te devendo esta. O Shawn tem trabalhado muito ultimamente, envolvido com uns projetos grandes da empresa. Melhor eu ficar por perto para dar um apoio a ele.

O Shawn estava louco para que eu viajasse e o deixasse livre, leve e solto aqui, mas eu estava determinada a não lhe dar este gostinho.

Nota: Leia Refém do Prazer, o livro que originou a série. Texto integral na Amazon.

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Adorável LenhadorOnde histórias criam vida. Descubra agora